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domingo, 4 de setembro de 2022

Completude Incompleta

 Completude Incompleta



Eternamente bem-aventurado, uma miragem. Algo a dissolver-se no horizonte como as ondas de calor transpirando a sua névoa sobre o espelho da consciência.

Nada pode ser permanente na impermanência da forma. Abençoados somos, conforme a vida inspira para logo depois se desvanecer na expiração antes de elevar-se uma vez mais.

Não é suposto permanecermos intocados. Figuras de cera a fingir-se verdadeiras. Não. Não somos. Poderia ser uma canção, uma torrente de alegria? Eventualmente uma lágrima, uma tristeza passageira… Adeus, dirás, a tudo isto. Conforme a transparência cristalina de ser nada permeia a tua consciência. Contentamento infindável.

Um desenrolar generoso tem sido, este meu descobrir de mim mesma existindo em cada dia, de cada forma. 

Nunca sei o que está para vir, quem experienciarei ser hoje. Apenas conheço a vitalidade no aconchego de cada respiração. A minha fisicalidade uma dádiva abençoada que consolida a infinitude que Sou em gotículas de alquimia. 


Não há lugar que me contenha. Nem espaço que me retenha. Com o Tempo danço, na minha exploração multidimensional. A sabedoria espirala adiante a partir do oceano invisível que gentilmente acaricia as suas ondas na margem arenosa dos meus momentos… vem e vai irrestrita pela necessidade e a liberdade é o perfume delicado da minha vivência desconhecida. 

Humano ou Divino, deixaram de ser um enigma… uma demanda. Pois ao cabo de ambos reside o Um e nesta inteireza tudo reside. Tudo o que Sou.


Amados amigos, venho diante de vós hoje, provinda de um reino de profunda gratidão. Esta mesma que permeia o meu coração desde a alvorada até ao crepúsculo, desde o crepúsculo até à alvorada. 

Amor… Amor é o meu bastão de Sabedoria, a minha varinha mágica, e ainda que não o comande ele pertence-me como me pertencem as células do meu corpo, os ossos que me sustentam, o sangue que me corre nas veias. Não me pertence e ainda assim é meu para ser saboreado. E eis que me curvo em grato contentamento. Curvo-me diante de ninguém em particular. Diante de nada que se defina. Curvo-me diante daquilo que me infunde, sem nome, sem forma. Aquilo que é, ainda assim, tão tangível como estar aqui agora, a escrever estas expressões de sentir numa página em branco.


O que proveio desde meu mês com a abundante Mãe - a Natureza, a Terra, a Doadora Quintessencial da Vida - foi, é e continuará a ser um novo agora com um sabor profundamente basilar, desenrolando-se de formas que não consigo ainda definir como completas, ainda que a completude seja neste mundo da forma simultaneamente o meu estado intrínseco e ainda assim nunca alcançável. E sorrio um sorriso do coração que me ilumina o rosto e brilha nos meus olhos, pois sei que esta é a dádiva mais especial de estar aqui - a completude incompleta. Tal como cada respiração. E celebro! Celebro-me a mim, a ti, a nós, a tudo. 


Continuaremos a brincar, tu e eu, conforme cada um de nós descobre o que se nos apresenta no caminho. Imensamente belo. Continuaremos a celebrar. 


Amo-te, Cada reflexo do eu que é eternidade impermanente. Obrigada por estares aqui. Estejas onde estiveres. Seja quem for que te reconheces sendo. 


Com Amor, 


T. C. Aeelah

31 Agosto 2022








Incomplete Completeness

 Incomplete Completeness


Eternally blissful, a mirage. Something shifting on the horizon like the waves of heat perspiring their fog onto the mirror of consciousness.

Nothing can be permanent in the impermanence of form, and a blessing it is that life inhales and fades into exhale before rising again.

We are not meant to remain untouched. Figures of wax feigning realness. No. We are not.

Could it be a song, a showering joy? Eventually a tear, a sadness passing by… Farewell you will say, to all of this, as the crystalline transparence of being no-thing permeates your awareness. Contentment everlasting.


A generous unfolding it has been, as I discover myself existing each day, each way. 

I never know what is to come, who I will experience being today. All I know is aliveness in the warmth of each breath. Physicality a blessed boon that rivets the infinity I Am into tangible droplets of alchemy. 


No place can contain me. No space can retain me. Time I dance with, as dimensions I explore. Knowingness spirals forth from the invisible ocean that gently laps its waves onto the sand shore of my moments… It comes and it goes unbridled by need and freedom is the delicate perfume of my unknown livelihood.


Human or Divine is no longer a riddle… a quest. For beyond both there is One and in this entirety lays All. All that I Am.


Beloved friends, I come to you today from a realm of profound gratitude. That which permeates my heart from dawn to dusk, from dusk to dawn.

Love… Love is my shaft of wisdom, my magical wand and though I do not command it, I own it like the cells in my body, the bones that uphold me, the blood in my veins. It does not belong to me, and yet it is mine to be savoured and thus I bow in grateful contentment. I bow to no one in particular. To nothing as such. I bow to that which infuses me, nameless, formless. That which is, however, as tangible as being here now, writing these expressions of sense on a blank page.


This which has ensued throughout my month with the bountiful Mother - Nature, Earth, the quintessential Giver of Life - has been, is and shall go on being a new nowness of a very essential flavour, unfolding in ways I cannot yet define as complete, though completeness is in this world of form both my intrinsic state as well as never achieved. And I smile a smile from the heart that lights up my face and sparkles in my eyes, for I know this to be the most special gift of being here - incomplete completeness. Just like each breath. And I celebrate! I celebrate, me, you, us, everything.


We will keep on playing, you and I, as we each discover what comes our way. Unique. Beautiful beyond measure. We will keep on celebrating.


I love you, each reflexion of the me that is impermanent eternity. Thank you for being here. Wherever you are. Whoever you perceive yourself to be.


With Love,


T. C. Aeelah

31st August 2022