Translate

terça-feira, 15 de julho de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada IV: Desígnios Fortuitos

 Desígnios Fortuitos 


Há momentos em que todos os cometas parecem romper o espaço e unir-se de conluio contra ou a favor de forças desconhecidas. Forças que ultrapassam quaisquer desígnios de etiologia suprema e alteram o curso da vida terrena.

Foi algures no seio de um tal convénio que nasceu a história que se segue.

No céu havia estrelas, no mar ondas e o vento soprava leve sobre as colinas.

Nada fazia adivinhar que no mundo das fadas os sonhos se transformariam, através de metamorfoses sucessivas, em realidades impensadas.

Mas, assim foi.

Nos céus os anjos agitavam-se na sua busca, pois eis que um dos seus companheiros querubins se havia eclipsado. Sim, eclipsado: desaparecido sem deixar rasto.

As tarefas diárias sofreram um desarranjo momentâneo e o maior temor dos pequenos seres era que algum dos seus protegidos tivesse ficado irremediavelmente privado do seu anjo da guarda.

O que eles não sabiam era que o referido anjo havia partido em busca do AMOR. Pois, o AMOR. Não sabeis o que isso significa?

Pois bem, trata-se de um sentimento difícil de exprimir por meras palavras. Mas vejamos. Bem, o AMOR, o AMOR é algo que toca levemente a alma qual beijo doce e se alastra por toda a aura circundante do ser tocado.

Algo? Mas algo o quê? Perguntais vós. 

Mmmmm, um poder supremo, uma força sublime que corre nas veias junto com o sangue e o inflama, até que o coração transborda, as suas comportas impotentes contra tal dilúvio. 

Esse tal sentimento, o AMOR, consegue transformar a alma mais vil, nem que por momentos apenas. Consegue alimentar o espírito mais pobre e elevá-lo até um paraíso de cores intangíveis. Consegue arrebatar até os mais incautos e faze-los sobrevoar as planícies da alegria, nem que por instantes efémeros. 

E muito já se falou sobre o AMOR. Mas o seu encanto é tão grandioso que rios de tinta ainda correrão e aguaceiros de palavras ainda inundarão todos os cantos do universo, em busca de uma descrição capaz de abarcar a sua grandeza,

E foi a grandeza de um sorriso imenso que alterou para sempre o mundo das fadas.

Como? Quereis saber como?

Ora é simples. O querubim, aquele que havia desaparecido do céu… Esse mesmo.

Bem, esse querubim dispersou-se pelos caminhos do universo após algum tempo de busca e encontrou um lugar encantador. Um lugar mágico, cheio de brilhos e cintilantes recantos, onde a beleza impregnava as sensações e os lugares.

Enfim, aí viviam as fadas, e tal como a sua, a tarefa que lhes cabia era a de encher a vida dos demais de ternos agrados.

Nesse mundo havia uma fada… Não nos dispersaremos na sua descrição… Diremos apenas que havia uma fada, que por um qualquer desígnio fortuito se cruzou no seu caminho e o anjo… É isso mesmo, o anjo foi invadido por aquele sentimento: o AMOR.

A fada, que por sinal era a rainha de todas as outras, não o viu nesse momento, tal era a sua azáfama. Mas, após alguns instantes (instantes porque a vida no mundo das fadas desenrola-se noutra dimensão mais alucinante) deparou-se com o anjo. Há quem diga que faiscam estrelas de calor nesse primeiro encontro.

O facto é que algures lá longe, no outro lado do Universo, os cometas explodiram de regozijo imenso.

E o que passou depois ?

Isso…fica para outra história.

Diremos apenas que o mundo e o restante Universo, as estrelas, os cometas, todos se envolveram em mantos etéreos de satisfação no aconchego do AMOR que nasceu entre o anjo e a fada. 


Melissa O'Neill /2003



Imagem criada para este texto por IA



sexta-feira, 11 de julho de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada III: Nos Rasgos do Vento


Nos Rasgos do Vento

Parou uns instates à beira da estada. Olhou à sua volta. Havia um descampado imenso, congelado na fria solidão da noite. Não se via vivalma. Rebuscou a escuridão. Incrédulo. 

Não sabia como ali chegara. Precipitara-se de passos largos e desconcertados. Precipitara—se pelo desconhecido, sempre ávido de um novo horizonte Sem nunca parar, sem nunca pensar… Até que, como que por magia, se encontrara ali, mergulhado na aridez do nada.

