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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Parabéns Diva! - 25 anos de mãe e filha

Hoje a Diva está de parabéns. Vinte e cinco anos se completam na sua jovem senda.

E apraz-me partilhar o quão grata e feliz estou por ser mãe sem ter que o ser.


Quando aos meus 12 anos decidi colar na parede do meu quarto o belíssimo poema de Khalil Gibran - do seu livro O Profeta:


“Teus filhos não são teus filhos
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de ti, mas não de ti.
E embora vivam contigo, não te pertencem.

Podes outorgar-lhes o teu amor, mas não os teus pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podes abrigar os seus corpos, mas não as suas almas;
Pois as suas almas moram na mansão do amanhã, que não podes visitar nem mesmo em sonho.
Podes esforçar-te por ser como eles, mas não procures fazê-los como tu.
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.

Tu és os arco do qual os teus filhos são arremessados como flechas vivas.
O Arquiteto mira o alvo na senda do infinito e estica-te com toda a Sua força para que as Suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que o teu encurvamento na mão do Arqueiro seja a tua alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco que permanece estável.”

Fi-lo num grito de revolta, na certeza de não pertencer a - nem de poder ser como ninguém. Pois sabia que por mais que sentisse falta de ser amada, encontraria aquilo que me faltava por mim mesma e não poderia seguir os passos até então trilhados por outros. Tinha que ser eu própria a descobrir. Sabia-me filha da ânsia que a vida tem por si mesma. 

Mais tarde, quando chegou o meu momento de ser mãe, este poema passou a ter ainda mais significado.

Nunca tive vontade de formatar os meus filhos, nem que fossem qualquer coisa que eu tivesse sonhado para eles. E nunca senti tristeza ao vê-los voar com as suas próprias asas e partir em descoberta das suas próprias criações.

Também nunca senti que os meus filhos fossem um fardo ou uma dificuldade.

Sempre os vi e amei como uma dádiva que não se prende, mas que se acompanha e admira, dando-lhes o apoio e a educação que a cada curva senti ser necessária, sem seguir bulas pré-definidas. Sempre sabendo que educar é um risco, tal como viver. E no entanto é para isso que cá estamos.

Houve muitos momentos, especialmente nos primeiros anos de maternidade, em que não fazia ideia como fazer. Muitas lágrimas chorei, perdida e insegura, a apalpar terreno sem saber se era o passo certo ou a melhor decisão. 

Hoje, olho para trás e sinto-me feliz. Realizada e íntegra. 

Soube pedir desculpa quando cometi erros, e soube também perdoar-me por não saber fazer melhor nesses momentos.

Soube pedir ajuda quando não podia mais com o peso das responsabilidades e aceitar que ás vezes não temos força suficiente, ás vezes caímos, somos vulneráveis - que o mito da mãe heroína não passa disso: um mito. Somos humanas. Temos dúvidas, medos, inseguranças e incertezas, mas também temos um coração enorme que nos indica o caminho se nos silenciarmos o suficiente para o ouvir e temos quem nos possa amparar, se soubermos parar…e receber.

Soube ficar quieta e calada quando as palavras não eram o necessário e quando as ações seriam redundantes ou inadequadas.

Soube felicitar-me e celebrar porque afinal… afinal correu tudo muito bem e aquela que foi a jovem mãe não tem mais com que se preocupar ou questionar. O caminho foi-se mostrando. Foi sendo caminhado. E a vida foi sendo generosa no seu embalo, porque fomos permitindo que ela nos pegasse na mão e nos ensinasse a dançar.

Hoje, olho para a frente e sinto-me perfeitamente em paz. 

Olho para o agora e sei que o posso abraçar com alegre e grato abandono, porque a Diva, a que veio para me despertar, é uma belíssima mulher por dentro e por fora, segura de si, independente e madura apesar da sua tenra idade. 

Afinal, fizemos todos um excelente trabalho - mãe, pai, avós, tios, primos, amigos, professores, colegas… e a própria Diva, claro, a protagonista do seu próprio desenrolar. 

Hoje, celebro estes 25 anos de maternidade assim. Em amor infinito. Porque este amor que sinto, esta gratidão que transborda, não cabe nesta folha. Nem no mundo inteiro.

Uma coisa é certa e será sempre: nós não controlamos nada. Não sabemos nada. Vamos descobrindo. Vamos sabendo. E depois é bom que saibamos também ir largando… para abrir espaço para o mais que se abre em cada instante. 

Cada respiração, cada momento, é um momento novo, nunca antes vivido. Que esta verdade seja acarinhada com o entusiasmo inocente que vemos nos nossos filhos. Que saibamos aprender com eles que nada é fixo. Tudo flui. Tudo muda. E ainda bem!



