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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A Sacerdotisa Eterna

 Obrigada querida amiga!

Ando há algum tempo para escrever esta partilha e hoje chegou o momento.

Passam pela nossa vida muitas pessoas de diversas naturezas, cada uma com o seu valor no desenrolar da nossa senda.


A minha amiga e Irmã de Alma Placídia foi uma daquelas pessoas que plantam as sementes essenciais para que encontremos o caminho de volta a Casa.


Recordo-me com carinho do dia em que a Ana, uma amiga que conheci através das minhas práticas de Magnified Healing, me convidou a ir até Portalegre para um Circulo de Sacerdotisas. Não sabia o que era, mas senti aquele calor no coração que diz que “sim”.


E lá fomos.


A Placídia vivia com o seu marido e filho mais novo numa quinta na Serra de S. Mamede. Um lugar especial, com água a correr pela encosta abaixo e sobreiros, azinheiras, pilriteiros, medronheiros e demais vegetação a colorir de verdes e castanhos os pedregulhos gigantes que escadeavam este pedaço de serra.


A calmaria bucólica era preciosa e o Círculo de Sacerdotisas um recordar de tempos idos em que a Placídia e eu, bem como as demais iniciadas ali presentes, estiveramos nestes mesmos preparos, ainda que nesses entãos fossemos inteiramente dedicadas de Corpo e Alma à Grande Mãe, tendo largando a nossa vida secular para nos entregarmos completamente àquilo que considerávamos haver de mais sagrado.


Enfim, de volta ao século XXI. Foi nestas idas mensais a Portalegre que em 2006 a Placídia nos começou a falar de Tobias e do Crimson Circle e a convidar-nos a Respirar.


Mais adiante, já em 2008, a Placídia partilhava workshops sobre a Respiração e divulgava o trabalho da Norma Delaney, tendo facilitado um deles na minha casa. E foi num solarengo fim de tarde de agosto, depois dum destes workshops, que caí no meu centro, em Casa, num Amor que afinal estava dentro de mim, sem ter mais que procurá-lo em parte alguma. Aí começou a minha história de Amor com a minha Essência e uma grande viagem nem sempre fácil, de descoberta de tudo o que residia escondido e mal amado no meu firmamento.


E foi assim que em 2008 viajei com ela para Frankfurt, para o Curso de Aspectologia organizado pelo Crimson Circle, onde conheci a minha amada Norma em pessoa.

Fiz quinze dias depois o Curso das Energias Sexuais (também do Crimson Circle) em Lisboa, Carcavelos, com a Placídia como facilitadora e de seguida comecei a traduzir o seu livro “A Sacerdotisa das Águas” para inglês em troca dos Cursos Dreamwalker Death, Dreamwalker Ascension, New Energy Synchrotize todos em Portugal e New Energy Synchrotize Teacher Training na Roménia.


 Fiz o Teacher Training da Escola das Energias Sexuais em Janeiro de 2009 na Holanda e o Teacher Training de Aspectologia em Março de 2009 em Palma de Maiorca, tendo frequentado este último com a Placídia, após o que começámos a facilitar estes cursos em conjunto.


Estivemos depois disso, em 2010, juntas na experiência de 6 meses de Master Mentoring com Norma Delaney e Garret Annofsky (seu marido), partilhando toda a experiência de descoberta na Holanda, em Frankfurt, em Palma de Maiorca e aqui mesmo nas nossas casas.


Em 2010 convidámos a Norma e o Garret para virem facilitar um Curso de Respiração aqui em Portugal e conseguimos angariar 60 participantes. Foi uma experiência maravilhosa em que tive o privilégio de fazer tradução simultânea para português, vivendo profundamente todos os ensinamentos partilhados. Que dádiva incrível!


A partir de 2011 comecei a desenvolver o meu projeto InPassion Coaching e a Placídia, que havia entretanto mudado de residência para Lisboa, foi também desenvolvendo as suas formações de expansão de consciência e cada uma seguiu o seu caminho de mãos dadas com a sua Alma, encontrando-nos de quando em vez em alegre partilha das nossas descobertas.


