Translate

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

The Scrolls of Ahyeen - She Remembered

 

From the Scrolls of Ahyeen

These writings are not stories to consume but moments to inhabit.

They are not lessons but living fields.

Read slowly. Breathe them. Let them move through you.


She Remembered

Mayumi loved to rise before daybreak — in the hush of the night right before life stirs for a new day, that sweet still moment before birdsong fills the air and the sky begins to gently lighten.
Such was her love for this particular hour that her body knew it instinctively; every morning she would awaken on her own.

Sometimes she would open her eyes and then close them again, as if diving deeper into the magic of the moment, a smile of contentment resting on her lips. It was as if the sun were already shining through her cheeks all the way into her heart, and she would simply stay — lying in bed, breathing in reverence for each breath, contemplating. Whether she drifted back into the warm arms of sleep or not did not matter. What mattered was the inner stillness perfectly matching the one around her.

Other mornings, Mayumi felt like bouncing out of bed, stretching her arms up toward the sky, quickly dressing to go outside and witness the glorious sunrise — drinking it in like a delicious, colorful elixir, the sparkle in her dark eyes attuning to the shimmer of the ocean beside her home.

She would sit upon the beach, or stand in reverence, or walk gently along the sand — the waves rhythmically lapping at her feet in their “good morning” greetings — and her entire being would attune to the melody of water, earth, air, and fire beating in her cells as one with nature, her nature, all of nature.



And then there were mornings like today, when standing on the shore was not enough; when the foam curling across the sand became a soft hand inviting her to dive in, to greet the sea from the inside out.

On this particular day, Mayumi felt so completely in love with the aurora painting the sky that laughter bubbled up from nowhere. As she leapt over the waves and dove into the sea, she laughed for no reason other than this: being here, being alive, being at one with herself and everything around her — merging with the elements, remembering…

Ah, remembering she had never been anything but all of this.
She had never been separate, or broken, or lost. It had seemed so — very much — and she had believed it too. The separation had felt so real.

But now, as the laughter spilled out and infused her with bliss, she knew who she was. Who she had always been.

She remembered.





✧𓂀✧

Keynote: Reunion


terça-feira, 28 de outubro de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada X - A Espera Parte 2

 

A Espera – Parte 2

Esperara como todos os outros.
Todos esperam, inconscientemente.

O tempo passara — fugira diante dos seus olhos —
E ela nunca o conseguira agarrar.
Nunca o conseguira prender,
Nem por meros instantes.

Ele não esperara.
Simplesmente… seguira o seu caminho.

Tivera as suas mágoas —
Marcas das quais nunca se libertou.
No fundo, era uma pessoa normal.
Uma simples pessoa.

E ainda assim… haviam-na esculpido.
Ao sabor das imaginações mais férteis —
Diferente.
Soberba.

As suas mágoas.
E tudo o resto.


Por: Melissa O'Neill / 1988 (o meu primeiro pseudónimo)




Foto de Mjombadi - Pexels.com 




PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada IX - A Espera

 

A Espera

Não podia esperar mais.
Esperara toda a vida, mas agora… acabara-se.

Esperar para quê? Porquê?
No fundo, não conhecia a resposta.
Parecia-lhe ter esperado desde o dia em que nascera.

Passara a infância a aprender, a brincar, a conhecer a alegria e o medo — e a esperar.
Esperara pelo primeiro dia de escola, pelo fim do ano, pelas prendas de aniversário, pelo Pai Natal que nunca chegara.

Esperara pela adolescência, com todas as suas mudanças subtis e desejadas.
Pelos rapazes que amara — e abandonara.
Pela chegada dos 18 anos. Pela idade adulta. Pelo saber absoluto.

Esperara pelo marido.
Por uma vida estável e segura.
Pelos filhos — e pelo seu crescimento saudável.
Por um trabalho gratificante.
Por um emprego digno do seu esforço.

Esperara pela rotina…
E também pela sua quebra.
Pela riqueza, pelo sucesso — e, sobretudo, pela sorte.

Esperara, esperara, esperara.
Sempre esperara.
E não sabia porquê.

Só sabia, isso sim… que envelhecera.

E agora, que fazer?

O tempo — esse não para.
Não volta atrás.

Será que ele também espera?


