Aqui vai mais um pouco do Manual O Fluxo da Abundância
TEMPO, ESPAÇO, TRABALHO E DINHEIRO
Tempo
Uma das frases mais
comuns do vocabulário quotidiano da vida moderna é “não tenho tempo”. O tempo
parece fugir, connosco a correr desenfreadamente atrás dele, sem nunca o
conseguirmos apanhar. Esta corrida infrutífera deixa-nos com uma sensação
permanente de incompletude, como se corrêssemos a maratona e nunca chegássemos
à meta, por mais exaustos e esforçados que estejamos.
E embora saibamos, no
nosso íntimo, que há algo aqui que não faz sentido, continuamos, porque cremos
que não há outra forma de viver.
Curioso é que este
fenómeno se dá tanto nos meios cosmopolitas como nos meios rurais, e o
agricultor, que se supõe teria uma vida pacata no ambiente bucólico em que
habita, consegue gerar tanto stress
nesta corrida como o executivo algures num escritório na confusão da grande
cidade.
É provável que este
padrão sirva o propósito de uma droga. Para além de viciante, serve de refúgio
à chegada da morte, que assim parece longínqua, e, tal como o tempo, nunca
chega, pelo menos ilusoriamente.
O problema é que a
vida também anda atordoada, a cambalear exausta, sem forças para florescer. Em
geral, vive-se para morrer, um dia a menos por cada dia que passa, cada vez
menos tempo entre o agora e a morte.
Dinheiro
De forma similar a
esta escassez de tempo, e mesmo para aqueles que são agraciados com abastadas
contas bancárias, o dinheiro parece nunca chegar para todos os desejos que a
mente consegue criar. E quando chega, há normalmente outras áreas de grande
escassez, ainda que muitas vezes não relativas ao mundo material.
Do ponto de vista do
português comum, “não tenho dinheiro” é uma frase vernácula, embrenhada no
tecido social como uma nódoa impossível de remover. São contas e mais contas
para pagar, e lá está mais uma vez a tal maratona sem meta à vista, porque
sempre que parece estar visível, logo a miragem se desvanece em mais
tempestades.
Parece que andam
todos à deriva num mar turbulento, náufragos desgastados, sem saberem como
chegar à Terra, mas sempre tentando nessa coisa vã que é a Esperança.
Vã, pois. É que a
Esperança põe sempre a possibilidade de realização plena algures no futuro, no
campo das probabilidades, removendo-nos do presente dorido, para sonharmos com
quimeras. É certo que pelo menos nos mantém no caminho para alguma
possibilidade, mas será que nos leva mesmo a algum lugar, ou apenas nos mantém em
busca de algo que háde chegar?
Espaço
A adicionar a estas
constatações temos a de que o Espaço, parece misturar-se com o Tempo. Quantas
vezes dizemos “preciso de Espaço” da mesma forma que diríamos “preciso de
Tempo”? Ou “não tenho Espaço para me expressar”, do mesmo modo que diríamos
“não tenho Tempo”? O Espaço e o Tempo misturam-se nesse contínuo inexorável que
nos confunde.
Está clara a relação,
ou melhor, a semelhança, entre a falta de tempo, a falta de espaço e a falta de
dinheiro. Clara é também a falta de energia para viver que estes padrões de
escassez perpetuam.
Haverá alguma forma
de alterar este panorama, que parece real, daí, inalterável?
Energia
Há que primeiro estar
pronto para assumir que a falta de Tempo/Espaço e a falta de dinheiro são meras
crenças, bem enraizadas, diga-se, mas apenas crenças. Mais ainda, há que estar
pronto para admitir que grande parte do que vemos como verdadeiro acerca do
mundo, da vida, da sociedade, de nós próprios, são crenças. É isso mesmo. São
pensamentos, atitudes, opiniões, valores aprendidos que acreditamos serem
reais. Não te parece estranho que todos esses padrões de comportamento e
pensamento fixos variem de sociedade para sociedade, de grupo para grupo, de
família para família e até de pessoa para pessoa? Onde está a verdade nisto
tudo? Alguém a possui? A própria ideia de posse, de ser dono da verdade, anula
a possibilidade da sua existência pois ninguém pode possuir aquilo que É, tal
como não se pode possuir o ar. Bem, este tema da posse é assunto para outra
partilha. Por ora prossigamos com o tema do Espaço/Tempo – Energia…
Proponho aqui uma
nova visão.