Médica cirurgiã ortopédica, a segunda em Portugal num tempo em que poucas mulheres se aventuravam tão longe nos estudos e na carreira, viajante das estrelas e mãe de muitas criações, incluindo 3 filhos e sua prole, tradutora dos materiais Crimson Circle para português e principal impulsionadora destes trabalhos aqui em Portugal, a Placídia foi sem qualquer sombra de dúvida, fundamental no nosso caminho evolutivo, abrindo-nos portas de infinitas possibilidades conforme ela própria se foi redescobrindo em cada Respiração. 


Recordo-me com frequência da sua partilha de como chegou a experienciar ser completamente Respiratoriana - viver a 100% da Respiração/ Prana, tendo passado cerca de 3 meses sem ingerir comida nem bebida e de como isso era para ela incrível de vivenciar, pois sendo médica de profissão, muitas foram as crenças que teve que largar para assumir e permitir esta possibilidade. Recordava feliz como tinha energia para dar e para vender, vivendo naquele tempo numa comunidade no Porto e tomando conta da horta, da cozinha e ainda das suas consultas de medicina. 


Acabou por voltar a comer e a beber pelo sentido prático de viver em comunidade e por ser desafiante ter que cozinhar e não provar as suas delícias. No entanto vivia certa que um dia voltaria a essa escolha de largar até mesmo aquela que temos como a necessidade mais básica. Saber que afinal nem mesmo o alimento e a bebida nos condicionam, foi para mim a certeza que nada nos condiciona para além da nossa vontade. O que quer que queiramos escolher experimentar aqui na Terra, pode ser realizado.


Conta-me o João, o seu filho mais novo, que a Placídia partiu por vontade própria pois o seu corpo já não lhe proporcionava o conforto que a vida convida a celebrar. Chegara a sua hora e ela não queria demorar-se mais por aqui. 


Quando o João me ligou após o funeral, no dia 31 de agosto e não pude atender imediatamente, ocorreu-me imediatamente o motivo da sua chamada. E fiquei a sentir o que aquela notícia que ele me daria me traria. Sorri. Era assim. Certo e perfeito.


Quando mais tarde falámos ao telefone e ele me contou o que eu já sabia, sorri de novo. Sentindo a tristeza natural de um filho que perdeu a mãe mas o respeito e compaixão de um Mestre que sabe que tudo está bem. Pois a certeza do João, tal como a minha, é que a Placídia que já não tem esta identidade, se encontra feliz como nunca na sua Nova Terra, a receber massagens etéreas todos os dias, livre do seu corpo físico e a desfrutar plenamente de Ser.


Tenho-me quedado vezes sem conta com a memória da Placídia e nunca me surgiu uma lágrima de tristeza em relação à sua partida. É algo inédito, pois as pessoas que me são mais próximas são geralmente alvo de alguma forma de luto e pesar. Pelo menos por alguns instantes. Mas não. Apenas sinto gratidão imensa, amor e alegria. Celebro-a, a minha querida Placídia! Tantas vidas juntas que pelos vistos o saber da nossa eternidade se tornou uma verdade irrefutável. Tão assim que não há nada para chorar. Afinal de contas, não faltamos. Ficamos. Cá ou lá. Não importa onde. Ficamos fundidas naquilo que realmente somos.


Um abraço longo e pleno de tudo o que se pode Ser, partilho aqui contigo, eterna amiga. Está mesmo tudo bem em toda a criação <3


Obrigada a todos que aqui estão na Terra e aos que já partiram para outras viagens e descobertas. A existência continua. Perpétua. 





sábado, 23 de setembro de 2023

Os Bastidores de uma Nova Criação (PT)

 Por vezes, a vida é surpreendentemente inesperada e inesperadamente surpreendente.

Na verdade, poderia dizer que a minha vida é assim diariamente. A única diferença é a dimensão das surpresas. Algumas são maiores, outras não tão grandes, mas mais cedo ou mais tarde criam sempre melodia no meu coração.