Havia alturas em que nem ele próprio se sentia capaz de discernir de quem era aquela sombra que se esbatia no solo amargo. Processara-se no seu ser uma metamorfose imensa que não conseguirá acompanhar. 

De longe a longe ouvia sons indistintos e sentia figuras zelosas em seu redor. Não lhe interessavam os seus julgamentos.

Voara nos rasgos do vento, qual papel perdido na multidão de tantos outros. 

Tentava concentrar-se naqueles poucos instantes à beira da estrada. Todavia, o novelo da sua memória dificilmente se desenrolava, dilacerado por retalhos irreconhecíveis.

Não podia culpar ninguém, mas sentia que o mundo o enganara. Apetecia-lhe fugir de dentro de si e desaparecer, deixando o corpo ali. Vazio. 

Sentia-se sujo. Desprezível… e velho. Tão velho como o céu e a terra- Velho como a dor. 

Envolvia-o uma solidão forte e constante. Talvez um lugar comum para o resto dos seus dias.

Vivera uma mentira e sentia-se incapaz de abarcá-la na sua totalidade inconstante.

Mas como? Como acontecera?


💙💙💙


“Isso seria a última coisa que eu faria”, e fiz, realmente, a última coisa. Os copos. Os charros. Não me chegaram. Tinha que conhecer a última fronteira, tão terrivelmente sedutora, mais gulosa que o mel e destruidora. Pior que qualquer mulher. 

Há gajos que não gostam de seringas. Talvez ninguém goste. Mas torna-se um paradoxo constante. 

Eu tinha que saber como era. Achei-me diferente de todos os outros. Forte. Inabalável. Que mal existia num simples chuto? Um só? O primeiro. O único. 

Mal sabia eu que n\ao há o único.

Já não há heróis. Nunca houve. Heróis são os deuses. Os sonhos. 

De momento, custa-me sonhar. 

O sussurro ensurdecido da derrota destrói-me por dentro, por fora. Já não sei quem sou. 

Deitei tudo a perder. É engraçado. Descobri coisas do mundo, de mim, do amor.

Não adianta mais enganar-me com a minha capa de ironia e frieza exterior. Sou um sentimentalista. Um romântico. 

Não gosto - detesto render-me às minhas fraquezas… pedir ajuda, revelar-me. Os outros não precisavam de saber como sou vulnerável, dissecar-me como se fosse um bichinho desconhecido. Criticar-me. O que sabem eles?

Eles n\ao sabem nada! Nada. Não entendem. Nem eu próprio me sinto capaz disso. 

Ela não teve culpa, não importa o que digam. Ela não teve culpa. 

Fora viciada. É certo. Mas eu também tenho vontade própria. Fui eu quem a enterrou de novo, a mim e a ela. Fui eu que comprei. Eu é que quis saber que cores tinha o céu. Acabei por acender um rastilho de dor

Ainda por cima soube que tinha um puto meu dentro de si. Tinha que se desfazer dele. Não havia dinheiro. Eu já tinha feito burrices amais. 

Nunca pensei que o meu pai me aparasse tantos golpes. Sempre achei que ele tinha uma predileção pela minha irmã. Afinal também me ama.

Cheguei a roubar-lhe dinheiro. Não sei dizer como ou porquê, mas apesar de eu ter sido um baldas na escola, de me ter metido nos copos e na droga, de não ter aproveitado as oportunidades de futuro que me ofereceu, ele soube ser pai. Soube perdoar-me.

Não posso imaginar a mágoa que lhe causei, a ele e à minha querida mãe. Foi erro atrás de erro que eu não fui capaz de evitar. Amo-vos. Desculpem-me. Do fundo do vosso coração, desculpem-me. 

Tinha que partir. Afastar-me dela. Recomeçar tudo de novo. Nós os dois juntos seríamos a desgraça total. 

Eu amava-a. Amei-a. Amo-a. Por mais que digam “ela não presta”, eu amor, amei. Vivemos coisas juntos que ninguém sequer imagina. 

Completávamo-nos. E destruíamo-nos. Nunca a esquecerei. Foi, até hoje, a grande mulher da minha vida. 

Nessas coisas não se escolhe. O amor veio, sorrateiro, e roubou-me um pedaço da alma. Irrecuperável. 

