Dia 5 – 18 de Agosto 2017
Inspiração
Hoje é dia de seguir para Figueres e mergulhar na magnífica
arte surrealista de Salvador Dali, mas antes disso as despedidas da Sara que
nos acompanha até ao carro, triste porque já vamos mas feliz por termos estado.
Gratos estamos todos e sabemos que os corações não têm fronteiras.
Vemos mais uma vez aquele sinal que diz “Solo Turismos” e
perguntamos o que quer dizer, e sabes o que é? Só Ligeiros! A diversidade
semântica dos idiomas fascina-me.
Antes de Figueres escolhemos passar por Girona e… parque à
sombra. Perfeito. Girona é lindo, com os seus recantos, pátios e ruas antigas
extremamente bem conservadas. Um gosto para o olhar.
Está na hora do nosso próximo encontro – desta vez com Dalí.
Em Figueres, mais uma vez temos a nossa magia a
servir-nos com o parque grátis.
O Museu/ Galeria de
Dalí é um festim de fascínio artístico do início ao fim e em todas as
entrelinhas.
O meu coração está tão deliciado com a energia criativa que jorra
de todos os recantos, paredes, tetos e até do chão deste espaço fora do tempo
que me sinto envolvida por um imenso oceano de gratidão, misturado com paixão,
inspiração e uma alegria transbordante.
Esculturas, pinturas, joalharia, fotografia, montagens por
corredores, salas, andares, lugares iluminados por algo que ultrapassa a mente
e que por isso a cala, suspensa por longos instantes num limbo de incompreensão
que só o coração consegue conceber.
Do mais preciso, ao mais abstrato, do mais mundano ao mais
precioso, na arte de Dalí tudo é permitido, incluindo a excentricidade da sua
figura. O próprio amor obsessivo por Gala, a sua musa constante é
excentricamente belo e intangível.
Doem-me, doem-nos os pés… já andamos aqui há mais de duas
horas, mas ainda assim queremos apreciar tudo. É como se os nossos olhos
estivessem em transe com tanta beleza, não querendo perder um só detalhe deste
tesouro que nos alimenta a alma.
Estou plena, cheia de Ser, como se tivesse estado a fazer
amor. Um amor intenso mas delicado, durante toda a tarde!
Pés doridos, algum cansaço mas satisfação total.
A minha escolha para hoje foi/é: Eu Sou e Estou viva,
experienciando a beleza e bem-aventurança da Essência. E até agora, não poderia
estar a viver a minha escolha de forma mais apropriada.
Há alguns anos, quando comecei a sentir e a escolher como
realmente queria viver a minha vida aqui na Terra a escolha foi: viver em plena
união do Humano com o Divino, apreciando e respeitando toda a majestosa beleza da Terra, quer
sob a forma Natural, quer sob a forma de arte, de toda a arte inspirada no
infinito lago de Ser que nos une e nutre. E tenho isso na minha vida hoje. Tudo
o que escolhi.
Grata e plena, Sou.
O próximo encontro é com Cadaqués, uma pequena vila à beira
mar.
Bem, vamos.
Mas antes de Cadaqués ainda temos encontro marcado
com o meu amigo Angel Estois que também já não vejo há uns anos. Fiquei em casa
dele em 2011 quando vim a Barcelona com as minhas amigas Luísa e Filomena dar
dois workshops InPassion. Recordo-me que foi nessa viagem que comecei o livro
Não Apenas Mais um Livro Sobre o Amor – O LIVRO sobre o AMOR que publiquei em
Março de 2012. O interessante é que agora estou a criar a nova versão deste
mesmo livro que mudou de título. Agora chama-se SER!... Amor – Para Além da Ilusão e revejo o Angel próximo de Barcelona.
