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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A Sacerdotisa Eterna

 Obrigada querida amiga!

Ando há algum tempo para escrever esta partilha e hoje chegou o momento.

Passam pela nossa vida muitas pessoas de diversas naturezas, cada uma com o seu valor no desenrolar da nossa senda.


A minha amiga e Irmã de Alma Placídia foi uma daquelas pessoas que plantam as sementes essenciais para que encontremos o caminho de volta a Casa.


Recordo-me com carinho do dia em que a Ana, uma amiga que conheci através das minhas práticas de Magnified Healing, me convidou a ir até Portalegre para um Circulo de Sacerdotisas. Não sabia o que era, mas senti aquele calor no coração que diz que “sim”.


E lá fomos.


A Placídia vivia com o seu marido e filho mais novo numa quinta na Serra de S. Mamede. Um lugar especial, com água a correr pela encosta abaixo e sobreiros, azinheiras, pilriteiros, medronheiros e demais vegetação a colorir de verdes e castanhos os pedregulhos gigantes que escadeavam este pedaço de serra.


A calmaria bucólica era preciosa e o Círculo de Sacerdotisas um recordar de tempos idos em que a Placídia e eu, bem como as demais iniciadas ali presentes, estiveramos nestes mesmos preparos, ainda que nesses entãos fossemos inteiramente dedicadas de Corpo e Alma à Grande Mãe, tendo largando a nossa vida secular para nos entregarmos completamente àquilo que considerávamos haver de mais sagrado.


Enfim, de volta ao século XXI. Foi nestas idas mensais a Portalegre que em 2006 a Placídia nos começou a falar de Tobias e do Crimson Circle e a convidar-nos a Respirar.


Mais adiante, já em 2008, a Placídia partilhava workshops sobre a Respiração e divulgava o trabalho da Norma Delaney, tendo facilitado um deles na minha casa. E foi num solarengo fim de tarde de agosto, depois dum destes workshops, que caí no meu centro, em Casa, num Amor que afinal estava dentro de mim, sem ter mais que procurá-lo em parte alguma. Aí começou a minha história de Amor com a minha Essência e uma grande viagem nem sempre fácil, de descoberta de tudo o que residia escondido e mal amado no meu firmamento.


E foi assim que em 2008 viajei com ela para Frankfurt, para o Curso de Aspectologia organizado pelo Crimson Circle, onde conheci a minha amada Norma em pessoa.

Fiz quinze dias depois o Curso das Energias Sexuais (também do Crimson Circle) em Lisboa, Carcavelos, com a Placídia como facilitadora e de seguida comecei a traduzir o seu livro “A Sacerdotisa das Águas” para inglês em troca dos Cursos Dreamwalker Death, Dreamwalker Ascension, New Energy Synchrotize todos em Portugal e New Energy Synchrotize Teacher Training na Roménia.


 Fiz o Teacher Training da Escola das Energias Sexuais em Janeiro de 2009 na Holanda e o Teacher Training de Aspectologia em Março de 2009 em Palma de Maiorca, tendo frequentado este último com a Placídia, após o que começámos a facilitar estes cursos em conjunto.


Estivemos depois disso, em 2010, juntas na experiência de 6 meses de Master Mentoring com Norma Delaney e Garret Annofsky (seu marido), partilhando toda a experiência de descoberta na Holanda, em Frankfurt, em Palma de Maiorca e aqui mesmo nas nossas casas.


Em 2010 convidámos a Norma e o Garret para virem facilitar um Curso de Respiração aqui em Portugal e conseguimos angariar 60 participantes. Foi uma experiência maravilhosa em que tive o privilégio de fazer tradução simultânea para português, vivendo profundamente todos os ensinamentos partilhados. Que dádiva incrível!


A partir de 2011 comecei a desenvolver o meu projeto InPassion Coaching e a Placídia, que havia entretanto mudado de residência para Lisboa, foi também desenvolvendo as suas formações de expansão de consciência e cada uma seguiu o seu caminho de mãos dadas com a sua Alma, encontrando-nos de quando em vez em alegre partilha das nossas descobertas.


Médica cirurgiã ortopédica, a segunda em Portugal num tempo em que poucas mulheres se aventuravam tão longe nos estudos e na carreira, viajante das estrelas e mãe de muitas criações, incluindo 3 filhos e sua prole, tradutora dos materiais Crimson Circle para português e principal impulsionadora destes trabalhos aqui em Portugal, a Placídia foi sem qualquer sombra de dúvida, fundamental no nosso caminho evolutivo, abrindo-nos portas de infinitas possibilidades conforme ela própria se foi redescobrindo em cada Respiração. 


Recordo-me com frequência da sua partilha de como chegou a experienciar ser completamente Respiratoriana - viver a 100% da Respiração/ Prana, tendo passado cerca de 3 meses sem ingerir comida nem bebida e de como isso era para ela incrível de vivenciar, pois sendo médica de profissão, muitas foram as crenças que teve que largar para assumir e permitir esta possibilidade. Recordava feliz como tinha energia para dar e para vender, vivendo naquele tempo numa comunidade no Porto e tomando conta da horta, da cozinha e ainda das suas consultas de medicina. 


Acabou por voltar a comer e a beber pelo sentido prático de viver em comunidade e por ser desafiante ter que cozinhar e não provar as suas delícias. No entanto vivia certa que um dia voltaria a essa escolha de largar até mesmo aquela que temos como a necessidade mais básica. Saber que afinal nem mesmo o alimento e a bebida nos condicionam, foi para mim a certeza que nada nos condiciona para além da nossa vontade. O que quer que queiramos escolher experimentar aqui na Terra, pode ser realizado.


Conta-me o João, o seu filho mais novo, que a Placídia partiu por vontade própria pois o seu corpo já não lhe proporcionava o conforto que a vida convida a celebrar. Chegara a sua hora e ela não queria demorar-se mais por aqui. 


Quando o João me ligou após o funeral, no dia 31 de agosto e não pude atender imediatamente, ocorreu-me imediatamente o motivo da sua chamada. E fiquei a sentir o que aquela notícia que ele me daria me traria. Sorri. Era assim. Certo e perfeito.


Quando mais tarde falámos ao telefone e ele me contou o que eu já sabia, sorri de novo. Sentindo a tristeza natural de um filho que perdeu a mãe mas o respeito e compaixão de um Mestre que sabe que tudo está bem. Pois a certeza do João, tal como a minha, é que a Placídia que já não tem esta identidade, se encontra feliz como nunca na sua Nova Terra, a receber massagens etéreas todos os dias, livre do seu corpo físico e a desfrutar plenamente de Ser.


Tenho-me quedado vezes sem conta com a memória da Placídia e nunca me surgiu uma lágrima de tristeza em relação à sua partida. É algo inédito, pois as pessoas que me são mais próximas são geralmente alvo de alguma forma de luto e pesar. Pelo menos por alguns instantes. Mas não. Apenas sinto gratidão imensa, amor e alegria. Celebro-a, a minha querida Placídia! Tantas vidas juntas que pelos vistos o saber da nossa eternidade se tornou uma verdade irrefutável. Tão assim que não há nada para chorar. Afinal de contas, não faltamos. Ficamos. Cá ou lá. Não importa onde. Ficamos fundidas naquilo que realmente somos.


Um abraço longo e pleno de tudo o que se pode Ser, partilho aqui contigo, eterna amiga. Está mesmo tudo bem em toda a criação <3


Obrigada a todos que aqui estão na Terra e aos que já partiram para outras viagens e descobertas. A existência continua. Perpétua. 





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