Gratidão à Criação
Neste dia em que neste recanto do planeta se estabeleceu
celebrar a maternidade, faz-me sentido celebrar os filhos... São eles que criam
mães ;) E os pais…
Cada filho cumpre um propósito único e precioso na vida de
cada mãe. Cada filho é uma oportunidade de transcendência de nós mesmas, é um
convite para quebrar limites, largar limitações e maturar enquanto SER Humano.
A Diva trouxe-me de volta a mim mesma. Criou em mim uma
r-Evolução de SER eu mesma, de me descobrir, de me amar, de me respeitar, de me
transcender constantemente. Com ela tenho aprendido a confiar, a perseverar, a
refletir a minha Verdade sem medo do julgamento alheio, sem medo de SER tudo o
que SOU, incondicionalmente, sempre.
O Samuel trouxe-me o AMOR em Abundância plena – a Plenitude.
Ensinou-me a arte do desapego, do esvaziar-me do que não me serve para me poder
preencher do Vazio que É tudo o que É. Mostrou-me a minha Alegria cintilante e
incendiou-me a Paixão completa pela dádiva preciosíssima da Vida em todo o seu
esplendor.
Ambos me têm ensinado momento a momento a COMPAIXÃO.
Compaixão, compaixão, compaixão é a lição comum a todas as mães e a todos os
filhos… a todos os pais também. Pois sem pai não há mãe.
Dentro de cada ser humano há um registo de arquétipo
feminino e masculino. Este registo ocorre mesmo que um ou ambos os progenitores
estejam ausentes da vida desse ser humano - mesmo que se trate de um bebé
proveta!!! O óvulo e o espermatozoide criam o primeiro registo genético de
feminino e masculino – estão na génese deste novo Ser Humano. Seguidamente, o
homem e a mulher que tiverem um papel mais marcante nos primeiros anos de vida
deste Ser Humano serão o seu exemplo externo de feminino e masculino. Ele/Ela
crescerá, pois, fruto da dança entre o exemplo externo e a génese inicial que
o/a tornou possível enquanto Ser Humano – o seu registo genético. O pano de
fundo será, no entanto, o SER, a Divina Essência neutra e ilimitada que permeia
tudo e todos.
Posto isto o dia da Mãe é sempre também o dia do Pai e vice
versa J
Por isso expresso aqui a minha gratidão também aos pais dos
filhos que gerámos, que me urge não chamar meus pois acima de tudo são de si
mesmos – os filhos, nem meus nem deles – dos pais, nem de ninguém para além de
si mesmos.
Aos pais agradeço por absolutamente todos os espelhos fiéis
de mim mesma que um a um me trouxeram de volta a casa. Cada espelho me mostrou
um reflexo de algo a nutrir ou a diluir. Bem hajam os espelhos... e os pais J Agradeço também a
comunhão e a partilha, bem como os inúmeros desafios de transcendência dos
sistemas de crenças e apegos. Agradeço por serem pais exemplares, cada um à sua
maneira, única e especial como cada um deles – de nós (todos)– é.
E mais uma vez a maior lição de todas aprendida com os pais
– COMPAIXÃO. Por mim, por eles, pelos filhos, por todos… COM todos.
Lições preciosas aprendidas e expandidas todos os momentos
da minha VIDA, com cada Respiração grata que me apaixona de SER… É por tudo
isto que vos agradeço amados filhos:
*Amor Incondicional, que é o mesmo que dizer Compaixão –
transcendência dos julgamentos limitantes que me impediam de ver a amplitude de
cada UM, do TODO.
*Aceitação de que tudo é o que é, largando expetativas,
planos e programações, perfeccionismos vãos e perspetivas limitantes sobre o
que e como seja o que for deveria ser – em suma: LIBERDADE!
*Inocência, ou seja, largar as ideias, conceitos e crenças
pré-concebidas sobre isto e aquilo e descobrir o novo olhar que me mostra que
afinal TUDO É POSSÍVEL.