Tenho um presente para os leitores também!
Se quiseres receber o marvailhoso filme "O Profeta" - uma obra de animação lindíssima, criada a partir do poético e eternamente sábio livro de Khalil Gibran, diz que eu envio-te. Envia email para infoinpassioncoaching@gmail.com


quarta-feira, 26 de novembro de 2025

The Scrolls of Ahyeen - The Scroll of Neverness

 

From the Scrolls of Ahyeen

These writings are not stories to consume but moments to inhabit.

They are not lessons but living fields.

Read slowly. Breathe them. Let them move through you.



The Scroll of Neverness

 

Where Time is an unknown eternity,

Infinitely formless in the Grace of All.

Where no-thing has ever been

And every-thing was ever born.

 

Not some-thing to return to -

Just a surrender to what has never un-been.

The Wholeness beyond dissolution,

Where neither geometry nor Dark or Light

Are.

 

Where Space has no hold -

And Freedom is neither concept, nor desire.

Neverness. It just Is,

Even without a graspable ground.

 

One cannot float in it,

Neither expand or contract through it.

Neverness. It just Is.

Ahhhh… an Echo that knows no bind.

This. This Is.

This Was.

This has Never un-been.




💖💕💖

Beloved reader, beloved friend, I share with you here the first glimpse of Soul Songs II - A Sigh of Wholeness, which has been my entire dedication over this blessed month of November 2025 🙏 May you breathe it as yours, as ours, as Whole.



Em PT

O Pergaminho da Eternidade
 

Onde o Tempo é uma eternidade desconhecida,

Infinitamente sem forma na Graça de Todos.

Onde nada jamais existiu

E tudo sempre nasceu.

 

Não algo a que retornar -

Apenas uma rendição ao que nunca deixou de existir.

A Totalidade além da dissolução,

Onde nem a geometria, nem a Sombra, nem a Luz

Existem.

 

Onde o Espaço não tem domínio -

E a Liberdade não é nem conceito, nem desejo.

Eternidade. Simplesmente É,

Mesmo sem um terreno compreensível.

 

Não se pode flutuar nela,

Nem expandir-se ou contrair-se através dela.

Eternidade. Simplesmente É.

Ahhhh... um Eco que não conhece limites.

Isto. Isto É.

Isto Foi.

Isto nunca deixou de existir.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

The Scrolls of Ahyeen - She Remembered

 

From the Scrolls of Ahyeen

These writings are not stories to consume but moments to inhabit.

They are not lessons but living fields.

Read slowly. Breathe them. Let them move through you.


She Remembered

Mayumi loved to rise before daybreak — in the hush of the night right before life stirs for a new day, that sweet still moment before birdsong fills the air and the sky begins to gently lighten.
Such was her love for this particular hour that her body knew it instinctively; every morning she would awaken on her own.

Sometimes she would open her eyes and then close them again, as if diving deeper into the magic of the moment, a smile of contentment resting on her lips. It was as if the sun were already shining through her cheeks all the way into her heart, and she would simply stay — lying in bed, breathing in reverence for each breath, contemplating. Whether she drifted back into the warm arms of sleep or not did not matter. What mattered was the inner stillness perfectly matching the one around her.

Other mornings, Mayumi felt like bouncing out of bed, stretching her arms up toward the sky, quickly dressing to go outside and witness the glorious sunrise — drinking it in like a delicious, colorful elixir, the sparkle in her dark eyes attuning to the shimmer of the ocean beside her home.

She would sit upon the beach, or stand in reverence, or walk gently along the sand — the waves rhythmically lapping at her feet in their “good morning” greetings — and her entire being would attune to the melody of water, earth, air, and fire beating in her cells as one with nature, her nature, all of nature.



And then there were mornings like today, when standing on the shore was not enough; when the foam curling across the sand became a soft hand inviting her to dive in, to greet the sea from the inside out.

On this particular day, Mayumi felt so completely in love with the aurora painting the sky that laughter bubbled up from nowhere. As she leapt over the waves and dove into the sea, she laughed for no reason other than this: being here, being alive, being at one with herself and everything around her — merging with the elements, remembering…

Ah, remembering she had never been anything but all of this.
She had never been separate, or broken, or lost. It had seemed so — very much — and she had believed it too. The separation had felt so real.

But now, as the laughter spilled out and infused her with bliss, she knew who she was. Who she had always been.

She remembered.





✧𓂀✧

Keynote: Reunion


terça-feira, 28 de outubro de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada X - A Espera Parte 2

 

A Espera – Parte 2

Esperara como todos os outros.
Todos esperam, inconscientemente.

O tempo passara — fugira diante dos seus olhos —
E ela nunca o conseguira agarrar.
Nunca o conseguira prender,
Nem por meros instantes.

Ele não esperara.
Simplesmente… seguira o seu caminho.

Tivera as suas mágoas —
Marcas das quais nunca se libertou.
No fundo, era uma pessoa normal.
Uma simples pessoa.

