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sábado, 23 de setembro de 2023

Sai da frente! - Parte 1 (PT)

Sai da frente!


Parte 1


Sim, eu sei. Já te deparaste com isto. Se escolheste entregar-te verdadeiramente à fusão da tua natureza sagrada com a tua humanidade, de certeza que já te apareceu à frente em letras grandes e gordas: "sai do caminho"...

É intrigante. É certo. O que é que isto significa realmente e como é que se faz? Quer dizer, como é que se deixa aberta e livre das nossas percepções limitadas a autoestrada da nossa transcendência para além das limitações?


É absolutamente simples.


Sempre que surge um pensamento que diz "não sou o suficiente" ou "não sou capaz" ou "não tenho a certeza se é possível" ou... ou... ou... Qualquer coisa que tenda a querer questionar e negar o que o teu instinto te está a convidar a adentrar, a abraçar, a permitir - olhas para o pensamento, sorris, respiras fundo e dissolves essa resistência nublada com um suspiro desapegado de "ok". Aceitas esse pensamento, mas não lhe dás a mão para dançares com ele. Deixas-lo ir. E segues em frente, descobrindo que raio é que a tua Essência te está a convidar a experimentar!


E não. Não podes saber o que é ou como se desenrola sem realmente entrares na experiência.


A maior parte das nossas ideias de possibilidade e capacidade não tem a ver com o que podemos ou não podemos fazer, mas com o que queremos ou não queremos fazer.


Quando dizemos "não consigo mudar" ou algo do género, o que realmente queremos dizer é "não quero mudar". Porque é precisa toda a nossa atenção, determinação e vontade para ultrapassar hábitos enferrujados e pontos de vista bafientos - e, claro, sejamos realistas, sabe tão bem ficar confortavelmente aconchegado naquilo que nos é conhecido! O nosso caminho confortável e previsível está muitas vezes tão enraizado que, sem uma dose extra de paciência, resiliência, vontade... eeeee coragem, continuamos a cair no pacote do que é habitual para nós.


Apercebi-me que, sempre que recebo um chamamento interior para me aventurar nalguma coisa que anteriormente pensava estar para além das minhas capacidades, se o meu coração estiver a cantar de alegria, tenho de dizer “sim” a esse chamamento interior - independentemente daquilo em que acreditei até agora. 

Não importa se acho que vou gostar. Se estou a sentir um riso borbulhante dentro de mim, então faz parte da minha viagem e irei certamente descobrir os tesouros que essa descoberta tem para acrescentar à minha já abundante caverna dourada de presentes.


É então que me apercebo que não estou limitada pelas minhas crenças. Não estou limitada pelas minhas perceções. Não estou limitada pelos meus pensamentos. Não estou limitada pelas minhas experiências passadas. Não estou limitada pelos meus hábitos. Não estou limitada pelas minhas ideias de tempo e de espaço e pelas suas restrições. Não estou limitada por nada que pareça ser mais forte do que o meu chamamento interior, porque, se estou a ser convidada a permitir algo, a explorá-lo, a abraçá-lo e a recebê-lo, então sou capaz de o fazer. Só não tenho ideia de como pode ser feito quando olho para o convite a partir das caixas limitadas de regras pré-concebidas. É nessa altura que sei que tenho de sair do meu próprio caminho e deixar a assim chamada magia acontecer.


Não é que tudo seja possível - como saltar de um prédio de 10 andares acreditando que se vai voar qual super-herói diretamente de uma cena de filme. Trata-se de receber um empurrãozinho interior, um convite da nossa Essência e saber que, se está a ser proposto, é possível, caso contrário não seríamos persuadidos a seguir esse caminho.


E como é que se sabe que é realmente a nossa Essência a acender a chama da possibilidade e a empurrar-nos para além das nossas limitações?


Simples. Totalmente simples. Como já partilhei aqui. Se faz o nosso coração dançar de alegria, é um "desafio" divinamente infundido... Ou talvez deva antes dizer uma "bênção"? E é pacífico. Sempre. Não há preocupação, ansiedade ou mesmo excitação nervosa. É sereno. Alegremente sereno. 