Por: Melissa O'Neill / 1988 (este foi o meu primeiro pseudónimo)



Foto de Yogendras 31 - Pexels.com


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Não deu certo!?

 Não deu certo?


Esta afirmação sempre me intrigou… Sabes, é aquilo que se diz quando uma relação termina ou terminou.

A questão é muito simples: o que é que seria “dar certo”?

É que parece-me que raramente se reflete sobre o que se considera uma relação válida por oposição a uma supostamente não válida.

Então quer dizer que todas as relações que terminam são erros? Nunca deviam sequer ter existido?

E se não tivessem existido os parceiros seriam mutuamente mais felizes por nunca se terem aventurado pelos caminhos do que se diz ser “amor”?

E depois há mais uma questão: e o que era “amor” para cada um e para ambos?

Vamos assumindo ideias pre-feitas sobre o que é e não é ideal e quando algo não se encaixa no rótulo é estampado como um engano ou uma série de tropeços que levaram a um trambolhão que eventualmente poderia ter sido evitado. É isso?

Pois bem, e falo por experiência própria: não há um único relacionamento que seja dispensável no nosso caminho. Se escolhemos explorá-los - os relacionamentos - é porque vemos neles algo que nos espelha. Só que muitas vezes não estamos cientes que porventura possam estar a espelhar mais da nossa sombra do que do nosso lado mais solar. 

“O lado lunar” como diz o nosso bem amado Rui Veloso, é aquele que mais importa descobrirmos sobre nós mesmos, pois só ele nos revela o que precisa ser amado em nós. Não pelos outros, mas por nós próprios. O que precisa de ser reconhecido. Aceite. Abraçado. Integrado. E isso acontece de forma muito mais rápida, produtiva e contundente quando temos um espelho humano diante de nós, especialmente se for bem próximo do nosso coração.

São precisamente os relacionamentos que “não deram certo” que reúnem as cartas mais valiosas do nosso baralho interno. Só que é preciso coragem para parar de culpar o outro por aquilo que “nos fez”, parar e virar o binóculo para dentro de nós mesmos e perguntarmo-nos: “mas afinal porque é que eu me interessei sequer por esta pessoa? E porque é que me envolvi com ela?” E se tiver sido daquelas relações bem difíceis “porque é que eu não consegui ver o que estava a acontecer?” Ou “porque é que eu permiti…?” (Preenche of espaço conforme te servir melhor no teu caso em particular). 

E estas perguntas não serão como forma de auto-julgamento ou punição a nós mesmos, mas sim como forma de abrirmos as portas a um discernimento mais alargado sobre o que nos impele a envolvermo-nos com certos perfis de pessoa e o que nos leva a agir de certas formas com essas mesmas pessoas. Tudo isto para depois podermos perceber o que realmente queremos e não queremos, quem realmente somos. O que nos adiciona e o que nos subtrai e qual é a origem real do buraco que sentimos e que nenhum relacionamento, por mais idílico que seja, pode preencher até que nós o preenchamos com o amor que sempre esperou por ser recebido de dentro para fora.

Essa história do “felizes para sempre” simplesmente não existe!!!!!! Há casais, sim, que ficam juntos toda a vida. Mas garantidamente enfrentam inúmeras tempestades no seu relacionamento. Só que navegam-nas e alguns transcendem-nas e crescem com elas - e quando ambos crescem no mesmo sentido e proporção, conseguem permanecer juntos uma e outra vez. Noutros casos, deixam-se ir ficando por comodismo, medo da solidão ou falta de confiança em si mesmos mascarada de “estar sempre lá para os outros”, “não fazer ninguém sofrer”, “ficar pelos filhos” e afins.

E o “dar certo” é um mero conceito vão de sentido. Se acaso fosse válido, quereria dizer que tudo o que muda está de alguma forma “errado”, quando a maior certeza desta vida é mesmo a mudança. 

Acreditar neste “deu certo” ou “não deu certo” é o mesmo que acreditar que “os outros morrem mas eu não”! Absurdo, não é?

