Eventos Curiosos
Ontem ocorreu um evento curioso. Como sabem, organizámos
aqui em Tomar algumas atividades comemorativas do dia Internacional da Paz, com
o objetivo de promover a Paz Interior, a nosso ver o único lugar onde ela
realmente se encontra.
Estas atividades decorriam no Parque do Mouchão, no centro
da cidade. Tinham início ás 18h, daí que eu e os meus companheiros organizadores
havíamos combinado encontrarmo-nos lá por volta das 17h.
Cheguei. Sentei-me num banco do jardim, absorvendo a
frescura daquele lugar mágico, ouvindo a água a correr em torno da Roda, as
folhas cintilando com a doce brisa do sol, acariciadas pelas asas dos pássaros
que, longe do bulício dos veículos movimentados mesmo ali ao lado, viviam ao sabor
do seu próprio mundo encantado.
Mal me sentei, e após umas breves respirações profundas, ouvi
um grande estrondo. Levantei-me e espreitei para fora do parque. As uns
escassos metros de onde me encontrava houvera uma colisão que não conseguia bem
definir, apenas via uma nuvem de poeira e alguém a sair de um dos veículos
acidentados e caindo logo no chão sem forças para se deslocar. Nisto uma
multidão curiosa começou a acorrer ao local e em poucos minutos havia gente,
muita gente, por ali. Um ou dois minutos depois, por mero acaso, uma ambulância
que se dirigia a algum lugar passou por ali e parou, felizmente prestando os
primeiros socorros à pessoa que caíra. Alguns minutos depois mais uma ambulância,
e depois outra e mais outra e o carro da polícia, enfim, um grande aparato. De
tal forma que a rua onde ocorreu o acidente foi encerrada ao trânsito por cerca
de 30 ou 40 minutos.
Eu fiquei no banco de jardim onde havia escolhido sentar-me
inicialmente, observando a cena e observando-me a mim mesma.
Os meus companheiros organizadores, claro está, nunca mais
chegavam devido ao corte de trânsito, e neste caso não podiam vir a pé pois
traziam as taças e instrumentos necessários para o concerto meditativo
programado.
Perguntava-me porque é que as situações mais dramáticas
suscitam tanta curiosidade. Que teriam todas aquelas pessoas que oferecer com a
sua presença ali, a não ser ainda mais confusão? Apenas lhes interessava saber
o que se passara, incluindo todos os pormenores mais chocantes. Para quê?
Perguntava-me eu.
De facto a tentação de ir e ver era grande. Mas não havia
qualquer justificação. Tudo isto mesmo antes de um evento dedicado à Paz
Interior, com uma palestra em que um dos temas abordados seria precisamente a
necessidade de escolhermos o que realmente queremos nas nossas vidas: Paz ou
Drama? E eu ali, fazendo a escolha, mais uma vez, como em tantas outras
ocasiões, de não participar no drama, sabendo que apenas a minha Serenidade
poderia facilitar a rápida resolução de todo o cenário, enquanto que toda
aquela gente por ali a observar apenas atrapalhava, nada mais.
Somos movidos para o drama como as traças para a luz. Sem
nos questionarmos onde estará esse interruptor que de repente se liga
inadvertidamente. Basta apenas pararmos e tornarmo-nos conscientes desses
hábitos automáticos e sermos pro-ativos em ver de reativos. Não é a escolha da
multidão que determina o que me parece a escolha acertada para mim e para o bem
comum. É a minha consciência. Mas para ouvi-la tenho que estar disponível.
Parar, serenar, ouvir e escolher.
É para mim uma responsabilidade social, adquirirmos esta
capacidade de parar, serenar, ouvir e escolher conscientemente o que serve o
propósito da Paz e o que já não serve mais. Isto é se queremos realmente que
exista Paz no mundo. Pelo menos no nosso, podemos fazer a diferença. E depois
quem sabe os efeitos que essa Paz terá no teu coração e no dele e no dela e no
deles e no de todos…
É que ao satisfazer a nossa curiosidade inexplicável pelo
drama, apenas o alimentamos e magnificamos. Intensificamo-lo com os nossos
comentários e de cada vez que o mencionamos e contamos uns aos outros. Apenas e
tão só servimos a confusão e o ruído, a luta e o desequilíbrio. Nada mais.
Eu escolho a Paz.
AMIGA,
ResponderEliminarNão tenho palavras para exprimir, quanta "Abundância" de Paz de Espirito, eu vivi, em plenitude, sentindo, "passo a passo", os acordes da Respiração Consciente, em Celewbração!!!
Bem Hajam
Artemis
Obrigada querida amiga :) E reine a PAZ :)
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