Já alguma vez
pensaste que tempo é energia? Que espaço é energia? Que dinheiro é energia? E
que o ser humano é a consciência que usa essa energia? Ou seja: o Tempo, o Espaço,
o Dinheiro e tudo o que ele pode comprar são limitados ou ilimitados consoante a
energia empenhada na sua manifestação.
Crenças
Essa coisa de que o
tempo não é linear já Einstein havia provado com a sua Teoria da Relatividade,
que todos nós conhecemos bem da nossa própria experiência. Recolhe acordo geral
o facto de que quando fazemos algo agradável, como ter férias, por exemplo, o
tempo parece passar rápido demais e quando fazemos algo desagradável, como
esperar na fila para ser atendido, o tempo parece nunca mais passar. Os mesmos
10 minutos de divertimento no parque de diversões e de espera na fila, parecem
infinitamente diferentes. Estranho é que tenhamos conseguido inverter a ordem
aparentemente natural, que seria os 10 minutos de divertimento durarem mais que
os 10 minutos de espera na fila!
Viemos a acreditar
que “o que é bom acaba-se depressa”, que o trabalho requer esforço e que nada
se alcança sem trabalho – isto é, esforço, e por isso o que toma a maior parte
do nosso tempo é o esforço e não “o que é bom”. E se o trabalho passasse a ser
o que é bom, não se acabando depressa e sendo sem esforço?
Também viemos a
acreditar que para merecermos “o que é bom” que se “acaba depressa”, é preciso
empenhar muito “tempo”, ou seja, ENERGIA, que neste caso representa ESFORÇO.
Por isso é que o que é chato, enfadonho, difícil, parece durar muito, e o que é
agradável, simples e fluido parece durar muito pouco.
Pois é. Se energia é
esforço e tempo, espaço e dinheiro são energia, então o tempo/espaço são um esforço
bem como ganhar dinheiro e mantê-lo na carteira.
E se energia não for
essa coisa agitada e cansativa? E se energia for doce, suave, amável,
carinhosa, flexível?
E se em vez de
choques elétricos dolorosos, energia for Luz que ilumina, aquece suavemente,
Luz que banha, envolve e suporta?
Lembra-te: o que
pensas ser a energia é o que pensas ser o tempo, o espaço, e por sua vez, o
dinheiro!
Já todos vimos que a
quantidade de esforço empenhado no trabalho não se traduz em qualidade de vida.
Para muitos não se traduz em conforto económico e para aqueles em que isso
acontece, não se traduz em viver a vida com Alegria, Plenitude e Equilíbrio.
Onde estamos a
empenhar a nossa energia, então? O nosso tempo, o nosso dinheiro? Como é o
nosso espaço?
Viemos a acreditar
que ser preguiçoso é não trabalhar, ou seja, não nos esforçarmos. Será que ser
preguiçoso não é não querermos ver que o esforço não funciona, e tudo o mais
que não funciona e optar por mudar tudo isso?
Nada disto é linear.
Então, como o conceito de tempo/espaço, é ilusório, e como todas as ilusões,
pode-se manipular, transformar, recriar…
Já imaginaste a
possibilidade de viver a tua vida com tempo para tudo o que é realmente
importante para ti, com o espaço que realmente queres e com dinheiro para tudo
o que realmente precisas, sem stress,
sem preocupação, sem ansiedade?
Redefinir-se
Primeiro, define o
que é realmente importante, necessário, prioritário na tua vida. Dá um certo
trabalho de início, pois dá, o que só prova quanta futilidade e preocupação desnecessária
carregas contigo.
