Sentada no ventre da Terra, o aroma da floresta enche-me as narinas e infunde-me com o seu poderoso silêncio. Admiro a dádiva da vida e sorrio.
Conheci lágrimas, riso, dor e entrega. Conheci turbulência e paz, amor, medo, raiva, desespero, alívio e harmonia, frustração, equilíbrio, solidão e inteireza, perda e completude, tudo e nada, nada e tudo, e sorrio.
A riqueza de cada jóia que pavimentou o meu caminho, reside em tudo o que experienciei e nem uma ínfima partícula de um momento sequer pode ser condenada, pois na fornalha ardente da minha natureza expansiva, tudo torna o caldo que sou tanto mais mágico, mais verdadeiro.
A beleza que consigo agora vislumbrar falha qualquer tentativa de descrição, tal é a sua abundância, e sorrio. Em gratidão. Sorrio.
O Amor jorra constantemente da fonte de Compaixão que reside no meu âmago e transborda a sua graça conforme respiro os meus passos sobre o chão da minha existência… Um Amor que não consigo conter, reter ou explicar. E sorrio.
Meio século passou, deixando um rasto de pessoas especiais, todas e cada uma que passou pelo meu caminho, lugares especiais, animais, insetos… especiais… plantas, pedras, coisas de todas as qualidades e formas de manifestação… Especiais. E sorrio.
Não existe busca. Nada em falta. Nada a conquistar. Ninguém que me complete. Nenhum outro lugar onde estar. E ainda assim tanto para explorar e desfrutar e descobrir e com que brincar. Não por necessidade, falta ou obrigação. E sorrio. Um Sim. Um Agora.
E a vida leva-me pela mão e mantém-me segura para que eu possa Voar. Nadar. Caminhar. Correr. Dançar. Expandir. Em cima como em baixo. Em baixo como em cima.
Por isso agradeço-te por fazeres parte do meu Sim, amado Ser. Uma saudação alegre a mais 50 voltas em torno do sol. Mais ou menos. Não importa. Estamos aqui agora. Tu e eu. Vamos brincar. Amar. Ser. Tudo.
Obrigada.
Com Amor,
T. C. Aeelah
29 setembro 2022
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