Sim, claro. Porque, tal como com toda a gente, há coisas que acontecem que são mais do meu agrado inicial do que outras. No entanto, invariavelmente, são sempre perfeitas para mim e isso vejo-o gradualmente ou abruptamente ou algures no meio, à medida que o quadro geral se revela.


Dito isto, e uma vez que escolho inquestionavelmente seguir o meu coração sob todas e quaisquer circunstâncias, independentemente do que pareçam, relaxo no meu Espaço Seguro interior, bebendo a minha chávena de chá ou limonada e confio na sabedoria intrínseca do fluxo. De qualquer forma, não vale a pena não confiar, uma vez que me recuso a agarrar-me às margens e o rio da vida está em constante movimento quando nos mantemos presentes e disponíveis para ele.


Por isso, com planos ou sem planos, continuo a descobrir cada respiração à medida que ela se apresenta, deixando o meu leme interior guiar o curso do agora, apesar da minha eventual curiosidade sobre o "como", "quando" ou "o quê" que está ao virar da esquina. 


Foi assim que esta Cooperativa Integral T'Inspirar bateu à minha porta sem aviso prévio da sua chegada e sem mapa, guia ou caminho pré-definido a seguir. No entanto, como acontece com todas as criações que nascem da alegria incontida de se expressar do coração, trouxe consigo tudo e todos os que são necessários para a sua manifestação numa realidade muito para além dos meus sonhos... até agora - e suspeito que continuará a ser assim, por mais vislumbres que tenha dos próximos passos.


No início, há cerca de 6 ou 7 meses, quando comecei a receber estas sugestões e estímulos interiores para explorar mais esta possibilidade, devo dizer que estava um pouco reticente.


A minha vida é espetacular, simples, tranquila e fluida. O meu silêncio interior é ouro e o amor que sinto é uma fonte constante de gratidão. Não tenho muitas necessidades e gosto de viver assim. Esta doce brisa da minha respiração segura-me e embala-me ao longo do caminho, enquanto habito nesta Terra que acabei por aprender a adorar ao longo de eras e mais eras de tempo linear e não tão linear.

Poderia muito facilmente viver afastado da azáfama das interações regulares do dia a dia e apenas comungar com a natureza, brincar com outras criaturas, incluindo os humanos, de vez em quando, sem qualquer desejo ardente por satisfazer, tal é a minha sensação de completude. Em sintonia com tudo o que é.


No entanto, suspeito que é precisamente por me sentir assim, que este convite para uma nova aventura muito divertida se apresentou tão forte e claro - demasiado claro para eu não o reconhecer e demasiado forte para eu não o ouvir.


Assim, fui empurrada para a beira de um penhasco, embora nesta altura já saiba que tenho asas. Sim, fiz skydiving durante alguns quilómetros, mas depois tive de as abrir e voar com a graça natural que aprendi com todos os outros penhascos que saltei antes deste, de forma mais ou menos desajeitada. 


E, ao prosseguir com este projeto, o único princípio orientador tem sido a alegria. O meu coração está imerso numa alegria constante com cada nova criação e nenhum desafio foi até agora suficientemente teimoso para diminuir esse fogo.


Suponho que se por acaso estavam a pensar porque é que eu decidi meter-me por um caminho desconhecido tão sui generis como este, que é a descoberta, momento a momento, de um projeto da Nova Terra (seja o que isso for)... ainda estão a coçar a cabeça, tal como eu estou!!!! E estou a rir-me à gargalhada neste momento :) Mas sabes que mais? Não importa! O que tu e eu nos questionamos é totalmente irrelevante. O que importa é a alegria vivida, expressa, partilhada e incendiada, e isso, meu caro amigo/a, é o que não falta por aqui.


E o amor, perguntarás tu? O amor banha-se em alegria. A alegria nasce do amor. São intrínsecos um ao outro. Ah e a Paz... Bem, a Paz, a Harmonia e o Equilíbrio são o seu resultado. 


Gostaria de reservar aqui algumas palavras especiais para os meus queridos amigos que embarcaram nesta expedição comigo, certamente tão loucos como eu, se não ainda mais!!! Mas estamos todos a adorar, isso é certo!