Não estás para isso?
Ok, fica então com a escassez de tempo, de espaço e de dinheiro mas sem
lamentações, por favor. A escolha é e sempre foi, tua – ainda que por vezes não
pareça. Mesmo assim permite-me mostrar mais um pouco desta nova visão. Contudo,
não sintas obrigação de experimentar J
Continuando…
Primeiro separar o
trigo do joio, como disse. Quando comemos um iogurte não guardamos todas as
embalagens, a menos que façamos algo útil com elas - concordas? Quando limpamos
a boca à mesa também não guardamos o guardanapo sujo - verdade? E quando
crescemos não continuamos a vestir as roupas de quando éramos crianças, não
servem, pois não?
À medida que vamos
despertando, amadurecendo, crescendo, vamos adotando novos hábitos, novas
formas de ver, sentir, ouvir, cheirar e saborear o mundo. Daí que nunca e
sempre sejam meras palavras impossíveis de realizar na vida física. Não há
impossíveis no mundo, tal como não há sempre nem nunca.
Depois dessa tarefa
aborrecida para o ego, que detesta ser contrariado, essa tarefa de eliminar o
que já não serve e esclarecer o que é realmente importante, abrimos a porta das
novas possibilidades. O Novo só pode nascer quando o velho deixou espaço livre
ao remover-se. De outra forma o novo fica só à porta, esperando pacientemente.
Quando tiveres
passado uma radiografia na tua vida, verificando quais são as ocasiões em que te
sentes afogado na ansiedade da falta de tempo/espaço – e de dinheiro – terás
tomado consciência do que precisas e não precisas. Como se trata de uma tarefa
bem grande, podes até tomar nota de tudo o que vais descobrindo acerca da forma
como tens vivido a tua vida. Assim podes reler e riscar o que já não te serve.
Desde que acordas até que te deitas, toma atenção, vê-te vivendo o dia-a-dia,
repara como levas a cabo o teu trabalho, as tuas relações, o teu lazer.
Anota as áreas de
conflito, tensão, ansiedade, stress,
quer de ti para contigo, quer para com os outros.
Se não quiseres ir
muito fundo nesta redescoberta da tua vida, fica-te apenas por verificar a
ansiedade e o stress gerados pela
suposta falta de tempo. Como e quando surgem? Mais ainda, porquê? Há algum
momento de calma no teu dia? Consegues sentir Paz interior em algum momento?
Quando e como?
Se a tua resposta à
maioria das perguntas pende para a tensão, é certo que o tempo nunca chega, que
o espaço é apertado e o dinheiro escasseia.
Fluido
ou fixo?
É que, na realidade
tempo, espaço e dinheiro, são nada mais que a energia que pomos nesses
postulados. A energia é infinitamente criativa, é o que move o Universo físico
e podemos usá-la a nosso favor ou desperdiçá-la. Se queres saber como usar
melhor o tempo, vê as toneladas de energia que gastas em tarefas, situações,
pensamentos, atitudes que te geram ansiedade, conflito, tensão, stress. A energia é algo fluido, não dá
para compartimentar, segmentar, conter. Sentes a tua vida fluindo ou fixa?
Se a sentes fixa, e
posto que a energia não é fixa e que o tempo é energia está explicado muito
simplesmente porque te falta tempo – falta-te fluidez.
Se queres mudar a
forma como vives o teu espaço, vê como está. As gavetas, as prateleiras, os
armários, os guarda-fatos... Todas as divisões da casa, incluindo o sótão e a
garagem. Está tudo atascado de coisas de que não precisas? Está arrumado ou
desarrumado? Quando olhas à tua volta o que sentes? Tudo isto contém energia,
fluida ou estagnada – sente...
Ah, pois, e o
dinheiro também é fluido como o tempo e o espaço, pois são todos energia.
