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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Uma falácia global / A global fallacy

I have lately found myself musing about the fact that “life is short” is nothing but a fallacy.
Not only is it proportionate to each one’s experiences - and who are we to judge whether anyone’s experiences were enough or not – but it may also be full of deaths and rebirths, making it numerous lives in just one go.
It all depends on the age of the perceiver as well as on the extent to which he/she allows life to unfold, flowing with it or fighting against it. This in itself determines whether it seems too short, too long or just right.
Being over 40 myself, I would go so far as to say that life is indeed very long and I am still more or less in the middle of my eventual lifespan! There are so many people that have come and gone, so many places visited and so many events, challenges, losses and gains, joys and griefs, so many perspectives, creative endeavours, so much learnt and forgotten… And I could say so much more to do, to create, to learn, to see… etc… etc… etc… But then again I am so fully grateful for all I have been given the chance to live so far that all the rest is just an unfolding of life’s natural abundance, one step at a time, one breath at a time, one moment at a time.
Life is long and bountiful in all senses and it deserves to be appreciated, lest we go by it in a mesmerised haze and wake up all of a sudden wondering where time has been hiding just to realise that in fact it has been there all along… it is us that were not in it.

***

Tenho percecionado ultimamente que o postulado de que “a vida é curta” é uma mera falácia.
Não só é proporcional às experiências de cada um – e quem somos nós para julgar se as experiências de alguém foram ou não suficientes – mas pode também estar preenchida de mortes e renascimentos, tornando-a múltiplas vidas numa só.
Tudo depende da idade do observador e também da forma como permite que a vida se desenrole, fluindo com ela ou lutando contra ela. Isto por si só determina a forma como se parece a vida: demasiado curta, demasiado longa ou exatamente na medida certa.
Tendo eu própria mais de 40 anos, diria que a vida é mesmo muito longa e ainda assim encontro-me mais ou menos a meio do meu eventual tempo aqui! Tantas pessoas foram e vieram, tantos lugares visitados e tantos eventos, desafios, perdas ou ganhos, alegrias e tristezas, tantas perspetivas, demandas criativas, tanto aprendido e esquecido… E poderia dizer tanto mais para fazer, para criar, para aprender, para ver… etc… etc… etc… Mas estou tão profundamente grata por tudo o que tive a oportunidade de viver até agora que tudo o resto é apenas um desenrolar da abundância natural da vida, um passo de cada vez, uma respiração de cada vez, um momento de cada vez.

A vida é longa e generosa em todos os sentidos e merece ser apreciada, se é que não queremos passar por ela numa névoa adormecida e acordar de repente perguntando-nos onde se tem escondido o tempo… chegando enfim à conclusão de que ele sempre lá esteve… nós é que não! 


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