Plácido Recanto
Sentada à beira rio.
As folhas tocam o vento.
As flores das acácias resplandecem banhadas pelo sol.
Beijam-se. As flores e o sol. Parecem varinhas de condão executando passes de
magia… semeando o chão de pó doirado que as fadas e duendes usam para esverdear
o musgo macio.
Erva viva baloiça neste jardim de encanto e o rio rola sobre
a margem, massajando a areia em ondas de permanente satisfação. Brilhos de prata
espraiados sobre a superfície do lago que canta.
Uma borboleta pousa ao meu lado, aconchegada pelo abrigo das
folhas caídas.
O céu cobre as copas das árvores.
Nada a mais, nada a menos, neste lugar plácido.
Um pássaro conversa com o meu silêncio e ao longe o zumbido
de algum inseto voador plana sobre este idílico contentamento.
Olha para baixo. Mesmo à minha frente bate um coração. De
pedra, é certo, mas bate vivo sob o calor que me envolve. Pego nele. Aprecio a
sua textura. A sua perfeição.
Florzinhas douradas caem sobre a minha cabeça, numa chuva de
suavidade.
Uma ilha de verde e amarelo brota da água a alguns escassos
metro daqui. O rio flutua à sua volta, como um vestido ligeiro que com o vento
balança.
Grata porque estou aqui. Grata porque posso. Grata porque me
permito. Grata SOU.
Em AMOR te abraço <3
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