O convite que vos faço é "gostariam de vir brincar connosco também?"


Para descobrir, explorar, criar, maravilhar-se, amar, desfrutar, exprimir-se e criar um pouco mais. Para deixar de lado planos, expetativas, formatos e crenças pré-definidas. Mergulhar num estado de fluxo flexível que se manifesta com perfeição sincronizada. Confiar. Cooperar com a generosidade da vida e permitir que ela nos abençoe constantemente.


A vida nem sempre nos traz o que queremos, mas traz-nos sempre o que precisamos, de acordo com a consciência em que estamos. A energia está constantemente ao nosso serviço e nunca deixa de proporcionar os desfechos que melhor reflectem o nosso estado de consciência em cada momento.


Ah, sim. Agora dou-me conta! A vida está simplesmente a querer celebrar-se através de nós, connosco!


Obrigada! Saúdo à nossa!


Aceito o convite!


E tu? Queres juntar-te a nós nesta celebração?


Descobre mais sobre a Cooperativa Integral T'Inspirar AQUI 




Backstage Insights of a New Creation

Sometimes life is surprisingly unexpected and unexpectedly surprising.

I could actually say that my life is so on a daily basis. The only difference is the dimension of the surprises. Some are larger, some not so big, but they always make my heart sing, sooner or later.


Yes, of course. Because just like with everyone else, there are things that happen that are more to my initial liking than others. However, invariably, they are always perfect for me and this I see either gradually or abruptly or somewhere in-between, as the bigger picture reveals itself.


This being said, and since I choose to unquestionably follow my heart under any and all circumstances, no matter what they seem, I relax in my inner Safe Space, sipping my cup of tea or lemonade and trust the intrinsic wisdom of flow. No point not trusting it anyway, since I refuse to hold onto the edges and the river of life is in constant motion when one remains Present and available to it.


So plans or no plans, I keep on discovering each breath as it presents itself, letting my inner rudder guide the course of the now, despite my eventual curiosity about the “how’s”, “when’s” or “what’s” around the corner. 


This is how this Integral Cooperative - Inspiring You (originally T’Inspirar) knocked on my door with no prior notice of its arrival and no map, guide book or pre-defined path to follow. Nevertheless, as with all creations born from the heart’s unbridled joy of expression, it has brought with it everything and everyone needed for its manifestation into a reality far beyond my wildest dream… so far - and I suspect it will continue to be so, no matter how many glimpses I get of the upcoming steps.

At the beginning, about 6 or 7 months ago, when I started getting these inner hints and nudges to explore this possibility further, I was somewhat resistant, I must say.


You see, my life is pretty awesome, simple, quiet and free flowing. My inner silence is blissful and the love I feel is a constant source of gratitude. I do not have a great many needs and I enjoy it like this. This sweet breeze of my breath holding me and rocking me along the way, as I dwell on this Earth that I have come to adore over the course of many eons of linear and not so linear time.


I could very easily live removed from the hustle and bustle of regular day to day interactions and just commune with nature, play with other creatures including humans now and then, without any burning urges to fulfil, such is my sense of completeness. At one with all that Is.


However, I suspect it is precisely because I feel this way, that this invitation to go on a very fun new adventure has presented itself so loud and clear - too clear for me not to acknowledge it and too loud for me not to listen.


So I was shoved off the edge of a cliff, though at this point I know I have wings. Yes, I did skydive for a few kilometres, but then I just had to open them and fly with the natural grace I have learnt from all of the other cliffs I have jumped before, more or less clumsily. 


And in following through with this endeavour the only guiding principle has been joy. My heart is immersed in constant joy with each new creation and no challenge has been stubborn enough to dim that fire.


I suppose if you were wondering why I have decided to get myself into such a huge unknown landscape as is the moment to moment discovery of a New Earth project like this one… you are still scratching your head, just like I am!!!! And boy, am I laughing out loud right now. But you know what? It doesn’t matter! What you and I wonder about is totally irrelevant. What matters is the joy lived, expressed, shared and ignited, and this my dear friend, this there is plenty of around here.