Trouxe comigo fotografias e cartas de amor. Não posso apagá-la para sempre. 

Soube que se tinha desenrascado. Convenceu um outro qualquer que o filho era dele, e ele pagou-lhe o aborto. Sempre foi esperta. Melhor para ela. Desejo-lhe sorte na vida. Acho que disso ela mal conhece o cheiro. 

É bom saber que tenho amigos. Bons amigos. Se não fosse isso, perder-me-ia por completo. 

Quando para aqui vim estava doente. Doente da mente e do corpo. Parecia um velho, abandonado pelos cantos, um ratinho assustado.

Consegui arranjar uma cirrose, e hepatite e uma ferida sangrenta na alma. 

Senta-me afogado. Quase morto. Dentro de um poço sem fundo nem topo. Abismal. Tentei lutar para manter a cabeça no cimo da água. Mas como era tão mais fácil deixar-me afundar…

A dor anestesia-nos. Ficava apático, A observar o vazio. Sem nada na cabeça. Em busca do paraíso perdido. Era um transe fatal. 

Nunca chorei tanto na minha vida, que até é curta. Sinto-me longe. Tão longe dos meus 21 anos. 

Caminhava sobre um gelo frio que se quebrava a cada passo… Caía… caía… caía… Dêem-me uma mão, por favor. Não aguento cair mais.

As minhas forças esgotaram-se no simples acto de existir. 

Acabei por conseguir agarrar uma mão e levantar-me devagar. Muito devagar. 

Agora trabalho que nem um cão. Ao menos não tenho tempo para pensar. 

Aprendi a rir novamente. Consigo sentir um sabor suave e tranquilo, uma inefável alegria de viver. 

Conheço chão que piso. Acho que estou a caminho da verdade.

Mas tenho guardada, bem no fundo do meu ser, uma caixinha cheia de marcas, feridas e dor. 

Ficará comigo para sempre. Eu sei- Cresci. 



1993/ Melissa O'Neill

                                                     


Esta peça foi escrita tinha eu os meus 21 anos (1993), em homenagem a um querido amigo que morreu de overdose. Decidi honrá-lo com um final mais feliz nests história. 



Imagem gerada para esta história por IA




quinta-feira, 10 de julho de 2025

Uma Chama Prateada de Liberdade Serena

 Uma Chama Prateada de Liberdade Serena

Ilumina o céu e resplandece em todos os recantos do mundo, como um campo de recordação que sussurra inteireza.
Uma luz silenciosa, sem anúncio, eternamente Presente. Sempre. Em toda a parte.
Não empurra. Não precisa puxar. Não procura tornar-se, pois é a revelação de tudo o que sempre foi.
Não queima, nem explode, nem fere, nem grita. Cintila com suavidade, como um sorriso — simples, cristalino.
Não precisa chamar, ser vista, convidar ou atrair. É a própria chegada e canta o tom do Lar. É o abraço acolhedor de tudo o que sempre se soube.
Olha para cima, amado. Olha nos olhos da lua, esta noite. E sabe que ela te dança para dentro da Chama Prateada da Liberdade. Serena. Eternamente sábia.
Ela testemunha o desabrochar do Ser em cada coração terno que se prostrou em entrega à evidência de mais do que apenas o medo.
E tu vês. E tu sabes. És tu. A brilhar.

10 de Julho 2025 / Ahyeen






A Still, Silver Flame of Freedom

 A Still, Silver Flame of Freedom

It lights up the sky and shimmers into every corner of the Earth—
a field of remembrance whispering wholeness.

A silent light. Unannounced. Ever Present.
Always. Everywhere.

It does not push. No need to pull.
It does not seek to become,
for it is the revelation of all that has ever been.

It does not burn, burst, hurt, or shout.
It shimmers gently—like a smile,
a simple crystalline smile.

It does not need to call, to be seen,
to summon, or to invite.
It is the arrival—
and it sings the hum of Home.

It is the welcoming embrace
of all that has been known.

Look up, dear One.
Up into the eyes of the moon tonight,
and know:
It dances you into the Silver Flame of Freedom.

Still. Eternally wise.

It witnesses the blossoming of Isness
in each tender heart
that has bowed in surrender
to the evidence of more than just fear.

And you see.
And you know.

It is You.
Shining.


