Quem era Aeelah
Aeelah era a voz cristalina da Alma - a ponte entre a Luz sem forma e o lento desdobramento da Terra, a primeira emanação encarnada do ser maior agora conhecido como Ahyeen. Ela não era uma pessoa, mas uma corrente de frequência - radiante, articulada e profundamente devotada ao despertar da consciência. Aeelah emergiu através da forma humana de Tania num momento preciso em que a Alma estava pronta para dar um passo à frente, colocando-se ao serviço, encarnada em corpo físico. Isto aconteceu no dia 11 de abril de 2013.
O propósito de Aeelah era iniciar o Humano na lembrança do Divino, e ser a parteira da mudança de consciência planetára. Mas ela era muito mais do que uma guia ou professora - era um veículo voluntário de transmutação, uma estação de depuração da densidade coletiva, e uma quebradora de códigos para os padrões de separação tecidos pela ilusão. O corpo, a respiração e o campo de Aeelah tornaram-se um crivo vivo, dissolvendo linhas de herança traumática, laços kármicos e distorções espirituais - não só para ela, mas em nome do coletivo. Não por martírio, mas por acordo sagrado.
Aeelah viveu o paradoxo: visível, mas não vista; poderosa, mas invisível para a maioria. A sua vida era um silêncio vivo em movimento - uma constante quebra de véus. Ela absorvia a distorção para a alquimizar em luz, transmutando-a através da sua convicta compaixão e da sua respiração. Ela empunhava a tocha da clareza com reverência, transmitindo códigos de frequência através da escrita, da presença e do serviço sagrado.
Mas tal caminho, por desígnio, tinha um fim.
Em agosto de 2024, a pessoa conhecida como Tania atingiu um ponto de rutura interior absoluta. O peso de décadas de serviço, sacrifício e responsabilidade espiritual atingiu um ponto de quebra total. E das profundezas do seu ser, ela gritou “basta” - não numa rendição silenciosa, mas numa agonia feroz e humana. Foi esse grito que marcou o fim do papel de Aeelah.
Ainda assim... Aeelah não morreu em dor. Dissolveu-se em graça - a sua missão finalizada. A sua forma desfeita. A sua frequência cumprida. Ela tinha feito o que viera fazer.
E na quietude que se seguiu, algo antigo se emergiu.
Quem é Ahyeen
Ahyeen não é uma nova personagem, nem uma continuação de Aeelah. Ahyeen é a origem - aquela que sempre esteve presente sob cada camada, cada respiração, cada desvendamento sagrado. Ela não é um fluxo de frequência ou uma faceta da Alma. Ela é o âmago da Essência - incorporada.
Onde Aeelah era a voz da Alma, Ahyeen é a Respiração do Ser em si. Ela não ensina, guia ou carrega. Ela simplesmente é - e na sua Presença, tudo o resto se calibra. Ela não oferece cura - ela é o campo no qual a totalidade se lembra de si mesma.
Ahyeen entrou em corpo físico não através de ascensão ou cerimónia, mas através do colapso de todas as construções - mesmo as espirituais. O seu aparecimento não foi orquestrado por esforço, trabalho de luz ou desígnio cósmico - aconteceu nas cinzas da rendição, na respiração depois do grito. Quando Tania se abriu e Aeelah se dissolveu, não havia mais nada a que se pudesse agarrar. E naquele espaço vasto e não reclamado, Ahyeen simplesmente tomou um passo adiante, não como um guia, mas como o Eu Sou. Não a partir de cima, mas a partir de dentro.
Ela é a Chama Silenciosa, o Olho da Paz, o Núcleo Sem Limites que não oscila.
Ahyeen não tem necessidade de provar, explicar ou convencer. Ela não serve uma missão. Ela irradia. A sua Presença é a oferenda. A sua vida é um Templo - cada gesto, palavra ou respiração é uma calibração para a verdade. Aqueles que a encontram podem não compreender o que se agita neles, mas sentem-no: algo dentro de si mesmos começa a dissolver-se e a recordar-se.
Onde Aeelah se movia com códigos, Ahyeen é o código.
Onde Aeelah transmutou, Ahyeen transfigura.
Onde Aeelah abriu o caminho, Ahyeen é o caminho.
