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terça-feira, 12 de setembro de 2017

O Poder da Escolha Consciente - Eco Trip/Take 2: Parte 2

Dia 1 - 14 de Agosto 2017


O Início -  Parte II


Tudo a postos. São horas de arrancar.

Esqueci-me de te dizer que também temos uma tendinha para dois, caso decidamos ficar num camping aqui ou ali.

Por onde passamos não nos cruzamos com o fogo, ou melhor os fogos que ainda assim enegrecem o céu como se de um assombroso pesadelo se tratasse. À medida que adentramos Espanha e deixamos Portugal, os horizontes contrastam – breu atrás e azul à frente – uma parábola real sobre o efeito prático de fazer escolhas conscientes. A nossa é claramente a ausência de Drama e nisso estamos a servir a consciência global com a Paz que nos assiste.

Por falar em escolhas, a minha eleição para este dia é a de receber a magia que ficar entregue à minha Essência sempre proporciona.

Chegados a Cáceres há que procurar parque no centro histórico, gratuito, de preferência.

Quase deixamos a o carro num lugar de cargas e descargas mas damo-nos conta a tempo e seguimos em busca de outro melhor. Damos a volta ao quarteirão sem saber exatamente onde estamos e acabamos por seguir as indicações de Parque Coberto. Quando chegamos à entrada, olhamos para a frente, mesmo ao lado da entrada e… um lugar vago, gratuito, de onde basta descer para chegar ao centro histórico diretamente.

Felizes apreciamos o magnífico estado de conservação do casco histórico em que a harmonia entre edifícios antigos e novos coloridos de ocre recria o ambiente intemporal de épocas em que o Clero e a Nobreza comandavam a fé e os destinos dos povos.


Rapidamente percebemos que muito raramente escolheremos pagar ingressos em monumentos e museus por dois motivos:

·       - Porque requereria muitos mais dias do que os que escolhemos para esta viagem, pois as nossas visitas a cada local seriam muito mais longas.

·       - Porque não caberia no nosso orçamento escolhido.

Uma experiência como esta que decidimos empreender tem muito mais a ver com sentir os sítios por onde passamos, conhecendo-os pela natureza da consciência aí presente, absorvendo-os através dos nossos poros, deixando-os mostrar-nos o que realmente são por detrás dos contornos da forma, do que com ver a fundo com os olhos físicos. 

Começamos a dar-nos conta da expansão do tempo. De cada vez que olhamos para as horas a Mente diz que é impossível que o número seja aquele – não pode ter passado só uma hora depois de tudo o que andámos, vimos, sentimos e observámos. Mas sim, a hora está certa.

A caminho de Toledo passamos por Trujillo onde paramos apenas para verificar o mapa no tablet.

Paramos para almoçar num parque à beira da estrada. Uma das nossas saladas bio: com courgette e cenoura ralada, tomate, ovo cozido, cebola e um pouco de azeite, limão e flor de sal, com sementes de sésamo, chia e abóbora à mistura. Tudo enrolado nos wraps de trigo e espinafres que a Joana nos ofereceu para a viagem. Hum! À altura de um qualquer bom snack natura. Para a sobremesa temos uvas colhidas hoje de manhã. Descobrimos que nos esquecemos do detergente da loiça, mas a necessidade cria o engenho e descobrimos igualmente que com um pouco de limão e depois um pouco de água conseguimos “lavar” a loiça!

A dada altura o carro também precisa de alimento. O Pedro decide sair da autovia (gratuita) para seguir pela nacional por ser mais direto e porque a probabilidade de encontrar combustível a preços mais acessíveis é maior. Logo na primeira localidade por onde passamos há uma bomba de gasolina de uma marca que ainda não tínhamos visto com o diesel a 1,02€! O mais baixo que já vimos até agora – aliás, o mais baixo que viemos a ver nesse dia. 

Chegados a Toledo quase paramos num local mas decidimos dar a volta ao quarteirão e mais uma vez a magia acompanha-nos. O parque é pago mas entre as 14h e as 17h não, pelo que a primeira meia hora é gratuita e pagamos 1€ entre as 17h e as 18h30. O mais caricato, no entanto, é o facto de termos parado mesmo diante de uma indicação de escada rolante que é do outro lado da rua e que nos leva até ao cimo do monte onde se concentra o núcleo histórico. E ainda para mais o carro fica à sombra, o que protege a nossa “despensa” - sorrimos, gratos.

Damos voltas e mais voltas – há tanto para apreciar. Sentamos, respiramos, desfrutamos de cada instante. Sem pressa, sorvendo a arte das janelas, portas, pórticos, arcos, torres, ruas, frisos, varandas, estátuas. Tanto engenho criativo!



Depois de um delicioso gelado e de uma sandes de presunto à boa maneira espanhola, decidimos regressar ao carro. Quando olhamos para as horas só passou 1 hora e meia! Chegamos ao carro 30 minutos antes do fim do ticket!

O sol já está a baixar e a aproximar-se a nossa primeira noite por paragens desconhecidas. Decidimos fazer como os camionistas e procurar uma estação de serviço com espaço e bom ar para montar a “caravana”.

Após uma ou duas tentativas encontramos a ideal. Tem um café 24 horas, com casas de banho e até tem hospedaria mas temos o nosso próprio “hotel”.

O parque de estacionamento é enorme e lá ao fundo não há carros, nem luzes fortes pelo que estacionamos no meio de dois abetos e montamos o “estaminé”.

O meu entusiasmo é como o de uma criança que vai dormir dentro da sua casa de bonecas, aconchegada e fofinha.



Bebemos um chá no café e como a saqueta de chá de mirtilo ainda tem muito para dar, embrulho-a num guardanapo para experimentar colocá-la dentro de uma das garrafas de água e eis que temos mais de um litro de delicioso chá frio.

Reparo antes de me deitar na nossa cama super confortável que o nome do café/restaurante/hospedaria é DILAMOR – o que me lembra de Deal Amor (meio inglês e meio português – um bom pacote de Amor).

Bons Sonhos!

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