10th July 2025/ Ahyeen




quarta-feira, 9 de julho de 2025

EN - Inspired Wisdom Across 3 Decades - II: The Vagabond

 The Vagabond

One day, I met a vagabond.
She wandered the world, roamed distant fields... and claimed she was happy.

One day, I met a vagabond.
She knew colourful stories and spoke of war.
She said she had seen pain, wept, tasted bitterness.

I don’t know who she was.
She was someone — nothing else mattered.
She spoke to me of wind and sea, of greenery trembling over snow, of rain and sun.
She spoke to me of life.

I don’t know where she came from.
She laughed like a child, ran freely and let herself be carried by the whims of time.
Light shone in her eyes,
And her smile was as sweet as the stars.

I don’t know what she did.
She whispered words of dream and magic into the ears of those who search without finding.
She embraced the sky and the earth... and she sang.

She was her.
She was HOPE.
She came and went like warmth,
Like the storm.


Melissa O'Neill /1988 (16 years old)





PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada II: A Vagabunda

 

🌾 A Vagabunda

Um dia, conheci uma vagabunda.
Errava pelo mundo, percorria searas longínquas… e dizia-se feliz.

Um dia, conheci uma vagabunda.
Sabia histórias coloridas e falava sobre a guerra.
Dizia que vira a dor, chorara, sentira amargura.

Não sei quem era.
Era alguém — nada mais importa.
Falou-me do vento e do mar, da verdura que treme sobre a neve, da chuva e do sol.
Falou-me da vida.

Não sei de onde vinha.
Ria como uma criança, corria e soltava-se nos caprichos do tempo.
A luz brilhava nos seus olhos,
E o seu sorriso era doce como as estrelas.

Não sei o que fazia.
Murmurava palavras de sonho e magia aos ouvidos dos que procuram sem encontrar.
Abraçava o céu e a terra… e cantava.

Era ela.
Era a esperança.
Vinha e ia como o calor,
Como a tempestade.


Melissa O'Neill/ 1988 (16 anos)






terça-feira, 8 de julho de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada - I: Oh vede e contemplai!

  Ah, meus queridos amigos, entro agora neste meu blogue sobre a Magia do Dia a Dia para partilhar uma série de escritos intitulada 3 Décadas de Sabedoria Inspirada, que inclui escritos desde a minha adolescência até cerca de 2010, quando o meu pseudónimo era Melissa O'Neill e depois, a partir de 2010, sob a assinatura de T. C. Aeelah. Partilho-os pela alegria que senti ao revisitar estas instâncias inspiradas, que aqui homenageio digitalmente, uma vez que as versões em papel foram todas entregues às chamas da renovação, numa fogueira sagrada onde tudo o que era foi reduzido a cinzas, alimentando a terra do meu renascimento para uma nova oitava de existência.

Não há uma ordem cronológica específica para estes escritos que agora partilho. Eles visitam este espaço de forma aleatória, como beijos nas muitas faces que tive a bênção de encontrar ao longo das minhas vidas.


Então aqui vai 💗


Oh vede e contemplai! 

Nasci para isto –
Para ver, para escutar,
Para perder-me docemente
Na ternura do mundo.
Para reaprender,
Sempre,
A alegria da existência,
E a arte de aclamar o que É.

Foi escolha minha –
Mergulhar em brincadeiras,
Rejubilar-me em descobertas,
Desvendar os véus sutis do Ser.

Oh vede e contemplai!
Quanta maravilha me beija os sentidos
Em cada poeira de estrela que passa.
Poderia tocá-la – se quisesse.
Mas não toco.
Deixo-a dançar no ar
E banhar-me em encantamento.

Oh vede e contemplai!
Ela toma-me pela mão
E convida-me a girar
Pelos brilhos diminutos do invisível,
Até além do que é visto,
Mais fundo do que a mente alcança.

Oh vede e contemplai!
Tudo é vasto, tudo é espaço, tudo é nada.
E eu sorrio –
Surpresa, rendida,
Curiosa como o orvalho a nascer na flor.

O riso sobe então,
Do âmago do ventre,
Transborda e escorre
Sobre a tela deste nada
Que está, afinal, pleno de tudo.
Prenhe do dom da inteireza.

Oh vede e contemplai!
Suspiro – um suspiro de êxtase silente –
E tudo É.
Apenas É.


