O Vento
Este fim de semana uma amiga, a Maria Antonieta, partilhou
connosco a sua relação com o vento. Era uma relação complexa. Sentia-se
incomodada por ele. Identificava-o como violento, furioso. Mas viu-se
confrontada com a necessidade de conviver com ele toda a noite e na sua
Mestria, fez uma nova escolha. Em vez de rejeitá-lo, decidiu aceitá-lo, deixar-se
abraçar por ele, libertá-lo da sua crença. E sabes, sempre que nos permitimos
largar o apego a uma estrutura, seja ela uma crença ou outra estrutura qualquer
que nos condicione na nossa vivência, ficamos mais livres – ficamos disponíveis
para criar uma nova relação com a vida.
Aqui fica a partilha do que o coração dela respondeu ao
julgamento da mente dela:
“Fiz as Pazes com o
Vento”
“O vento só fala do
vento. Se outra coisa ouviste ou sentiste, é MENTIRA. Pura mentira imaginada! E
a mentira está em ti!”
Escrito a 9/02/2014
na sequência do Encontro Vivencial Mente e Alma… no meu Corpo (Costa Vicentina –
Ilha do Pessegueiro)
Esta partilha preciosa é válida
para tudo o que está condicionado em nós. Tal como o vento, esta partilha
convida-nos a soprar as nuvens do apego às formas pensamento/padrões/hábitos/estruturas
internas que nos fazem sentir presos e permitirmo-nos estabelecer uma nova
relação connosco próprios e com tudo o que faz parte da nossa realidade.
Foi o que fiz no dia seguinte. Após
uma noite de intensa ventania, o dia nasceu com sol a raiar por entre nuvens
dispersas no azul celeste. Ainda que menos intenso, o vento ainda brincava com
as árvores lá fora, convidando toda a natureza a bailar. Também me apeteceu
bailar com todos os elementos. Apeteceu-me tanto que o frio deixou de
influenciar o meu sentir. Tanto que o mar se me apresentou suave ao ponto de me
permitir ser beijada por ele. A sensação do vento na pele quando não se rejeita
pelo frio, da água fresca circulando qual sangue intenso pelas veias, dos pés
na areia gelada massajando todos os poros, do sol morno envolvendo o horizonte,
do ar vivo a entrar pelas narinas e a preencher cada recanto do corpo, do riso
solto ecoando pelo alegre brincar das ondas, dos braços ao alto em absoluta
gratidão… é algo cujo êxtase ultrapassa o domínio restritivo das palavras. Ahhhh
quão grata estou ao vento pelo seu convite.
O vento é o vento. O mar é o mar.
O sol é o sol. A areia é a areia. O céu é o céu. Nenhum é algo que não é nem
poderia ser pois não saberia sê-lo. Assim é o SER. Assim SOU.
Gratidão.
Praia das Furnas, Costa Vicentina - Alentejo (Milfontes)
Quão sedutora e mágica são as multi-maravilhas, da Mãe-Natureza!!!
ResponderEliminarQue cumplicidade de fluxos e refluxos, de encontros e reencontros energeticamente belos nos seus resplandecentes contornos de VIDA!!!
HUF, Vai um mergulho extensível e emergente nesta Onda Mágica da Natureza?
Artemis