Sempre que dizes “não
tenho tempo”, “não tenho espaço” ou “não tenho dinheiro”, estás a dizer “não
tenho energia”. Não ter energia é não estar a usá-la de forma fluida, fluindo
com ela, é como remar contra a corrente: cansativo, infrutífero, nunca mais se
chega a lado nenhum. É como estar atulhado na lama no meio de um pantanal
estagnado - com tanta água e lama à volta torna-se difícil chegar à margem.
Como é que posso
tornar-me fluido, como a energia que é tempo, espaço e dinheiro?
Primeiro passo,
repito, é observar e definir conscientemente onde está a tensão, o stress, a ansiedade, o conflito, para
depois estabelecer prioridades e descartar inutilidades. Aliás, antes ainda,
estabelecer prioridades. Só depois de se ver o que é realmente importante na
vida, é que se percebe que há, e onde há, tensão. Ou seja, depois de definir o
que é importante pela primeira vez é preciso fazê-lo de novo, após verificar
todos os pontos inflexíveis de ansiedade – dispêndio vão de energia.
Tudo isto será
decerto repetido várias vezes, pois só à medida que vamos adentrando as
verdadeiras causas da nossa falta de tempo e a forma como vivemos a vida, é que
vamos vendo mais e mais claramente o que queremos e o que não queremos mais.
Embora ser fluido
pareça à partida mais fácil, temos muito mais treino de rigidez, muitas vidas
de treino! Por isso tem paciência contigo.
Viver
o Presente
Começa por viver mais
e mais o momento Presente. Esse é o grande segredo da fluidez, do tempo, do
espaço e do dinheiro. Estar no AGORA elimina a tensão do passado e a ansiedade
do futuro. Aliás – o futuro é o passado curado no Agora.
Faz tudo aquilo que
fazes, presente naquilo que estás a fazer. Não te disperses em pensamentos
inúteis, isso gasta a tua energia e não leva aos melhores resultados. São distrações,
como brincadeiras de criança num grande recreio.
Se a tua mente é um autêntico
engarrafamento, começa a praticar meditação, para aprenderes a calar a mente,
gradualmente – Respiração Consciente, diria.
Faz tudo aquilo que
fazes com vontade, com empenho, com Amor. Se há coisas que tens que fazer, que
não podes evitar, mas não tens vontade nenhuma, espera por teres vontade. Háde
vir, não te preocupes. E aí vais fazer mais, melhor, e muito mais depressa,
poupando esforço e ganhando tempo, ou seja, energia para o que gostas de fazer.
De todo o modo, quando estiveres a amar-te e a amar a tua vida, vais amar
vivê-la e tudo o que ela contém!
Vamos supor que
detestas lavar a louça e não tens máquina de lavar. Quando puderes compra uma
ou aceita receber uma. Até lá lava a louça quando te apetece. Quando já não
tiveres sítio onde pôr pratos sujos e a cozinha parecer um verdadeiro
estaleiro, vais ver que ganhas vontade num instante, mas provavelmente não vai
ser preciso chegar a tanto.
Se detestas o teu
emprego e só o fazes porque precisas de ganhar dinheiro vais andar sempre com
falta de dinheiro e falta de tempo, pois tens falta de energia criativa, de
paixão e vontade para fazer esse trabalho.
Como sabes, a
criatividade laboral ocupa grande parte do teu tempo, por isso é essencial ver
como empregas essa energia.
Se acreditas que é
impossível ter outro trabalho, que não há nada mais que possas fazer, que há
falta de emprego, que não tens jeito para nada, etc etc. então é tempo de te
recriares de novo. Ninguém é inútil e o resto também são crenças fixas.
Fluidifica-te.
Ninguém o poderá fazer por ti.
O
motor da Mudança
O desemprego, os
problemas na economia mundial, a criminalidade, tudo espelha a forma
completamente absurda como temos vindo a desperdiçar a nossa energia vital,
logo, o nosso tempo, o nosso espaço e o nosso dinheiro. É uma escassez tão
profunda que parece impossível de remover, mas para e reconsidera.