Ele está agora a passar férias na casa de
verão dos pais, na Costa Brava, mais precisamente em Roses. Nestes últimos anos
esteve no desemprego por já não se identificar com o trabalho de assistente
social e educativo que fazia e agora não sabe muito bem o que vai fazer, mas uma
das hipóteses é precisamente dedicar-se à escrita. Descobriu o gosto e o
talento para esta arte quando tirou 3 meses para viajar sem rumo certo, indo
parar à Nova Zelândia e aos EUA com muitas histórias para contar.
A caminho de Roses passamos por Empuriabrava, à procura de um sítio agradável para comermos o arroz de bacalhau que a Sara preparou ontem à noite para nós e QUE DELÍCIA! Somos muito privilegiados por termos à nossa frente este saboroso repasto. Mais uma vez, obrigada Sara!
Empuriabrava é um lugar muito diferente. É uma espécie de Delta em que a água entra terra adentro e em que criaram umas ruas de água onde cada casa tem o seu barco. Uma Veneza contemporânea onde ter barco é tão importante como ter carro. Ainda bem que passámos por aqui, pois é bem incomum este lugar.
A caminho de Roses passamos por Empuriabrava, à procura de um sítio agradável para comermos o arroz de bacalhau que a Sara preparou ontem à noite para nós e QUE DELÍCIA! Somos muito privilegiados por termos à nossa frente este saboroso repasto. Mais uma vez, obrigada Sara!
Empuriabrava é um lugar muito diferente. É uma espécie de Delta em que a água entra terra adentro e em que criaram umas ruas de água onde cada casa tem o seu barco. Uma Veneza contemporânea onde ter barco é tão importante como ter carro. Ainda bem que passámos por aqui, pois é bem incomum este lugar.
Chegados a Roses, partilhamos experiências durante cerca de uma hora na
esplanada junto à praia de Roses, gratos pelo reencontro e depois seguimos o
nosso rumo que o sol já se quer pôr por detrás dos montes.
Sob os tons rosa de fim de tarde, Cadaqués ergue-se
graciosa, caiada de branco, orlando uma baía encantadora onde o mar sereno
beija as rochas. Afoitos aventuramo-nos pela rua principal, descartando o
conselho do Angel de encontrarmos algum lugar logo à entrada da vila. A nossa
ideia para hoje é dormirmos na “car-van” algures por aqui.
Passamos lentamente
pelo centro aninhando num vale, abraçando a baía e conforme a noite cai e as
luzes brilham nas ruas e janelas, a vila ganha ainda mais encanto. O Guillem,
aquele amigo com quem estivemos ontem em Arenys de Mar, bem nos disse que se
vínhamos para estes lados não podíamos deixar de visitar Cadaqués.
Depois de passarmos pelos restaurantes, bares, cafés, lojas
e vivendas chegamos ao outro lado da baía e encontramos um parque amplo de
terra batida onde há muito espaço para pernoitarmos. E fica mesmo junto a uma
prainha que tem um chuveiro. Vou mergulhar neste mar logo pela manhã, com
certeza. Não posso prescindir desta água cristalina.
Vamos dar uma volta a pé até ao início da vila e retornamos
calmamente, gelado apreciado, sumo degustado, prontos para montar o
“estandarte”.
Está uma certa ventania, o que quer dizer que pelo menos
calor não vamos ter. Por outro lado a poeira que o vento levanta promete fazer
das suas. De manhã logo se vê como está o carro.
Prontos para uma noite descansada neste lugar encantado…
enganamo-nos. Afinal não fomos os únicos que tivemos a ideia de vir pernoitar
aqui. Chega um grupo, depois outro e ainda mais um e outro e todos fazem um
certo “basqueiral” que nos soluça o sono.
Enfim, respiramos, pacientes,
largando o barulho lá de fora e mesmo sem conseguir adormecer profundamente
aproveitamos para descansar que hoje o dia foi bem longo e os pés estão
sequiosos de sossego.
Lição 1 mais uma vez: nem tudo é o que parece ;)
Até amanhã!
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