And love, you might ask? Love bathes in joy. Joy is born from love. They are intrinsic to each other. Ah and Peace… Well, Peace, Harmony and Balance are their result. 

I’d like to reserve a few special words here to my beloved friends who have embarked on this expedition with me, surely as crazy as I am if not even more!!! But we are all loving it, that’s for sure!


The invitation to you is “would you like to come and play with us also?”


To discover, explore, create, marvel, love, enjoy, express and create some more. To let go of plans, expectations, formats and pre-defined beliefs. To dive into a flexible state of flow that manifests with synchronistic perfection. To trust. To cooperate with life’s generosity and allow it to constantly bless you.


Life doesn’t always bring us what we want but it always brings us what we need, according to the consciousness we are coming from. Energy is constantly at our service and never ceases to provide whatever outcomes best reflect our awareness in each moment.


Oh, yes. I realise! Life is simply wanting to celebrate itself through us, with us!


Cheers! 


I’m in! 


Care to join us in this celebration?


Find out more about the T'Inspirar (Inspiring You) Integral Cooperative HERE




Sai da frente! - Parte 2 (PT)

 Sai da frente! 

Parte 2


Apenas uma nota que irá preencher algumas linhas sobre como ficamos presos, bloqueando o caminho e como remover os bloqueios, uma respiração de cada vez.


Como mencionei acima, para estar num espaço de Confiança comigo mesma, tive de enfrentar o meu Lado Negro, que gosto de definir simplesmente como tudo o que nunca havia aceitado acerca das minhas experiências e expressões.


É fácil ficarmos presos sem o sabemos. Basta um bom trauma, seriamente escondido. Se houver vários, tanto melhor. Temos a impressão de que estamos a tentar e a tentar ultrapassar as águas lamacentas do pântano, mas parece que não conseguimos perceber o que pode estar a faltar para tirarmos definitivamente os pés da lama.


Se realmente, realmente, realmente escolheres fundir-te com a tua Essência, render-te à fusão com a tua faceta Divina - por outras palavras, fundir a faceta Humana com a tua Essência Divina - mais cedo ou mais tarde irás deparar-te com o trauma oculto.


É como uma comichão. Algo que sabes que está lá, mas que continua a iludir-te. E isto é porque há uma série de crenças em torno do que quer que seja que está escondido, que não fornecem um espaço seguro e aberto de comunicação para a parte que está escondida poder interagir contigo no teu momento do agora.

Então, antes de mais, permite-te ir mais fundo na aceitação de todas as coisas na Terra como experiências Apenas isso. 


Não é fácil. Mas com a ajuda da tua Respiração, permanecendo Presente e recebendo o teu calor interior, diretamente da tua Essência, gradualmente a Compaixão começa a colorir a tua visão e começas a perceber que cada coisa só tem o valor que lhe dás.


Agora, imaginemos que já te tinhas deparado com uma memória muito dura de algo profundamente traumático, mas nesse momento disseste imediatamente a ti próprio "isto não pode ser verdade" e passaste a evitá-la e tentaste o mais possível descartá-la como parte de uma imaginação hiperativa.


Como é que se sabe se esta memória é realmente verdadeira? A primeira coisa é exatamente "isto não pode ser verdade". Sempre que esta incredulidade surge, podes ter a certeza de que é verdade. 


A segunda coisa é que continua a incomodar-te. Sentes-te desconfortável. Tentas negá-lo, mas continua a aparecer quando menos esperas. E mesmo que fiques enredado na perturbação de personalidade múltipla (com ou sem identidades especificamente nomeadas - o que significa que não precisas de ter nomes para as tuas múltiplas personalidades para seres múltiplo. Basta aperceberes-te que mudas, que te tornas uma pessoa diferente de repente. Comportas-te de uma forma que te apercebes que é estranha para ti mas que não consegues evitar)... Bem, mesmo que te envolvas num jogo de escondidas contigo próprio, há um saber intrínseco de que algo não está bem, que algo precisa desesperadamente da tua atenção. Que não te sentes bem contigo próprio.