É aqui que, apesar de estarmos em paz por dentro, nos sentimos como se estivéssemos a andar na corda bamba ou na slack line ou no que nos parecer mais desafiante. Também pode ser voar nos baloiços do trapézio, por exemplo.

O mais divertido é que, apesar de não a podermos ver, existe sempre uma rede de segurança. A nossa Essência, o âmago de quem realmente somos, está a guiar-nos - quero dizer “a guiar-se a si própria" - 100% do caminho. A Alma quer viver esta experiência! Porque é haveria de existir algum problema com isso? Não há nada a temer. Não há razão para evitar esta aventura. A perceção humana só tem que expandir a sua visão e permitir.


E no fim da linha, mais uma vez, a chegada e a celebração da realização. A paz de saber que foi  a vivência de infinitas experiências  que nos trouxe até aqui. Nem mais nem menos. A alegria de termos sido capazes de escolher a realização do convite da nossa Alma. A excitação de estar completamente aqui. Agora. Vivo. Inteiro. A felicidade de deixar ir... Uma e outra vez, pois não importa o quanto aprendemos enquanto estávamos na corda bamba. É tudo para deixar ir. O que nos serviu hoje pode não nos servir amanhã. O que pensámos saber num dado momento não é necessariamente relevante mais tarde. Aprender para desaprender. Conhecer para desconhecer. Viver para morrer e morrer para viver. Uma e outra vez.


O que resta é o elixir destilado da riqueza da experiência, dissolvido no cerne de nós próprios, no seio de cada célula física e no magma de antimatéria que contém todas as coisas. Não os aspetos práticos e tangíveis da viagem. Estes são apenas ferramentas para a valorização do nosso tesouro interior e as ferramentas são necessárias apenas enquanto a experiência se está a desenrolar.


É nessa altura que podemos abraçar o facto de não sabermos nada e sabermos tudo na mesma. É estranhamente libertador.


A minha Alma tem criado muitos sonhos ao longo das suas muitas expressões de humanidade através das eras. Alguns foram realizados. Mas a maioria ficou encoberta pelas perceções de impossibilidade do Pequeno Eu Humano.


Nesta vida, este ser humano que eu sou agora, é o ponto de convergência de todos esses sonhos que finalmente foram permitidos no meu acreditar. Finalmente foram aceites como possíveis.


Eu sou o sonho tornado realidade. Só porque escolhi dizer Sim, descobrir mais, sair do caminho do fluxo e fundir-me com ele. Não ter de me agarrar aos planos e regulamentos de nenhuma identidade específica, perceber que sou a soma total de todas as partes de mim, independentemente do que cada uma tenha sido concebida para crer e experienciar. Eu sou o recetor de todas as minhas dádivas, na medida em que a escuridão de mim já não se mantém não reconhecida. Oh não, de todo!


Demorei algum tempo, mas não tanto assim, quando comparado com todas as vidas em que virei as costas a mim própria. Foi necessária uma enorme determinação, mas agora que estou a experimentar a minha própria integridade e a viagem de ser Um dentro e fora, a determinação parece uma mera gota no oceano. O oceano tomou conta de mim e já não me é difícil discernir que o que eu realmente quero, sempre, é ser a expressão dos sonhos da minha Alma nesta realidade física. E assim é. 


Será que eu sei o que isso significa 100% do tempo? Claro que não. 


Se eu me importo? Não, de maneira nenhuma.


Será que gosto de viver em território desconhecido e de não saber o que está ao virar da esquina de cada respiração? Sim! Adoro! E tenho a certeza, a certeza absoluta, de que posso confiar nesta vida vivida em total entrega à fusão no Amor. Humano e Divino unidos numa única explosão de paixão colorida. Tudo o que Sou - físico e não-físico. Uma expedição no tempo e no espaço que abrange o vazio intemporal de uma multiplicidade de dimensões que se fundem para serem vividas para além das minhas fronteiras anteriormente conhecidas.




Foto por Dylan Chan (Pexels)

Ler Parte 2 AQUI


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