A Grandiosa Essência
Hoje tive uma experiência muito bonita – grandiosa até ;)
Uma amiga minha marcou uma sessão de integração comigo.
Ela já faz este processo sozinha há algum tempo, mas há
momentos em que surge algo que é difícil de identificar sozinha, tal como por
vezes surge também para mim, e nesses momentos apoiamo-nos mutuamente no
processo de Integração com Respiração Consciente.
Vou situar-te um pouco para compreenderes o contexto dela. Ao
cabo do último ano e meio ela mudou totalmente a sua vida. Trabalho, família,
casa e ela própria! E tudo com uma rapidez incrível, sempre sem medo (ou por
outra, enfrentando o medo) do próximo salto, sempre abraçando o desafio do
novo, sempre pronta a largar cada identidade, sempre pronta a reinventar-se e a
descobrir-se mais e mais além. É verdadeiramente admirável o seu processo, de
tão genuína que é a sua entrega a SER.
Ela trabalha por conta própria e mudou para uma nova casa há
cerca de 3 meses. Nestes meses o trabalho tem sido variável e ela tem sempre
respeitado o ritmo natural das coisas, por vezes com medo do amanhã pois a sua
vida não tem qualquer grau de previsibilidade, mas respirando e sentido a
confiança interna de que tudo está a ocorrer no seu tempo perfeito, na medida
em que as suas escolhas vão sendo feitas e em que vai estando sempre disponível
para as oportunidade que surgem no seu caminho. Muito recentemente uma dessas
novas oportunidades caiu-lhe no colo, literalmente! É algo novo, em que nunca
trabalhou mas que a entusiasma muito. Vai requerer dela muita confiança nas suas
próprias capacidades a todos os níveis e vai levá-la a ter que se exprimir
perante muitas pessoas, o que sempre a assustou. Então nos últimos dias tem
tido dores no peito, à frente e atrás e tosse. Tem-se sentido estranha, sem
compreender nada do que se está a passar com ela, preocupada por fora mas
serena por dentro. Por isso decidiu marcar uma sessão de integração.
Começámos por respirar, profunda e suavemente até ao fundo
da barriga até que a serenidade a envolvesse. Era como se ela estivesse no
fundo do mar, naquele silêncio imenso, naquela quietude, enquanto à superfície as
ondas se agitavam e a tempestade uivava. Mas lá no fundo do mar, no fundo de
si, tudo estava em ordem, plácido e tranquilo. Pedi-lhe que sentisse a sua
garganta. Começou a tossir. Sentiu um aperto. O que era? Uma parte de si que
repetia “não sou capaz”. Convidámos essa parte de si a vir para o fundo do mar,
apenas para ficar ali, sem ter que ser capaz de nada, sem ter que se esforçar,
sem ter que saber – a largar a necessidade de ter que ser seja o que for porque
a sua Essência já é e sabe tudo o que é preciso saber, momento a momento. Essa
parte sua depressa se deixou diluir no mar, aliviada, deixando-se ir,
deixando-se misturar na Essência de si.
Voltámos à garganta. Ainda havia lá algo. Mas esse algo que
havia era algo que queria desabrochar, como uma flor. Algo que queria
expandir-se e brilhar, como um diamante cristalino. Esse brilho foi-se
espalhando e no coração abriram-se as portas. Ela havia fechado as portas à sua
grandeza por não conseguir aceitar que era mesmo ela aquela magnitude de Ser
que pedia licença para entrar! Foi como se a cabeça se abrisse para deixar
entrar um fluxo Divino que a inundou por completo. E esse fluxo não tinha que
ser compreendido, apenas aceite como sendo simplesmente o que é: “Eu Sou o que
Eu Sou”! Ela chorava com a intensidade daquele brilho que a preenchia por
completo e finalmente via que o medo que tinha tido era de si mesma! De mais um
pedaço imenso da sua divindade.
Sabes, é que a integração do Divino com o Humano, ou seja,
da Essência com o Corpo Físico, não se faz toda de uma vez. Vai ocorrendo passo
a passo, à medida que vamos integrando a nossa dita Escuridão, vamos abrindo
mais espaço para a nossa dita Luz, e a nossa vibração física vai mudando, para
permitir que o nosso corpo possa suster a grandiosa intensidade da Essência. O
seu poder energético é tão grande que se integrássemos o Divino com o Humano
todo de uma vez rebentaríamos, volatilizávamo-nos pois a densidade do corpo
precisa de ser subtilizada para suportar as frequências mais intangíveis e
elevadas do nosso Ser Real. É um processo que vai ocorrendo por si mesmo, à
medida que o vamos permitindo, que nos vamos permitindo ampliar a nossa
consciência de quem realmente somos.
Isto tudo para explicar o que se passou hoje com a minha
amiga. No final todo o seu corpo tremia, as lágrimas de imenso amor e gratidão
corriam-lhe pelas faces, a garganta estava livre e limpa, o coração mais amplo
que nunca, os olhos viam tudo mais cristalino e ela estava simplesmente
entregue à magnitude do que acabara de vivenciar, sabendo agora que todos os
medos e dúvidas dos últimos dias não haviam passado de pretextos do seu Ser
Humano para não aceitar a grandeza do seu Ser Divino aqui e agora.
Vão passar-se alguns dias até que esta integração esteja
completa pois o ajuste de vibração a nível do corpo físico ocorre a todos os
níveis incluindo o ADN e leva o seu tempo a consolidar-se. Nesse tempo terá que
cuidar-se com muito carinho e paciência, descansar muito, respeitar os seus
ritmos naturais e descobrir que novos tesouros práticos lhe traz este estado de
consciência expandida. Sim, é que tudo isto é vivido na vida prática, de todos
os dias, não são experiências transcendentais que não tenham reflexo no nosso
quotidiano. São verdadeiros upgrades de
VIDA ;)
Ah! Se toda a gente pudesse saber como é bom descobrirmo-nos
e vivermos a partir do nosso Ser Real! Por outro lado tudo está em perfeita
ordem e cada qual está a fazer as suas experiências, por mais dolorosas que nos
possam parecer, são as suas experiências e tarde ou cedo todos descobrem o
caminho de volta para CASA, que no fundo não se trata de ir a nenhum lugar, mas
finalmente de ficar no único lugar em todo o Universo onde se É, simplesmente J