Cada um de nós forma
o todo social, e por sua vez, o todo mundial. Se cada um de nós passar a usar a
sua energia de forma fluida, vivendo todos os momentos da sua vida em Amor, Autorrespeito,
Paz, Criatividade, Equilíbrio…isso vai acabar por permear o todo, por
transformar o todo que somos cada um de nós juntos.
Tal como dentro de ti
surge a negação da possibilidade de mudança, até que a assumas e a leves
adiante, também assim acontece na sociedade, no mundo inteiro. A revolução é o
único motor da evolução – mas que seja mais e mais uma revolução interna, pois
ela motivará a revolução externa, que aliás já está em marcha. Podemos
acompanhá-la ou ficarmos fechados na nossa caixa , escondidos, com medo de
participar na vida.
Vira-te de dentro
para fora, de pernas para o ar. A perspetiva só pode mudar.
E o tempo passa a
durar, o espaço a abundar, o dinheiro a chegar e a energia a transbordar. Vale
a pena tentar.
É espantoso como toda
a vida ouvimos dizer e temos dito “tempo é dinheiro”, e não temos entendido o
real alcance dessa afirmação – é que tempo é literalmente dinheiro e ambos são
energia, por isso o que se passa com o tempo passa-se com o dinheiro, pois tem
a ver diretamente com o uso que fazemos da energia que nos abastece. E tempo é
também espaço, pois que só existe no contexto do espaço físico, mensurável, por
todos nós recriado. Aliás, o próprio corpo em que habitamos é o primeiro espaço
que contactamos logo à nascença!
Que
dizes?
Vê que tipo de
afirmações utilizas em relação ao tempo. Gastas o teu tempo ou usas o teu
tempo? O tempo nunca chega ou dá para tudo e ainda sobra?
O tempo de te tratares
bem é mínimo ou dispensas-te tempo suficiente?
Respeitas o teu tempo
ou despende-lo sem saber como e sem conseguir geri-lo?
Praguejas em relação
ao tempo, queixando-te constantemente ou nutre-lo?
Tens vontade de fugir
do tempo ou o tempo caminha contigo?
O teu tempo move-se
rápido demais, lento demais ou na medida certa para ti? Sentes que desperdiças
o teu tempo?
O teu tempo é teu ou
pertence a tudo o resto menos a ti?
Sentes o teu tempo
fragmentado, disperso, sem sentido, ou uno e coerente?
Podes muito
facilmente substituir a palavra “tempo” pela palavra “espaço ou “dinheiro” em
qualquer das perguntas… E eis que se torna claro o teu padrão de uso do teu
tempo, do teu espaço e do teu dinheiro – energia.
Trata de mudar o teu
vocabulário. Deixa de gastar dinheiro, passa a usá-lo. Deixa de não ter tempo e
passa a assumir as tuas escolhas de como o usas,
para de dizer que o gastas. Se não
tens tempo para algumas coisas é porque fizeste a escolha de usá-lo noutras.
Assume-te. Deixa de desprezar o teu espaço, utilizando-o como mero depósito do
teu lixo diário – energético e físico – e passa a torná-lo o teu Templo.
Usa a afirmação “o
tempo voa” a teu favor. Voar é fluido, é leve e livre. É solto e sem amarras. É
pleno de possibilidades, de visão ampla, sem fronteiras. Voa com o tempo – é
assim que ele deixa de fugir e passa a ser o que quiseres fazer dele – como o
dinheiro – energia. Se substituíres a palavra “Espaço”, quando se trata de
espaço físico, e a palavra “corpo” por “Templo”, sente como isso muda tudo em
ti e à tua volta. O que é um Templo para ti? As palavras são palavras. Podem
ser despejadas de sentidos que não nos dizem nada e preenchidas de significado
útil para nós.
Aliás a Vida, o
Tempo, o Espaço, o Amor, o Dinheiro, a Criatividade – são tudo formas de
colorir a energia que insufla a existência.
Amor
Onde há Amor, há
Tempo, há Espaço, há Dinheiro, há Criatividade – pois tudo isso é a Vida a
existir.