E ainda assim… haviam-na esculpido.
Ao sabor das imaginações mais férteis —
Diferente.
Soberba.

As suas mágoas.
E tudo o resto.


Por: Melissa O'Neill / 1988 (o meu primeiro pseudónimo)




Foto de Mjombadi - Pexels.com 




PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada IX - A Espera

 

A Espera

Não podia esperar mais.
Esperara toda a vida, mas agora… acabara-se.

Esperar para quê? Porquê?
No fundo, não conhecia a resposta.
Parecia-lhe ter esperado desde o dia em que nascera.

Passara a infância a aprender, a brincar, a conhecer a alegria e o medo — e a esperar.
Esperara pelo primeiro dia de escola, pelo fim do ano, pelas prendas de aniversário, pelo Pai Natal que nunca chegara.

Esperara pela adolescência, com todas as suas mudanças subtis e desejadas.
Pelos rapazes que amara — e abandonara.
Pela chegada dos 18 anos. Pela idade adulta. Pelo saber absoluto.

Esperara pelo marido.
Por uma vida estável e segura.
Pelos filhos — e pelo seu crescimento saudável.
Por um trabalho gratificante.
Por um emprego digno do seu esforço.

Esperara pela rotina…
E também pela sua quebra.
Pela riqueza, pelo sucesso — e, sobretudo, pela sorte.

Esperara, esperara, esperara.
Sempre esperara.
E não sabia porquê.

Só sabia, isso sim… que envelhecera.

E agora, que fazer?

O tempo — esse não para.
Não volta atrás.

Será que ele também espera?


Por: Melissa O'Neill / 1988 (este foi o meu primeiro pseudónimo)



Foto de Yogendras 31 - Pexels.com


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Não deu certo!?

 Não deu certo?


Esta afirmação sempre me intrigou… Sabes, é aquilo que se diz quando uma relação termina ou terminou.

A questão é muito simples: o que é que seria “dar certo”?

É que parece-me que raramente se reflete sobre o que se considera uma relação válida por oposição a uma supostamente não válida.

Então quer dizer que todas as relações que terminam são erros? Nunca deviam sequer ter existido?

E se não tivessem existido os parceiros seriam mutuamente mais felizes por nunca se terem aventurado pelos caminhos do que se diz ser “amor”?

E depois há mais uma questão: e o que era “amor” para cada um e para ambos?

Vamos assumindo ideias pre-feitas sobre o que é e não é ideal e quando algo não se encaixa no rótulo é estampado como um engano ou uma série de tropeços que levaram a um trambolhão que eventualmente poderia ter sido evitado. É isso?

Pois bem, e falo por experiência própria: não há um único relacionamento que seja dispensável no nosso caminho. Se escolhemos explorá-los - os relacionamentos - é porque vemos neles algo que nos espelha. Só que muitas vezes não estamos cientes que porventura possam estar a espelhar mais da nossa sombra do que do nosso lado mais solar. 

“O lado lunar” como diz o nosso bem amado Rui Veloso, é aquele que mais importa descobrirmos sobre nós mesmos, pois só ele nos revela o que precisa ser amado em nós. Não pelos outros, mas por nós próprios. O que precisa de ser reconhecido. Aceite. Abraçado. Integrado. E isso acontece de forma muito mais rápida, produtiva e contundente quando temos um espelho humano diante de nós, especialmente se for bem próximo do nosso coração.

São precisamente os relacionamentos que “não deram certo” que reúnem as cartas mais valiosas do nosso baralho interno. Só que é preciso coragem para parar de culpar o outro por aquilo que “nos fez”, parar e virar o binóculo para dentro de nós mesmos e perguntarmo-nos: “mas afinal porque é que eu me interessei sequer por esta pessoa? E porque é que me envolvi com ela?” E se tiver sido daquelas relações bem difíceis “porque é que eu não consegui ver o que estava a acontecer?” Ou “porque é que eu permiti…?” (Preenche of espaço conforme te servir melhor no teu caso em particular). 

E estas perguntas não serão como forma de auto-julgamento ou punição a nós mesmos, mas sim como forma de abrirmos as portas a um discernimento mais alargado sobre o que nos impele a envolvermo-nos com certos perfis de pessoa e o que nos leva a agir de certas formas com essas mesmas pessoas. Tudo isto para depois podermos perceber o que realmente queremos e não queremos, quem realmente somos. O que nos adiciona e o que nos subtrai e qual é a origem real do buraco que sentimos e que nenhum relacionamento, por mais idílico que seja, pode preencher até que nós o preenchamos com o amor que sempre esperou por ser recebido de dentro para fora.