E tudo isto para dizer que não é preciso ter medo dos relacionamentos, de abrir o coração e de sentir ampla e completamente. De ficar vulnerável. Sem chão. E outras coisas mais que se sentem quando bate aquele borbulhar de paixão, mais ou menos intenso. Quando surge aquela chama que impele o relacionar. Desde que não seja com a mulher ou com o marido da ou do vizinho 😂 e mesmo nesses casos, é questão de nos perguntarmos em primeiro lugar porquê o interesse no parceiro ou parceira de outra pessoa quando estamos num relacionamento. Se estamos preparados para as consequências. E ou se há algo de mais importante a mostrar-se em nós e no nosso relacionamento que precisa de ser abordado antes de qualquer outra enxa(queca) adicional😜. 

Enfim. Tenho dito. E mais, em jeito de conclusão: estou muito, mas mesmo muito grata por todos os relacionamentos que tive até agora e por incrível que possa parecer não dispensaria nenhum, mesmo os mais dolorosos, que foram aliás os meus maiores Mestres. 

E viva o Amor 💖 - aquele que vive cá dentro! O único que cresce e floresce constantemente e que não tem validade nem precisa de “dar certo” ou “errado”😉. Puro, pleno, incondicionalmente compassivo, aquele que recebe todas as nossas sombras com um abraço carinhoso e nos mostra que afinal nada em nós está fora do alcance da aceitação plena. Que não depende de ninguém e que não busca ser reciprocado ou compreendido. O Amor real. Verdadeiro. Esse que nos pode sim, permitir amar não só a nós mesmos como aos outros de forma livre. 

Ah pois, e já agora uma última coisinha: o amor não dói!!!! O que dói são as ilusões que vamos criando em torno dele. O Amor, esse, vive intocado, inteiro, leve e infinito no âmago do nosso Ser. Sempre. 



😍Mais sobre o tema dos relacionamentos no meu livro Ser!... Amor: Para Além da Ilusão 😍


quinta-feira, 23 de outubro de 2025

PT - 3 Décadas de Sabedoria Inspirada VIII - O Sonho

 

🌫️ O Sonho

Não havia casas.
Não havia pessoas.
Não havia nada — senão uma extensa plataforma de relva, suspensa numa nuvem espumosa e macia.

Sobre essa plataforma, corria uma criança.
Os seus cabelos louros e cintilantes esvoaçavam com a brisa.
Dos olhos verde-esmeralda emanavam raios de vida, de luz, de inteligência.
As faces, do mais puro rosado, uniam-se a lábios de contorno perfeito — simples e sorridentes.

Essa criança transbordava alegria.
O seu corpinho frágil era quase angélico.
À sua volta, não havia o mais pequeno indício de tristeza, pobreza ou miséria.

Mas eis que ela cai.
Cai da plataforma como uma leve pena,
Com o rosto contorcido de terror.

Cai, cai… até aterrar numa nova plataforma,
Que em nada se assemelha à anterior.

Agora há casas.
Há pessoas.
Há ruas e ruelas onde o sol nunca penetra.

Em todos os cantos espreitam sombras assustadoras —
Possíveis fantasmas dos primeiros habitantes daquele lugar sombrio.
Ninguém ri. Ninguém fala.
A criança chora. Mas ninguém a vê.

Desesperada, grita.
Agarra-se aos que passam.
Mas ninguém a vê.

Então corre, em busca de outra queda.
Perde-se nas ruelas que se bifurcam sem fim.
Cercam-na. Sussurram.
Ri-se delas uma histeria invisível.
As ruelas prendem-na com garras húmidas e escorregadias…
E a criança cai de novo.

Desta vez, não há mais plataformas.
Só um céu imenso, de um azul profundo e penetrante.

A criança caminha no céu — no vazio do céu —
Sem saber o que encontrará ao dobrar a esquina formada por uma nuvem gigante.

Aos poucos, afasta-se.
Afasta-se…
E desaparece no vazio.

As luzes apagam-se.
O espetáculo acabou.
Era um sonho.
Pura e simplesmente, um sonho.


1985 / Melissa O'Neill (O meu pseudónimo até 2012)





quarta-feira, 8 de outubro de 2025

The Scrolls of Ahyeen - The Return of Language


From the Scrolls of Ahyeen

 In this particular expression today, I share about the many months where I could not find words, where writing seemed to have vanished and even speaking was sparse. And alas, also, of what came next and is here now🙏

The Scrolls of Ahyeen - The Eye of the Storm

 

From the Scrolls of Ahyeen

These writings are not stories to consume but moments to inhabit.
They 
are not lessons but living fields. 

