Um excerto do livro Baladas da Alma - A Melodia de Ser (T. C. Aeelah, 2010)
Dia 17
“Total aceitação de ti. Vê-te como eu te vejo, aceita-te
como eu te aceito.”
Até tenho a melhor professora possível nesta lição de
aceitação aqui mesmo dentro de mim,
sempre. Que mais poderia querer?
Aceitação é apenas outra palavra para Compaixão, mas
enfim, é tão necessária neste processo de nos tornarmos equilibrados, que este
convite é repetido todos os dias, junto com os outros:)
Só posso entrar em harmonia completa com todos os outros,
uma vez que esteja em completa harmonia comigo mesma.
Como poderia eu julgar os grupos de terroristas que andam
por aí a rebentar com tudo, totalmente certos da sua legitimidade, quando tenho
um bando de terroristas dentro de mim, jogando jogos destrutivos o tempo todo,
jogando ás escondidas e à apanhada, aterrorizando-me a todo o momento, sempre a
tentar apanhar-me desprevenida? Como posso encorajá-los a voltar a mim, a
confiar em mim, se eu julgo os terroristas fora de mim?
O mesmo se aplica ao assassino, ao suicida, ao violador e
ao torturador, ao bandido e ao gangster, ao próprio diabo... quanto mais me
fazem impressão, mais são Aspetos meus há muito escondidos, perdidos nas brumas
do tempo.
Por isso observo a respiração e convido cada parte
rejeitada de mim a vir, “vem para a minha alma, confia, confia que estou em
casa, vem, vem para este lugar quentinho que eu criei no meu corpo, para a
reunião de mim”.
Não importa quão perdido qualquer um de nós pareça estar,
não há nem um único de nós que seja um “Deus Menor”. A centelha de Tudo o Que É
que reside em nós, que é quem somos, é completa, inteira. Cada um de nós contém
todo o Amor, toda a Sabedoria, todo o Poder, toda a Alegria, toda a Abundância,
toda a Paz, toda a Criatividade, toda a Liberdade, tudo de tudo o que possamos
procurar ou achar que necessitamos. Está tudo aqui, florescendo em mim, em
ti... conforme dizemos “Sim” à perfeição de tudo o que é.
Embora possa muitas vezes parecer que há algo errado com
o mundo, que há algo errado com as pessoas, que há algo errado comigo, sei que
tudo está bem em toda a criação, pois estamos simplesmente a viver a dança da
existência em todas as suas cores e formas. Podemos tentar e tentar, mas é
impossível deixarmos de ser Eu Sou o Que Eu Sou, mesmo que estejamos
inconscientes da amplitude total desta verdade.
Não importa que jogos estou a jogar, em que histórias
estou a acreditar, que dramas estou a criar. Sou apenas eu descobrindo as
imensas possibilidades da vida. Posso vê-las como boas, posso vê-las como
más... mas são simplesmente Deus acontecendo.
Não tem importância pois tarde ou cedo, quando eu me
cansar das minhas grandiosas produções dramáticas, reconhecendo a mestria que
contêm, posso escolher criar novas produções de um tipo diferente, com novos
sabores, novas cores, novas fragrâncias.
E continuo por aí adiante, a praticar a aceitação total
de todas as partes de mim, com doce amor e carinho. Vejo as distrações que
aceitei em vez de Mim, em vez de Eu Sou o Que Eu Sou e respiro a minha serena
aceitação: “Shhhh, vem a mim conforme eu te abraço, tudo em mim.” Shhhh... no
silêncio de mim... e deixo ir.
***
Balada da Alma 17
Se soubesses que és um Anjo
Amarias e aceitarias
ou lutarias e rejeitarias?
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