*Alegria – a fonte borbulhante que brota do meu centro, permitindo-me
rir a bandeiras despregadas, brincar com o desprendimento livre que a criança
em mim redescobriu com as crianças que me acompanham… os “meus” filhos e todas
as outras também.
*Paixão – a vontade vulcânica de criar, criar, criar uma
VIDA de SER em Plenitude.
*Abundância de tudo o que para mim faz sentido, nomeadamente
o equilíbrio, a harmonia, a beleza sublime da Arte natural e humana que compõe
este planeta, este Universo.
*Gratidão permanente. Gratidão que me preenche, que
transborda. Gratidão que se explica e basta a si mesma. Por tudo. Por todos.
*Paciência. Porventura uma das maiores lições aprendidas e
reforçadas permanentemente, não só com os filhos (com tudo e com todos), mas em
certas áreas da interação humana têm sido os filhos os meus maiores Mestres de
Paciência. Muito muito grata.
Poderia continuar a enumerar palavras plenas do sentido que
estes meus companheiros incondicionais, os “meus” filhos, trazem para o meu
mundo, mas parece-me que estas que enumerei englobam simplesmente todas as
outras (entrega, partilha, empatia, altruísmo, flexibilidade, humildade,
abertura, honestidade, frontalidade, coerência, consistência, respeito, perdão……….e
mais e mais e mais).
Grata amados filhos, preciosos companheiros, por termos
aceite o convite mútuo de partilharmos esta Vida que se tem revelado
maravilhosa, em toda a sua diversidade.
Deixo aqui uma última nota, diria, um convite.
Convido todos os pais e mães a olharem para além da pequena
família e a abraçarem a família maior. Todas as pessoas relevantes nas nossas
vidas são família. Que cada um saiba ver para além dos ditos laços de sangue e
abrir o seu coração para aceitar que na amizade incondicional se cria uma
família mais ampla. Não são os laços de sangue que determinam o Amor pleno.
Nada determina o Amor pleno. Apenas a tua abertura e capacidade de aceitação da
família maior ;)
E porque refiro isto? Porque muitas vezes os pais sentem-se
sobrecarregados com as “tarefas” da maternidade/paternidade, por se sentirem
como os únicos responsáveis pelas mesmas – os únicos e mais importantes educadores.
E caso não tenham família por perto, por vezes torna-se difícil gerir todas as
exigências da vida diária com filhos. No entanto, há sempre “família” por
perto, se nos abrirmos para tal. Os laços de amor não dependem dos laços de
sangue. De todo. Por vezes são até mais simples e límpidos esses laços de amor
livres dos diversos passados dos laços de sangue, que tendem a condicionar a
evolução dos relacionamentos.
Por outro lado, refiro isto para englobar também todos os
que não são mães e pais no sentido restrito do termo. Em Portugal, há sistemas de
crenças bem enraizados, como em toda a parte. Um deles é a
maternidade/paternidade. Tende a ver-se alguém como completo no seu projeto de
vida apenas quando chega a ser progenitor. E ouso dizer que grande parte de nós
raramente questiona as nossas motivações quando decide ser mãe/pai. Porquê?
Para quê? Porque quero ser mãe/pai? É algo que creio que me complete? É algo de
que necessito para me identificar com a minha ideia do que é ser bem sucedido
na vida? É algo que necessito para me preencher ou para preencher a minha vida,
para me dar sentido? Enfim, questiona as tuas motivações. É que na verdade
podemos ser mães e pais permanentemente! O que não faltam no mundo são
crianças, pessoas, mais de 7 biliões de pessoas já nascidas! Porque “temos” que
“ter” filhos “nossos”? Qual é a parte de nós que acredita nisso?
E ainda mais: sempre que criamos seja o que for estamos a
ser mães/pais de algo que gerámos, nutrimos, permitimos que cresça e se
desenvolva e oferecemos ao mundo com o retorno permanente da partilha do que há
de único em nós com o que há de único em toda a parte, numa troca criativa
maravilhosa J
Neste dia da Mãe digo, pois, bem haja à CRIAÇÃO em toda a
sua fantástica amplitude!