O princípio criativo
depende, aliás, do Amor que o permeia, e daí tudo o que se reflete na realidade
experienciada.
Experimenta, já
agora, substituir nas perguntas anteriores, Tempo por Amor – surpreende-te.
É como a diferença
entre ver um comboio TGV a passar na linha do comboio ou estar dentro dele.
Quando estamos confortavelmente sentados lá dentro, desfrutando da viagem, não
somos abalados pelo vento da sua passagem no cais da estação. Podemos desfrutar
de cada momento da viagem, sem esforço ou expetativa, porque sabemos que o comboio
vai em direção ao seu destino e não vai chegar lá mais depressa por causa de
nos preocuparmos com isso.
Quaisquer possíveis percalços
no caminho, são nada mais que a própria viagem acontecendo, e a única forma de
estar tranquilo, em equilíbrio, é aceitando-os e vivendo-os sabendo que nada é
permanente, tudo é a viagem a cada instante do caminho. A experiência de ser no
mundo físico...
Temos tendência a
fugir dos instantes que julgamos negativos e a querer ficar nos que julgamos
positivos – esquartejando o tempo.
Cada Agora é um
presente, uma dádiva, não importa o invólucro que parece apresentar.
Encontra o fulcro
desse invólucro e descobre o presente até do que parece insuportavelmente
doloroso. Não podes ficar lá nem que queiras, por isso também não precisas de
ser salvo disso, só precisas de aceitar que chegaste aí, entender para que
serve, integrar, diluir e ir seguindo, um passo de cada vez. O tempo já está a
acontecer. Sempre esteve a acontecer... Lutar contra isso é desperdício de
energia e não resulta em nada.
Respiração
Voltando à questão de
como respiras – relacionada com a Unidade do Tempo e a singularidade do Espaço.
Está visto, pois, que
o Tempo é um Agora uno na sua totalidade presente e não disperso ao longo de
uma cronologia linear. É uma espiral, circular, e não uma linha. Além disso não
é constante nem fixo. É maleável, como o barro.
O Espaço também não é
estanque, pois que o ar está em toda a parte, de uma forma ou de outra. E o ar
é o combustível da vida aqui na Terra.
Bem, observa a tua
respiração. A princípio parece separada, a inspiração e a expiração. Observa
com mais atenção. Uma não existe sem a outra, elas entrelaçam-se, completam-se.
Já observaste um par
de bailarinos dançando?
A dança de cada um
ficaria incompleta sem a do outro, tal como a inspiração e a expiração. Ela é
circular.
Quanto mais profunda
é a tua respiração, mais completa é a tua vida – mais plena do ar que é energia
e que por sua vez incendeia a paixão de viver e produz uma nova dimensão de
tempo – de espaço - e de dinheiro!
Assim é que, se o
tempo é energia, e a respiração também inspira e expande a vida – uma respiração
completa é sinónimo de tempo completo – uno.
Da mesma forma, se o
espaço está pleno de energia, a forma como se preenche é fulcral na forma como
se experiencia.
Respirar apenas até
ao peito, mantém a intenção afastada dos centros vital e criativo, logo não
recria, apenas difunde. E sem recriar o que se difunde não tem fôlego, força
expansiva – logo o tempo é “fraco” e “oco”, sem a paixão de Ser pleno e o
Espaço é limitado também.
Equilíbrio
Também seria
interessante rever como compartimentas a tua vida, dividindo-a em papeis a
desempenhar. Ora vives a vida de família, ora a de trabalho, ora vives o teu
tempo particular ora o teu tempo coletivo, sentindo-te como muitas pessoas
vivendo vidas diferentes. E se sentisses a tua vida como um contínuo, em que és
sempre autêntico, um ser pleno vivendo diferentes experiências a partir da
unidade completa de ti e não parte a parte? Decerto que isso também mudará o
teu tempo…e o teu espaço.