Essa história do “felizes para sempre” simplesmente não existe!!!!!! Há casais, sim, que ficam juntos toda a vida. Mas garantidamente enfrentam inúmeras tempestades no seu relacionamento. Só que navegam-nas e alguns transcendem-nas e crescem com elas - e quando ambos crescem no mesmo sentido e proporção, conseguem permanecer juntos uma e outra vez. Noutros casos, deixam-se ir ficando por comodismo, medo da solidão ou falta de confiança em si mesmos mascarada de “estar sempre lá para os outros”, “não fazer ninguém sofrer”, “ficar pelos filhos” e afins.

E o “dar certo” é um mero conceito vão de sentido. Se acaso fosse válido, quereria dizer que tudo o que muda está de alguma forma “errado”, quando a maior certeza desta vida é mesmo a mudança. 

Acreditar neste “deu certo” ou “não deu certo” é o mesmo que acreditar que “os outros morrem mas eu não”! Absurdo, não é?

E tudo isto para dizer que não é preciso ter medo dos relacionamentos, de abrir o coração e de sentir ampla e completamente. De ficar vulnerável. Sem chão. E outras coisas mais que se sentem quando bate aquele borbulhar de paixão, mais ou menos intenso. Quando surge aquela chama que impele o relacionar. Desde que não seja com a mulher ou com o marido da ou do vizinho 😂 e mesmo nesses casos, é questão de nos perguntarmos em primeiro lugar porquê o interesse no parceiro ou parceira de outra pessoa quando estamos num relacionamento. Se estamos preparados para as consequências. E ou se há algo de mais importante a mostrar-se em nós e no nosso relacionamento que precisa de ser abordado antes de qualquer outra enxa(queca) adicional😜. 

Enfim. Tenho dito. E mais, em jeito de conclusão: estou muito, mas mesmo muito grata por todos os relacionamentos que tive até agora e por incrível que possa parecer não dispensaria nenhum, mesmo os mais dolorosos, que foram aliás os meus maiores Mestres. 

E viva o Amor 💖 - aquele que vive cá dentro! O único que cresce e floresce constantemente e que não tem validade nem precisa de “dar certo” ou “errado”😉. Puro, pleno, incondicionalmente compassivo, aquele que recebe todas as nossas sombras com um abraço carinhoso e nos mostra que afinal nada em nós está fora do alcance da aceitação plena. Que não depende de ninguém e que não busca ser reciprocado ou compreendido. O Amor real. Verdadeiro. Esse que nos pode sim, permitir amar não só a nós mesmos como aos outros de forma livre. 

Ah pois, e já agora uma última coisinha: o amor não dói!!!! O que dói são as ilusões que vamos criando em torno dele. O Amor, esse, vive intocado, inteiro, leve e infinito no âmago do nosso Ser. Sempre. 



😍Mais sobre o tema dos relacionamentos no meu livro Ser!... Amor: Para Além da Ilusão 😍


quinta-feira, 23 de outubro de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada VIII - O Sonho

 

🌫️ O Sonho

Não havia casas.
Não havia pessoas.
Não havia nada — senão uma extensa plataforma de relva, suspensa numa nuvem espumosa e macia.

Sobre essa plataforma, corria uma criança.
Os seus cabelos louros e cintilantes esvoaçavam com a brisa.
Dos olhos verde-esmeralda emanavam raios de vida, de luz, de inteligência.
As faces, do mais puro rosado, uniam-se a lábios de contorno perfeito — simples e sorridentes.

Essa criança transbordava alegria.
O seu corpinho frágil era quase angélico.
À sua volta, não havia o mais pequeno indício de tristeza, pobreza ou miséria.

Mas eis que ela cai.
Cai da plataforma como uma leve pena,
Com o rosto contorcido de terror.

Cai, cai… até aterrar numa nova plataforma,
Que em nada se assemelha à anterior.

Agora há casas.
Há pessoas.
Há ruas e ruelas onde o sol nunca penetra.

Em todos os cantos espreitam sombras assustadoras —
Possíveis fantasmas dos primeiros habitantes daquele lugar sombrio.
Ninguém ri. Ninguém fala.
A criança chora. Mas ninguém a vê.

Desesperada, grita.
Agarra-se aos que passam.
Mas ninguém a vê.

Então corre, em busca de outra queda.
Perde-se nas ruelas que se bifurcam sem fim.
Cercam-na. Sussurram.
Ri-se delas uma histeria invisível.
As ruelas prendem-na com garras húmidas e escorregadias…
E a criança cai de novo.

Desta vez, não há mais plataformas.
Só um céu imenso, de um azul profundo e penetrante.

A criança caminha no céu — no vazio do céu —
Sem saber o que encontrará ao dobrar a esquina formada por uma nuvem gigante.

Aos poucos, afasta-se.
Afasta-se…
E desaparece no vazio.

As luzes apagam-se.
O espetáculo acabou.
Era um sonho.
Pura e simplesmente, um sonho.


1985 / Melissa O'Neill (O meu pseudónimo até 2012)