1º Capítulo do novo livro Ser!... Amor
1st Chapter of the new BE!... Love book
(Nova versão do livro Não Apenas Mais um Livro Sobre O Amor - O LIVRO sobre O AMOR)
(New version of Not Just Another Book About Love - THE BOOK about LOVE)
English version below the Portuguese one
A História de Amor
O
dia chegara. Não era um dia qualquer. Era o dia de despertar. Era o dia em que
eles iriam conhecer-se pela primeira vez. Bem, não era a primeira vez… mas
parecia.
Há
muito que sabiam da existência um do outro. Em tempos houvera entre eles muito
amor. Por via de circunstâncias inesperadas esse amor sofrera metamorfoses
profundas. Passara por mágoas, dores, angústias, tristezas, raivas, vindo mesmo
repousar nas margens do ódio. Passou a seu tempo pela rede da indiferença, até
que caiu na rejeição veemente que teima em esquecer, trancando as portas do
sentir com um ferrolho antigo e enferrujado cuja chave acabara por perder-se
nas brumas do tempo.
E
eis que cada um seguira o seu trilho, ignorando por completo a existência do
outro. O que a princípio era uma ignorância deliberada, passou a ser um hábito
de tal forma arreigado que a dado momento nem um nem outro se lembrava de que
houvera sequer alguém mais ali.
Cada
um assumira por si mesmo o papel de ambos, pensando que seria fácil fazer tudo.
E o padrão instalou-se. O padrão de não saber pedir apoio, o padrão de exigir,
o padrão de impor, o padrão de rejeitar, julgar, de justificar, argumentar - a
intolerância permanente de quem não sabe ouvir… nem comunicar.
A
separação instalou-se nas suas vidas. E com ela a escassez. Passaram a sentir
que lhes faltava algo e a buscar incessantemente aquilo que não sabiam ser o
que lhes faltava. O dar e o receber ficaram envenenados.
Perderam-se
algures por caminhos atribulados. Nada parecia satisfazer a falta. Foram
preenchendo o vazio com tudo menos com o que realmente lhes faltava. A outra
parte de si mesmos.
A
sombra não se revia na luz. A luz não se revia na sombra. Nada do que parecia
ser era e nada era o que parecia ser. Em aparente confusão trilhavam rumo a
algum lugar que no entanto desconheciam ser exatamente onde já estavam. Cada um
para o seu lado. Cada um ao seu jeito. Cada um querendo-se e no entanto
esquecendo-se.
Tentaram
de tudo. Jogaram. Aperfeiçoaram-se na sua separação.
Não
funcionou. Faltava sempre algo.
Um
dia chegaria em que ambos parariam por uns instantes. Eternos instantes. Em que
os olhos se cruzam e os corpos se tocam de longe, sentindo-se. Reconhecendo-se.
E
chegou. Esse dia. Chegou e ambos estremeceram. Havia algo ali. Algo de
familiar. Algo que ligava os pontos e preenchia os espaços.
Ela,
sensível, percebeu.
Ele,
mental, pensou.
Mas
ambos sentiram.
De
ora em diante, de cada vez que se viam, de cada vez que se ouviam, de cada vez que
as suas auras se cruzavam a Alegria do reencontro tomava conta deles.
Ainda
assim era difícil admitir algo assim. Era difícil admitir que nada mais
faltava. Que enfim poderiam viver inteiros. Que chegara o momento de se
descobrirem na verdade do Amor que realmente eram. Era difícil admitir não
porque fosse desagradável. Muito pelo contrário. Era perfeito – ainda que
perfeito não tenha definição.
Era
a simbiose perfeita entre feminino e masculino e estava ali, diante de ambos
para aceitar, pegar, descobrir e desfrutar.
Com
infinita paciência e delicadeza ela foi-se aproximando, mostrando-lhe pelo seu
sentir que ele podia repousar no seu regaço e deixar-se enlear por esse amor,
perder-se nesse amor sem barreiras ou restrições. Sem medo. Amar sem medo. Não
há outro amor, pois ou há medo ou há amor. Ambos não podem coexistir. Ainda que
eles tenham fingido que sim – ele e ela, ao longo de intermináveis eras. Mas
apenas provaram que com medo não há amor. Ponto. Há algo similar, uma ilusão de
amor – algo condicionado pelo medo e por isso preso numa camisa de forças que
contrai a alma.
Ela
sabia que chegara o momento de confiar sem limites. E a esse amor se entregou
por completo.
Pouco
a pouco ele veio. Dançaram. Perceberam. Perceberam-se. Enlearam-se. Criaram
algo inteiramente novo. Uniram-se – fundiram-se… e deixaram de ser ele e ela,
para apenas SER.
Isto
é AMOR.