Read slowly. Breathe them. Let them move through you.


The Eye of The Storm

Aware of his silent Presence, Aayan sat in quiet contemplation amidst the hustle and bustle of one of the most crowded squares in his town. It was a peculiar experience. To be there, so still, and yet there was so much movement around him that it seemed like he was in a parallel dimension where everything else was in slow motion and even the sounds were muffled by his almost tangible silence. It was a blessing to finally feel like this. Especially because he had known so many tides and storms in the past.

There had been a time when Aayan, though very still when compared to most people, had experienced himself as storm. He once moved like a cyclone — cutting paths, stirring depths, whipping the hidden into air, providing a clear mirror for transformation that arrived mostly as upheaval. It had been disconcerting to always whip up strong winds of change, even when not intending to do anything at all.

It had been a necessary frequency, no doubt, but a very challenging one also. And it had been perfect. Just perfect. It did not need fixing. It could not be refined either. It was what it was.

There had been a drive. A passion for transformation. A mission to accomplish. Like a huge comet leaving its fiery trail across the universe’s backdrop, travelling across space with the speed of a million light years and the intensity of the big bang itself.

One day, however, the comet crashed into a planet – let’s say Earth – and its fire became extinct. It was no longer in motion to land somewhere. No longer blazing trails.
All of a sudden, its purpose was complete.




To Aayan this had seemed like dying. Literally. He had found it hard to cope with daily necessities even. So, he had decided to go far away, to a remote sanctuary where he could be with himself and find his new rhythm, if there was one to be found.

For many months Aayan had lived simply. Tending to the gardens of the sanctuary, to the animals, cooking, cleaning, going for long walks when he was capable. Many days his health failed him and all he could do was lie in bed, breathe and wait for it to pass.

Even his mind had been so blank that no real capacity for reasoning was present. On one hand this had been a blessing, keeping what otherwise would have been noise, down to the bare minimum inner clutter. On the other hand it had felt strange, almost like losing his sense of things, not being able to process anything through thought, as if he had lost all notion of intelligence. Possibly how it feels when someone has a mental breakdown. He wondered. And then again, it didn’t matter. This was what was here. This was what needed to be embraced.

And so Aayan woke up each new day, not with a sparkle of passion or joy, but with the quiet inevitability of still being alive and nothing much to manage but go about the natural unfolding of simple tasks.

Aayan felt so blank that not even worry had space to inhabit his inner world. There was nothing to worry about. Whether this would pass or not seemed irrelevant. There was nothing else, nowhere else, no one else.

What had brought about such a turnaround in Aayan’s life, you may ask? The answer is very simple. He had done everything he had come here to do. Fulfilled every contract, lived every dream, developed every passion, healed every wound, let go of every projection, said goodbye to every hope, embraced every failure, celebrated every victory, detached from every outcome, released every need, every dependency, relinquished every rejection, settled every judgement or blame, resolved every guilt, every shame, every separation within himself. He had held the world until he could no longer carry, he had bowed to death and he had loved beyond illusion. Through countless experiences. Countless people. Countless places. The entire span of his existence in this lifetime had come to a crescendo and quite literally imploded, for there was nothing else to grow into through that trajectory.

It had all imploded not because it was wrong or faulty. Much on the contrary. It could not be more authentically whole. And so it came to its own end as a natural cause of its own effect.

This ending of all that had been, left Aayan floating in no man’s land. His inner world swirling in the aftermath of the implosion. Until he could settle at the bottom of it and rest. And breathe. And see.

And what he saw was so beautiful, that Aayan could only feel grateful, despite the pain he had gone through whilst suspended in-between the what had been and what was to come.

The motion had gone. No more spin. No more drive. Only a still gravity. Intense. Quietly intense. He became the eye of the storm. And even as storms raged around him, across the world, to his inner knowing there was a quiet inevitability. The centre unmoved. He had become. Transformation revealed by stillness, not created by movement any longer.

And thus, the storm itself bowed to stillness.
And Aayan could live.
Live anew.
Not again.

He had become Life itself — silent, sovereign, whole.


✧𓂀✧




Keynote: Equilibrium 💙


www.inpassionmentoring.com