Há também o caso em que se desbloqueia uma memória traumática e se está completamente consciente dela, não se nega que tenha acontecido, mas não se consegue aceitá-la. Nem a si próprio, nem  aos outros que estiveram envolvidos no acontecimento.


Assim, as duas chaves para saíres do teu próprio caminho e descolares o que parece estar irrevogavelmente preso são:


1. Desbloquear e reconhecer todos os traumas (profundamente enraizados ou não) - deixá-los vir à tona e estar presente para aquelas partes de ti que nunca foram amadas, aceites, reconhecidas e abraçadas;


2. Aceitação - aceitar todas as coisas como elas são, não querendo continuar a associar emoções aos acontecimentos e às pessoas que contribuíram para o nosso trauma, sair do choque e da descrença, sair da vergonha, da culpabilização e da culpa, lidando com as emoções que estão a surgir, mergulhando nelas, não para nos perdermos nelas, mas para percebermos que elas não nos podem prejudicar neste momento. Estas emoções são do passado. Tal como as experiências que as criaram. Tu és o convergente. Aquele que agora é capaz de discernir o que lhe serve e o que não serve. Aquele que pode ser o adulto encarregado de abraçar e amar todas as crianças e adolescentes que ficaram trancados na dor da exclusão.


Por isso, se houver um trauma não reconhecido e uma não aceitação, então não serás capaz de sair do teu próprio caminho, porque mesmo o que parece ser invisível está lá de qualquer maneira, a bloquear o caminho para seguires em frente.


E é ótimo que tenhamos criado isto desta forma. Porque não podemos seguir em frente sem as competências e os tesouros que o nosso “eu traumatizado” adquiriu. Há uma enorme riqueza no nosso chamado Lado Sombrio. E este só se pode tornar não distorcido através da reunião com o nosso chamado Lado Luminoso. Eles são uma e a mesma coisa. São a nossa Totalidade. Eles são apenas experimentados como separados por virtude da dualidade, que não passa, afinal, de uma ilusão. Mas uma ilusão muito real. E algo que só podemos transcender quando ultrapassamos toda a raiva, luta, fúria, desânimo, desamparo, desespero, culpa.... Etc


Por outro lado, mesmo quando abraçamos e reconhecemos estas instâncias traumáticas e recebemos as partes de nós que estavam longe de casa, a Perturbação de Stress Pós-Traumático pode ainda ter mais camadas para desvendar. Já não são os Aspetos da Personalidade, mas sim as crenças, as impressões criadas pelo condicionamento a que fomos sujeitos ou a que nos submetemos enquanto estávamos traumatizados. Estas podem ser tão subtis que podem ser necessários muitos anos após a integração para nos apercebermos dos muros de negação temerosa relativamente a certas experiências da nossa vida quotidiana. Pode haver coisas que temos estado a evitar apenas porque ainda existe uma raiz de condicionamento passado nas nossas células físicas que nega uma certa categoria de experiências, embora, claro, uma nova experiência seja sempre nova e não tenha de ter qualquer semelhança com qualquer uma que já tenha ocorrido, mesmo que tenha contornos semelhantes. 


Como ultrapassar isto? Saberás. A única exigência é: estares disponível para te deixares ir mais fundo e mais longe.


E voltamos ao início desta partilha. 


Em suma, não faltam oportunidades no dia a dia para nos aventurarmos no desconhecido e sairmos do caminho da realização dos nossos potenciais expandidos neste momento. 


Um pensamento. Uma crença. Uma perceção. Deixar ir o seu invólucro. Descobrir o que está lá quando temos a coragem de ficar Presentes e abraçar as nossas experiências tal como elas vêm, sem julgamento. Não adulteradas pelos nossos apegos teimosos a impossibilidades problemáticas e a limitações resistentes.


Há muito mais na vida do que aquilo que já passou. E está tudo a acontecer agora mesmo. Celebra-o. Cada respiração é uma oportunidade para participar no fluxo, dançando com a vida em vez de lutar contra ela.