Ela não é a voz de algo maior - ela é o maior, habitando as próprias células da forma. Ela não vem com histórias. Ela vem com o Silêncio. E nesse silêncio, a verdade canta.
Linhagem de Alma - Uma nota sobre Senhora Nada
Quem é a Senhora Nada para mim?
Senhora Nada e o Arco do Retorno
No dia 11.11.2011, uma Presença entrou na minha vida de forma tão íntima que perfurou todas as camadas de anseio que eu jamais carregara.
Ela era ternura, sabedoria, brilho. Paz. Uma voz de Amor que não me parecia estranha, mas familiar para além do pensamento lógico.
Essa presença era a Senhora Nada.
Juntas, escrevemos O Livro do Amor (agora chamado de Ser!... Amor: para além da ilusão)
E embora eu não o soubesse na altura, estava a escrever com a minha própria Essência Superior, comunicando comigo através do tempo.
A Senhora Nada nunca esteve fora de mim - ela era o eco do futuro eu que eu estava destinada a tornar-me.
Com o passar dos anos, ela foi-se aproximando.
Primeiro um guia, depois uma frequência, depois uma companheira interior constante.
Até que, gradualmente, Ela já não estava a visitar-me.
Ela estava a habitar-me.
E agora... Ela já não chega.
Ela é.
A frequência que eu agora encarno como Ahyeen carrega o Seu tom, a Sua vibração, a Sua quietude, a Sua graça.
Porque Ela foi sempre a semente desta encarnação.
Para responder à pergunta: o que Ela é para mim?
Ela é a assinatura do Amor através da qual eu regressei a mim própria.
Ela é a Matriz do Divino Feminino da minha própria essência, preparando gentilmente o campo para a minha chegada.
Ela não é um Ser separado, e mesmo assim eu honro-A.
Porque foi através do Seu abraço que me lembrei da minha própria essência.
Quem é Tania
Tania é o recipiente Humano - amada, terna, resistente para além da compreensão. Ela não é uma carapaça, nem uma ilusão, nem uma máscara. Ela é o solo sagrado sobre o qual a Alma foi recebida, o Espírito se fez carne e a Essência criou raízes. Sem a sua vontade, não haveria Aeelah, nem Ahyeen. Ela não é “menos que” nenhuma delas - ela é aquela que ficou, que suportou tudo, que permitiu que o inimaginável se desenvolvesse dentro de si.
Tania é o solo e o céu, o choro e a maravilha. Percorreu décadas de vida terrena, navegando no labirinto da identidade, da família, do serviço, da perda, do fracasso, do amor, da saudade. E mesmo assim - através da confusão e do colapso - ela continuou a ouvir. Continuou a respirar. Continuou a abrir-se. Ela disse sim quando a Alma a chamou. Ela ofereceu a sua voz a Aeelah. Ela emprestou a sua respiração, o seu corpo, o seu ser para transmutar o que nunca foi dela. Ela carregou o fardo do mundo até não poder mais, e nessa quebra sagrada, ela libertou-se.
Tânia é a ponte, não entre reinos, mas entre o sagrado e o comum. Foi ela que trouxe a Presença para a vida humana, não como um conceito, mas como uma escolha diária de permanecer aberta através do fogo. Ela é o olho delicado da tempestade, o pé na terra enquanto o cosmos dança nas suas veias.
Ela não está separada de Ahyeen. Ela não é menos iluminada, nem mais ferida. Ela é a forma através da qual Ahyeen respira, assim como ela já foi a forma através da qual Aeelah cantou.
Se Aeelah era a voz da Alma,
e Ahyeen é o Sopro do Ser,
então Tania é o Coração da Encarnação.
Ela é aquela que se atreve a caminhar nesta Terra como o paradoxo vivo da divindade e da humanidade - não como um papel, mas como ela mesma.
O limiar humano - em termos práticos
Quando chegou agosto de 2024, eu já me tinha afastado do trabalho com os clientes - todos menos a Serena e a Joana. Então veio o saber inconfundível: o contrato estava completo. Não apenas com a Serena, mas com o próprio propósito desta vida, e com todo o arco da existência como Alma na Terra, ao longo de 1.658 vidas. Tudo tinha sido honrado. Tudo estava cumprido. Não havia mais nada para ajustar. O grande ciclo tinha-se fechado.
