⏳ A Espera
Não podia esperar mais.
Esperara toda a vida, mas agora… acabara-se.
Esperar para quê? Porquê?
No fundo, não conhecia a resposta.
Parecia-lhe ter esperado desde o dia em que nascera.
Passara a infância a aprender, a brincar, a conhecer a alegria e o medo — e a esperar.
Esperara pelo primeiro dia de escola, pelo fim do ano, pelas prendas de aniversário, pelo Pai Natal que nunca chegara.
Esperara pela adolescência, com todas as suas mudanças subtis e desejadas.
Pelos rapazes que amara — e abandonara.
Pela chegada dos 18 anos. Pela idade adulta. Pelo saber absoluto.
Esperara pelo marido.
Por uma vida estável e segura.
Pelos filhos — e pelo seu crescimento saudável.
Por um trabalho gratificante.
Por um emprego digno do seu esforço.
Esperara pela rotina…
E também pela sua quebra.
Pela riqueza, pelo sucesso — e, sobretudo, pela sorte.
Esperara, esperara, esperara.
Sempre esperara.
E não sabia porquê.
Só sabia, isso sim… que envelhecera.
E agora, que fazer?
O tempo — esse não para.
Não volta atrás.
Será que ele também espera?
Por: Melissa O'Neill / 1988 (este foi o meu primeiro pseudónimo)

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