Foto por Sami Anas (Pexels)

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Sai da frente! - Parte 1 (PT)

Sai da frente!


Parte 1


Sim, eu sei. Já te deparaste com isto. Se escolheste entregar-te verdadeiramente à fusão da tua natureza sagrada com a tua humanidade, de certeza que já te apareceu à frente em letras grandes e gordas: "sai do caminho"...

É intrigante. É certo. O que é que isto significa realmente e como é que se faz? Quer dizer, como é que se deixa aberta e livre das nossas percepções limitadas a autoestrada da nossa transcendência para além das limitações?


É absolutamente simples.


Sempre que surge um pensamento que diz "não sou o suficiente" ou "não sou capaz" ou "não tenho a certeza se é possível" ou... ou... ou... Qualquer coisa que tenda a querer questionar e negar o que o teu instinto te está a convidar a adentrar, a abraçar, a permitir - olhas para o pensamento, sorris, respiras fundo e dissolves essa resistência nublada com um suspiro desapegado de "ok". Aceitas esse pensamento, mas não lhe dás a mão para dançares com ele. Deixas-lo ir. E segues em frente, descobrindo que raio é que a tua Essência te está a convidar a experimentar!


E não. Não podes saber o que é ou como se desenrola sem realmente entrares na experiência.


A maior parte das nossas ideias de possibilidade e capacidade não tem a ver com o que podemos ou não podemos fazer, mas com o que queremos ou não queremos fazer.


Quando dizemos "não consigo mudar" ou algo do género, o que realmente queremos dizer é "não quero mudar". Porque é precisa toda a nossa atenção, determinação e vontade para ultrapassar hábitos enferrujados e pontos de vista bafientos - e, claro, sejamos realistas, sabe tão bem ficar confortavelmente aconchegado naquilo que nos é conhecido! O nosso caminho confortável e previsível está muitas vezes tão enraizado que, sem uma dose extra de paciência, resiliência, vontade... eeeee coragem, continuamos a cair no pacote do que é habitual para nós.


Apercebi-me que, sempre que recebo um chamamento interior para me aventurar nalguma coisa que anteriormente pensava estar para além das minhas capacidades, se o meu coração estiver a cantar de alegria, tenho de dizer “sim” a esse chamamento interior - independentemente daquilo em que acreditei até agora. 

Não importa se acho que vou gostar. Se estou a sentir um riso borbulhante dentro de mim, então faz parte da minha viagem e irei certamente descobrir os tesouros que essa descoberta tem para acrescentar à minha já abundante caverna dourada de presentes.


É então que me apercebo que não estou limitada pelas minhas crenças. Não estou limitada pelas minhas perceções. Não estou limitada pelos meus pensamentos. Não estou limitada pelas minhas experiências passadas. Não estou limitada pelos meus hábitos. Não estou limitada pelas minhas ideias de tempo e de espaço e pelas suas restrições. Não estou limitada por nada que pareça ser mais forte do que o meu chamamento interior, porque, se estou a ser convidada a permitir algo, a explorá-lo, a abraçá-lo e a recebê-lo, então sou capaz de o fazer. Só não tenho ideia de como pode ser feito quando olho para o convite a partir das caixas limitadas de regras pré-concebidas. É nessa altura que sei que tenho de sair do meu próprio caminho e deixar a assim chamada magia acontecer.


Não é que tudo seja possível - como saltar de um prédio de 10 andares acreditando que se vai voar qual super-herói diretamente de uma cena de filme. Trata-se de receber um empurrãozinho interior, um convite da nossa Essência e saber que, se está a ser proposto, é possível, caso contrário não seríamos persuadidos a seguir esse caminho.


E como é que se sabe que é realmente a nossa Essência a acender a chama da possibilidade e a empurrar-nos para além das nossas limitações?


Simples. Totalmente simples. Como já partilhei aqui. Se faz o nosso coração dançar de alegria, é um "desafio" divinamente infundido... Ou talvez deva antes dizer uma "bênção"? E é pacífico. Sempre. Não há preocupação, ansiedade ou mesmo excitação nervosa. É sereno. Alegremente sereno. 