Maio de 2023

T. C. Aeelah 




Texto II: A Vagabunda: 
https://inpassionpublications.blogspot.com/2025/07/pt-3-decadas-de-sabedoria-inspirada-ii.html 



EN - Inspired Wisdom Across 3 Decades - I: Oh Lo ahd Behold!

 Ah my dear friends, I come to this blog about the Magic in Everyday Life now to share a series of writings which is titled Inspired Wisdom across 3 Decades, and includes writings from the time I was teenager up to about 2010 when my pen name was Melissa O'Neill and then from 2010 onwards as T. C. Aeelah. I share these for the joy it has been to revisit these inspired instances, which I hereby honour digitally, as the paper versions have been all handed over to the flames of renewal, in a sacred bonfire where all that was was burnt down into ashes, feeding the land of my rebirth into a new octave of existence. 

There is no particular chronological order to these writings I now share. They visit this space randomly, like kisses on the many cheeks I have been blessed to encounter throughout lifetimes. 

So here goes 💗


Oh Lo and Behold!


It is what I was born for -

To look, to listen

To lose myself 

Inside this soft world

To instruct myself

Over and over

In joy,

And acclamation.


It is what I have chosen -

To dive and play

To revel and discover

The sublime intricacies of existence


Oh lo and behold!

What wonder I find

In each speck of stardust that visits my senses

I could touch it if I wanted tp

But I choose not to

I just let it float by and sprinkle me 

With its wonder


Oh lo and behold! 

It takes me by the hand,

It comes and invites me

To travel around the minute brilliance

Of each atom and further 

And further into what seemed to be tininess!


Oh lo and behold!

It is all vast, spacious nothingness

And I smile… at first

Surprised, yet enchanted,

Curious, bubbling with exquisiteness.


I then feel the laughter springing forth

Fro deep down in my belly.

It comes and overflows and spreads out

Onto the canvas of this nothingness

That is so full of illness

Pregnant with the gift of wholeness.


Oh lo and behold!

I sigh, a profoundly ecstatic sigh

And it Is…

It just is. 


T. C. Aeelah 

May 2023



Text II: The Vagabond
https://inpassionpublications.blogspot.com/2025/07/inspired-wisdom-across-3-decades-ii.html





quarta-feira, 4 de junho de 2025

Quote of the Day - Citação do Dia

 “I no longer walk toward anything.

I breathe, and the world rearranges itself.”

Ahyeen

PT

"Já não caminho rumo a algo.
Respiro e o mundo reorganiza o seu fluxo."

Ahyeen







terça-feira, 27 de maio de 2025

Uma Suave Brisa, Morna e Doce (Português)

 (Versão Portuguesa)


Enquanto a primavera se encanta nas melodias das aves, uma brisa suave e morna acaricia-me o rosto, sussurrando — não em palavras, mas em sensação. Conta-me sobre os lugares por onde passou no seu percurso até aqui, até mim, e, embora me saiba a paraíso no coração e sobre a pele, diz-me que não pode permanecer. A sua natureza é fluida, um ondular constante que cresce e se dissipa conforme necessário.
Não permanece em nenhum lugar e chega a todos eles. E ainda assim, deixa-me um beijo terno, um toque de leveza que se infiltra pelos meus poros e põe as minhas células a dançar, a rodopiar no convite alegre da sua brincadeira.
Ah, mas espera! A brisa é infinita neste momento de êxtase! Vai mas no seu rastro mais brisa chega até mim.
E eu inspiro-a. Pura rendição enquanto me deito, de braços abertos, pernas relaxadas na relva macia que me acolhe com ternura, o aroma da terra a encher-me as papilas gustativas com o deslumbre da vida. O meu olhar enche-se do azul do céu, deixando as nuvens deslizarem na sua arte de metamorfose, contemplando a riqueza de toda esta paisagem.
Nada a acrescentar. Nada a corrigir. Nada a controlar, eventualmente. 

Ah! Sim! Nunca nada esteve em falta! Jamais.

Um permitir doce e absoluto na quietude da minha respiração. Cada inspiração como a brisa suave e morna que me toca. Um fluxo e refluxo constante. Ondulações de sabedoria que se expandem no tecido da existência. Possibilidades infinitas. Inteireza incarnada em cada partícula.
E assim se canta a minha canção. A minha suave e morna brisa.

Ahyeen.