Mais ainda, tem que
haver um equilíbrio entre o tempo que usas a fazer as tuas tarefas do dia-a-dia
e o tempo que usas a nutrir-te, a tomar conta do teu espaço, de ti mesmo, do teu
bem-estar, da tua harmonia e integridade. É o perfeito equilíbrio entre Yin e Yang,
masculino e feminino, recetivo e ativo. Se não conseguires estabelecer este
equilíbrio diariamente, fá-lo semanalmente, mas é imprescindível que o faças. E
assim se incendeia a paixão pela vida, a partir desse ponto transbordante de
Amor e não em permanente estado de carência.
Se estás sempre a pôr
para fora, em estado ativo, não há espaço para construir alicerces, rever
resultados, sentir como estás a fluir, ouvir o impulso criativo e a intuição
para que ela guie a ação, sem esforço. E se não há tempo para isso, não há
tempo para nada, nem dinheiro que chegue para todos os desejos e necessidades –
pois tudo isso vem de um ponto de escassez interna e não de abundância.
Não há, no fundo,
separação entre dar e receber, porque quando assumes a unidade dentro de ti
percebes que dar e receber fazem parte do mesmo círculo, do mesmo contínuo e
tudo é uma e a mesma coisa, nenhuma se anula e cada uma se completa.
Tal como o contínuo
Espaço/Tempo, tudo é uma e a mesma coisa.
Vê isto: o Espaço não
é. Apenas é quando tu, ser Humano/Divino te manifestas através da forma física,
no plano físico. Por isso o Espaço és Tu. Logo, o Tempo que é o mesmo que o
Espaço, só serve como forma de manifestação no plano físico – és Tu!!!
Então: Espaço é
Dinheiro – és Tu, que é Tempo – que és Tu! Tu a Ser – a DAR e RECEBER numa
troca de Energia Criativa constante do não manifesto para o manifesto e de novo
para o não manifesto – tudo uma e outra coisa – como a Vida e a Morte – apenas
muda a forma. Mas sobre a Vida e a Morte não nos alongamos mais – pergunto
apenas – tu queres estar Morto ou Vivo, independentemente da Forma?
Exercícios de Reflexão (usa o teu caderno):
Onde estás a empenhar
a tua energia – o teu tempo, o teu dinheiro?
***
Como é o teu espaço?
***
Define o que é
realmente importante, necessário, prioritário na tua vida.
***
Quais são as ocasiões
em que te sentes afogado na ansiedade da falta de tempo/espaço – e de dinheiro?
***
Anota as áreas de
conflito, tensão, ansiedade, stress, quer de ti para contigo, quer com os
outros.
***
Verifica a ansiedade
e o stress gerados pela suposta falta
de tempo. Como e quando surgem? Mais ainda, porquê?
***
Há algum momento de
calma no teu dia?
Consegues sentir Paz
interior em algum momento? Quando e como?
***
Sentes a tua vida
fluindo ou fixa?
***
Como vives o teu espaço?.
Como estão as gavetas, as prateleiras, os armários, os guarda-fatos... Todas as
divisões da casa, incluindo o sótão e a garagem?
Está tudo atascado de
coisas de que não precisas?
Está arrumado ou
desarrumado?
Quando olhas à tua
volta o que sentes?
***
Vê que tipo de
afirmações utilizas em relação ao tempo, como te fazem sentir e o que preferes
para ti.
Gastas o teu tempo ou
usas o teu tempo?
O tempo nunca chega
ou dá para tudo e ainda sobra?
O tempo de te tratares
bem é mínimo ou dispensas-te tempo suficiente?
Respeitas o teu tempo
ou despende-lo sem saber como e sem conseguir geri-lo?
Praguejas em relação
ao tempo, queixando-te constantemente ou nutre-lo?
Tens vontade de fugir
do tempo ou o tempo caminha contigo?
O teu tempo move-se
rápido demais, lento demais ou na medida certa para ti? Sentes que desperdiças
o teu tempo?
O teu tempo é teu ou
pertence a tudo o resto menos a ti?
Sentes o teu tempo
fragmentado, disperso, sem sentido, ou uno e coerente?
A SEGUIR:
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