Todos os dias quando abro os olhos de manhã, tomo uma
respiração profunda, olho à minha volta, sorrio e sei que há um novo caminho
cheio de amor que me abraça e aconchega no seu regaço mutante.
Ahhh, um belo copo de água. O meu passeio matinal pelas fragrâncias
do bosque. A chuva caindo levemente no meu rosto. Os pássaros chilreando tons,
melodias alegres que fazem as folhas cantar. O regato sussurrando lá ao fundo,
massajando as pedras no seu vigoroso percurso. A erva espreita, orvalhada,
dando-me os bons dias. Cada flor com o seu encanto. Tudo tem o seu próprio
brilho. O céu, azul aqui, cinzento ali, com laivos de branco e quiçá raios de
luz doirada espelhando-se na terra do caminho que piso. Toda a natureza me
recebe, conforme a absorvo no meu corpo e me preencho de vida, convida… a vida.
Chego a casa e o riso das crianças ecoa, conforme correm e
brincam ao redor da mesa de pequeno almoço. Tostas, cereais, fruta, leite, cada
um ao seu gosto, comendo e entretendo os preparativos matinais dos graúdos.
Há dias em que apetece celebrar. Abrir os braços ao alto e
rodopiar, cantando. Abraçar. Amar.
Hoje é um desses dias. Decido-me preparada. Sinto-me. Sei
que sim. Sim. Mas sim o quê?
Sim tudo. Deixo acontecer.
O meu livro do amor que tanto amo. Vou finalmente
apresenta-lo na cidade onde vivo. Porque sim. Não sei onde nem como. Mas sim.
A minha doce amiga Janine quer participar da Feira
Alternativa no Jardim da cidade. Porque sim. Vamos descobrindo como, onde, o
quê. Encaminhadas por uns e por outros, com passo certeiro, chegamos ao lugar
indicado. E de repente eis-me a falar com um vendedor de livros. Sessão de chá,
com tertúlia e lançamento do livro… e na porta mesmo ao lado… mais uma sessão
para a próxima feira, com leitura e partilha… Tudo num click, sem programar,
pensar como, sem saber. Apenas porque sim.
No supermercado, com apenas um pão e um gostoso bolo de
chocolate, penso que poderia talvez ser a seguinte. Mas não digo nada. No mesmo
instante a senhora à minha frente convida-me a passar à frente “É só isso? Vá
primeiro, por favor”. É. Simples. E sorrio. Nem preciso de pedir. Apenas
aceitar receber.
Vou balouçando. Amando. Criando… a magia do dia.
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