É aqui que, apesar de estarmos em paz por dentro, nos sentimos como se estivéssemos a andar na corda bamba ou na slack line ou no que nos parecer mais desafiante. Também pode ser voar nos baloiços do trapézio, por exemplo.

O mais divertido é que, apesar de não a podermos ver, existe sempre uma rede de segurança. A nossa Essência, o âmago de quem realmente somos, está a guiar-nos - quero dizer “a guiar-se a si própria" - 100% do caminho. A Alma quer viver esta experiência! Porque é haveria de existir algum problema com isso? Não há nada a temer. Não há razão para evitar esta aventura. A perceção humana só tem que expandir a sua visão e permitir.


E no fim da linha, mais uma vez, a chegada e a celebração da realização. A paz de saber que foi  a vivência de infinitas experiências  que nos trouxe até aqui. Nem mais nem menos. A alegria de termos sido capazes de escolher a realização do convite da nossa Alma. A excitação de estar completamente aqui. Agora. Vivo. Inteiro. A felicidade de deixar ir... Uma e outra vez, pois não importa o quanto aprendemos enquanto estávamos na corda bamba. É tudo para deixar ir. O que nos serviu hoje pode não nos servir amanhã. O que pensámos saber num dado momento não é necessariamente relevante mais tarde. Aprender para desaprender. Conhecer para desconhecer. Viver para morrer e morrer para viver. Uma e outra vez.


O que resta é o elixir destilado da riqueza da experiência, dissolvido no cerne de nós próprios, no seio de cada célula física e no magma de antimatéria que contém todas as coisas. Não os aspetos práticos e tangíveis da viagem. Estes são apenas ferramentas para a valorização do nosso tesouro interior e as ferramentas são necessárias apenas enquanto a experiência se está a desenrolar.


É nessa altura que podemos abraçar o facto de não sabermos nada e sabermos tudo na mesma. É estranhamente libertador.


A minha Alma tem criado muitos sonhos ao longo das suas muitas expressões de humanidade através das eras. Alguns foram realizados. Mas a maioria ficou encoberta pelas perceções de impossibilidade do Pequeno Eu Humano.


Nesta vida, este ser humano que eu sou agora, é o ponto de convergência de todos esses sonhos que finalmente foram permitidos no meu acreditar. Finalmente foram aceites como possíveis.


Eu sou o sonho tornado realidade. Só porque escolhi dizer Sim, descobrir mais, sair do caminho do fluxo e fundir-me com ele. Não ter de me agarrar aos planos e regulamentos de nenhuma identidade específica, perceber que sou a soma total de todas as partes de mim, independentemente do que cada uma tenha sido concebida para crer e experienciar. Eu sou o recetor de todas as minhas dádivas, na medida em que a escuridão de mim já não se mantém não reconhecida. Oh não, de todo!


Demorei algum tempo, mas não tanto assim, quando comparado com todas as vidas em que virei as costas a mim própria. Foi necessária uma enorme determinação, mas agora que estou a experimentar a minha própria integridade e a viagem de ser Um dentro e fora, a determinação parece uma mera gota no oceano. O oceano tomou conta de mim e já não me é difícil discernir que o que eu realmente quero, sempre, é ser a expressão dos sonhos da minha Alma nesta realidade física. E assim é. 


Será que eu sei o que isso significa 100% do tempo? Claro que não. 


Se eu me importo? Não, de maneira nenhuma.


Será que gosto de viver em território desconhecido e de não saber o que está ao virar da esquina de cada respiração? Sim! Adoro! E tenho a certeza, a certeza absoluta, de que posso confiar nesta vida vivida em total entrega à fusão no Amor. Humano e Divino unidos numa única explosão de paixão colorida. Tudo o que Sou - físico e não-físico. Uma expedição no tempo e no espaço que abrange o vazio intemporal de uma multiplicidade de dimensões que se fundem para serem vividas para além das minhas fronteiras anteriormente conhecidas.




Foto por Dylan Chan (Pexels)

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