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quarta-feira, 18 de março de 2015

Drama... ou?

Drama... ou?


Ontem ocorreu uma experiência interessante de escolha prática entre lutar ou largar, entre drama ou serenidade, entre desperdiçar energia ou respeitar-me.
Estacionei o carro num sítio que pelos vistos é Propriedade Privada. Quando cheguei ao local havia um carro a trancar a saída não só do meu, mas de mais 3 carros. Já passava das 22h pelo que não deveria buzinar mas não tinha outra hipótese naquele momento senão fazê-lo, pois o proprietário da viatura poderia estar em alguma das casas ali à volta.
Ao ver a placa de Propriedade Privada percebi que provavelmente aquele carro era do proprietário da dita Propriedade e que tinha colocado ali a sua viatura de propósito. Passados alguns minutos de estar ali apareceu um casal que entrou num carro do outro lado da rua e que me informou que não valia a pena buzinar nem esperar porque o dono daquele carro estaria no seu café, na Praça e não ouviria nem viria.
Fui então ao dito café e lá estava o senhor. Dirigi-me a ele dizendo com um sorriso e simplicidade que precisava de tirar o meu carro e que o dele estava a impossibilitar a saída. Ele olhou para mim zangado e levantou-se, perguntando “você não sabe que aquilo é Propriedade Privada?” ao que retorqui “Pois, vi agora enquanto estava junto do carro, não sabia que era Propriedade Privada senão não teria estacionado ali. Desculpe.” O senhor ficou na mesma com o seu ar zangado e eu fiquei a olhar para ele. Até que ele disse “eu já lá vou”. Eu fiquei a olhar para ele calmamente, à espera que se levantasse e fosse ao que ele voltou a dizer, zangado “já lá vou”. Eu disse “Ah, ok, estava à sua espera. Vou então para o carro. Até já.” E fui. Esperei mais uns 10 minutos, aproveitei para fazer umas chamadas que tinha pendentes. Lá apareceu ele, tirou o carro, eu tirei o meu e já está.
O que mais me deixou grata foi a minha total ausência de necessidade de conflito, de estar certa, de provar seja o que for, de argumentar. Claro, o senhor se calhar gostaria que eu me tivesse zangado também, para poder jogar o seu jogo, mas seria para mim um desperdício vão de energia… e para ele também, mas isso é da sua conta. Da minha energia cuido eu e cabe-me a mim decidir se permito que ela me seja removida ou se por outro lado a uso de forma mais criativa para aquilo que escolho e não para o que me querem impor. Ou seja, ninguém impõe uma zanga a ninguém. De resto acabei com a possibilidade de drama para os restantes 3 condutores dos restantes 3 carros que estavam trancados antes, pois como cheguei primeiro e o senhor acabou por pôr o carro no lugar do meu, deixou de haver situação.

E é assim. Simples.


1 comentário:

  1. Lindo, miúda!!!
    São precisamente momentos como esses e tantos outros, que nos fazem "abrir" para a simplicidade de SE estar Presente, num mar cúmplice de diferentes aromas e texturas.
    Artemis

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