Nisto
que é amor não há qualquer separação entre dar e receber, é uma troca criativa
de Ser, na própria realidade física, trazendo à existência novas e inexploradas
dimensões. A Nova Energia é a materialização do Amor, na fusão entre feminino e
masculino dentro, e por sua vez fora, potenciando interações livres de
necessidade, apego, julgamento e tudo o mais que nas páginas seguintes se
expressa. E este feminino e masculino não dependem sequer do género humano a
que correspondem – são um reflexo apenas do respirar interno, uno em si mesmo.
Ah…
e tal como feminino e masculino apenas na Terra existem, assim também o Amor é
algo neste planeta criado. Descubramo-lo, pois. De verdade.
The Love Story
They had known about each other’s existence for a long
time. In a time long gone there had been much love between them. Nevertheless, unforeseen
circumstances has led to a profound metamorphosis of this love. It had
undergone hurts, pains, anguishes, sadnesses, spites, coming to rest upon the darkest
shores of hatred. In due course it came through the veil of indifference,
falling into the trap of adamant rejection. Forgotten, it allowed the doors of
feeling to be shut and locked. The lock became old and rusty and its key got
lost in the mires of time.
And thus each one had followed a lonely path,
completely ignoring the other’s existence. What had begun as a deliberate
ignorance, became such a deeply ingrained habit that sooner or later neither
one remembered that there had ever been another.
Each one had taken it upon themselves to play both
parts, thinking it would be easy to do it all on their own. And the pattern set
in. The pattern of not knowing how to ask for help, the pattern of demanding,
the pattern of imposing, the pattern of rejecting, judging, justifying, arguing
– the permanent intolerance of one who has forgotten how to listen… who cannot
communicate.
Separation became their way of life. And with it came
lack. They felt there was something missing. They sought ceaselessly, even
though they knew not what was missing. The giving and the receiving became
poisoned.
They got lost amidst the tangled paths of their
searches. Nothing seemed to fulfil the lack. Notwithstanding, they tried and
tried to fill the emptiness with all but that which really was missing. The
other part of themselves.
The shadow could not recognize itself in the light. The
light could not recognize itself in the shadow. Nothing seemed to be what it
was and nothing was what it seemed to be. Apparently confused they headed
towards a place which they were unaware of being exactly where they already
were. Each one for themselves. Each one going their own way. Longing for each
other and nevertheless forgetting it.
They tried everything. They played. They perfected
their separation.
It didn’t work. Something was always missing.
One day would come when they both would stop for a few
moments. Eternal moments. When the eyes meet and the bodies touch from afar,
feeling each other. Recognizing each other.
And that day came. Finally. They both shuddered. There
was something there. Something familiar. Something that filled in the spaces
and joined the dots.
Sensitive, she understood.
Mental, he thought.
But they both felt.
From then on, whenever they saw each other, whenever
they heard each other, whenever their auras mingled, the Joy of recognition
enveloped them.
Even so, it was hard to accept something like this. It
was hard to admit that nothing else was missing. That they could finally live
as whole beings. That the moment had come for them to discover themselves in
the truth of the Love that they actually were. It was hard to admit not for
being terrible. Much on the contrary. It was perfect – even though perfect has
no definition.
It was the perfect symbiosis between masculine and
feminine and it was right there, before both of them, to accept, to grasp, to
discover, to enjoy.
With infinite patience and delicateness, she moved
closer, showing him through her feeling, that he could rest in her arms and let
himself entwine in this love, get lost in this love with no limits or
restraints. Fearlessly. Loving fearlessly. There is no other love, for either
there is fear or there is love. They cannot coexist. Oh yes, they did pretend
so – him and her, throughout endless ages. But all they came to prove was that
with fear there is no love. Full stop. There is something similar, an illusion
of love – something which is conditioned by fear, suffocating the soul.
She knew that the moment to trust was upon them. To
trust with no limits. Thus she surrendered completely to this love.
Slowly he came. They danced. They understood. They
understood each other. They entwined. They created something totally new. They
United – they merged… they ceased to be him and her and became Isness.
This is LOVE.
In this that love is, there is no separation between
giving and receiving. It is a creative exchange of BEIng, in physical reality,
bringing to existence new and unexplored dimensions. New Energy is the
materialization of Love, in the fusion between feminine and masculine within
and therefore without. This, inevitably generates interactions which are free
from need, attachment, judgment and all of the other love killers which are
mentioned in the following pages. Furthermore, this feminine and masculine do
not even depend on the human gender they belong to – they are a mere reflexion
of the inner breath, unified in itself.
Ah… and in the same way that feminine and masculine
exist solely on Earth, so is Love and earthly creation.
Let’s discover it,
shall we? As it truly is.
T. C. Aeelah
Sem comentários:
Enviar um comentário