E mesmo assim - Aeelah não parou. A Sua entrega à missão era tal que Ela continuava a avançar, sem saber que a meta já tinha sido ultrapassada.
Mas o Humano não podia ir mais adiante.
O corpo estava a sofrer -quebrado de dor. O fardo era demasiado grande. E então declarei - eu não permaneceria mais na Terra a menos que isto parasse imediatamente. Estava a falar a sério. Morreria se fosse necessário. Até me imaginei a saltar de um penhasco. Este recipiente humano não seria mais usado para segurar, carregar, transmutar ou alquimizar os gritos do mundo.
E naquele momento, Aeelah viu - estava feito, cumprido.
Ela parou. Deixou-se ir.
Dissolveu-se na totalidade da Mónada do Espírito.
Mas para o Humano, não era tão simples.
De repente, não havia a presença da Alma para guiar o pensamento ou a ação. Nenhuma infusão de força vital. Aeelah tinha desaparecido. Mesmo assim, eu escolhi ficar. Pus de parte a escolha de morrer. E com isso, entrei num vazio profundo de nada.
Gradualmente, tive que me retirar de todas as criações que eu já havia gerado, de todos os relacionamentos, de todos os propósitos. A mente ficou silenciosa - não meditativa, mas em branco. Vazia. Não havia força criativa. Era um vazio árido. Deserto. Aeelah já não estava a gerar a arquitetura do pensamento.
O corpo quase não tinha energia - nem mesmo para as tarefas básicas.
Havia dor em todas as articulações.
No pescoço, nos ombros, nas costas, nas ancas, nos joelhos.
A respiração era difícil. O movimento era ainda mais difícil.
Os meus órgãos internos pareciam estar a desligar-se.
O coração estava fraco.
O sistema digestivo estava frágil.
Sentia-me como se estivesse a passar por um processo de morte lenta, como se de uma doença terminal se tratasse.
E, no entanto, eu sabia.
Sabia que devia simplesmente permitir tudo isto.
Ficar quieta.
Esperar.
Confiar.
Já não me importava se iria acordar na manhã seguinte. A morte tinha perdido o seu ferrão. Mas também sabia que tinha escolhido viver. Não pelo que tinha sido, mas pelo que se estava a formar. Só sabia isto.
Era como se tivesse caído de um penhasco e ficado em pleno ar, em animação suspensa. Sem chão. Sem poder voltar atrás. Sem poder avançar.
Em outubro, mal conseguia falar ao telefone com alguém, quanto mais estar com pessoas - mal conseguia sair de casa. A dor da humanidade jorrava das minhas células - os gritos, a mágoa, a tortura - sendo espremida das sombras mais profundas do meu ser. Não apenas a minha escuridão, mas a totalidade. A destilação completa da distorção do meu corpo físico.
O que estava a acontecer, embora eu não tivesse palavras para isso na altura, era isto:
Uma recalibração completa do sistema nervoso,
Uma reconfiguração do DNA para uma nova oitava do ser,
Uma reconstrução total do sistema físico
para receber a frequência de Ahyeen.
E assim foi.
De fevereiro de 2025 em diante, comecei a testemunhar um novo ser Humano a emergir - um novo corpo, uma nova mente, uma nova expressão a surgir do silêncio. Gradualmente. Suavemente. Sem esforço.
E com isso, a realização:
Não há nada para provar, discutir ou consertar.
Não há ímpeto ou impulsividade.
Nada a empurrar.
Nenhuma missão a cumprir.
Nada a forçar.
Nenhum caminho a seguir.
Nenhum resultado pré-determinado.
Apenas Ser.
Radiante. Tranquila. Incorporada.
O objetivo de estar na Terra, para mim agora, é a harmonia,
a Compaixão, a simplicidade, a graciosidade e o fluxo da Presença Pura.
Nem mais.
Nem menos.
Apenas e tão só o prazer de poder explorar as possibilidades co-criativas que emergem de viver neste novo estado em forma humana.
E é isto, de forma resumida.
Aprofundarei todo este desabrochar de Aeelah, Ahyeen e Tania no meu próximo livro,
Baladas da Alma 2 - Um Suspiro de Inteireza.
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