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sábado, 16 de dezembro de 2017

O Poder da Escolha Consciente - Eco Trip / Take 14

Dia 13 – 25 de Agosto


Silêncio


Esta noite nem o sino da igreja nos conseguiu demover do nosso mergulho no mar do sono que tão bem nos soube! Somos mais uma vez brindados com um saudável repasto matutino antes de nos pormos a caminho mais uma vez, agora no caminho de regresso a Portugal... mas por outras paragens distintas das que nos trouxeram até cá.

Fortes abraços de gratidão e promessas de reencontro dão-nos fuel para nos fazermos à estrada para visitar o lago de Como e possivelmente pernoitar por ali, escolhendo hoje um dia com poucos quilómetros de estrada e algum descanso do mundo urbano.

A minha escolha de hoje é: Silêncio… Não é que vá ficar calada todo o dia, claro que não. É deixar-me ficar neste silêncio infinito que habita em mim, bem no meu centro, de onde tudo nasce e para onde tudo retorna, este silêncio que assiste à dança da Vida em Serenidade absoluta.

E é nesta nota tranquila que chegamos ao Lago de Como. É, também este, um lugar que conhecia da minha infância na Itália mas agora sinto-o diferente. Alguma coisa mudou. Terei sido eu, com certeza, e o passar dos anos que sempre deixa os seus contornos de mudança por todo e qualquer lugar.





 Antes de mais, decidimos ir em busca do parque de campismo onde equacionámos ficar esta noite. Eventualmente encontramos o tal lugar mas o que encontramos é algo saído daqueles filmes passados nos EUA, algures num ponto remoto à beira de uma autoestrada, com dois rececionistas com menos de 20 anos que parecem ser os únicos responsáveis pela gestão deste espaço. A receção está suja e desarrumada e o rapaz que nos atende tem sarro amarelo nos dentes. Pedem-nos ambos os bilhetes de identidade e querem ficar com eles até fazermos o check-out no dia seguinte. Parece-nos muito estranho.

Há bastante espaço livre e não há nenhuma tenda mas apenas algumas autocaravanas. Procuramos um cantinho para montar a tenda e almoçar mas de um lado ouvem-se muito os carros a passar na estrada mais abaixo e do outro somos atacados por um batalhão de melgas!!! Aquelas tais que há por aqui com fartura.

Entretanto estendemos a manta noutro cantinho, prontos para começar a almoçar mas o nosso 6º sentido diz-nos que há algo que não joga certo aqui e após meia tenda montada e o almoço pronto na relva, decidimos desmontar tudo e ir embora dali. O nosso silêncio interno guia-nos para outro lugar.

Acabamos por almoçar numa mesa de jardim junto ao lago onde, sendo 6ª à tarde no mês de férias, vários grupos de jovens convivem cada qual à sua maneira.

 Temos a sensação que a proximidade da fronteira com a Suíça, país próspero para onde muitos desejam emigrar, criou nesta zona da Itália uma espécie de gueto, como que um posto de paragem para muitos que aspiram a poder transitar para a Suíça e assim melhorarem as suas condições de vida e também um lugar de negócios menos transparentes entre fronteiras. Sentimos, no silêncio dos nossos corações e a indicação é clara.

Vamos para Lago Maggiore. Mais um lugar onde a riqueza da natureza criou um forte mercado turístico que neste caso nos beneficia, pois não temos que procurar um parque de campismo! Há tantos ao longo da estrada que basta escolher, parar e ficar.

É o que fazemos.


 Já é final de tarde e o sol baixo no horizonte cria aquele festim de luz especial, aquietando o calor do dia e preparando-se para docemente receber a noite que aí vem.



Depois de escolher o nosso poiso e montar a tenda perto do lago, ainda temos a bela oportunidade de mergulhar nele e apreciar as conversas dos patos que ali brincam.




Como sempre, mais uma vez a nossa realidade trouxe-nos a medida das nossas escolhas e é certo que preferimos lugares sossegados sem grandes multidões, pelo que o monte de gente que estava à beira do lago quando chegámos entretanto eclipsou-se para os preparativos de fim de tarde e nós podemos desfrutar do lago só para nós… e para os patos ;)




Como comemos o almoço tarde, o jantar não passa de uma peça de fruta e alguns frutos secos seguido de um chá de hortelã no bar do camping, aconchegando o estômago e o coração.

Chegados ao fim deste dia tranquilo, sentimo-nos plenos, abundantes, de sorriso plasmado no rosto, com os olhos cintilantes de magia porque a vida nos é tão bondosa.

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